March 7, 2003

double purfa

Este é um dos sintomas: vai-se ficando cada vez mais purfa.... e não adianta ler jornal, revistas, tentar se enturmar. Falta a convivência, o envolvimento, a proximidade.

Mas eu não reclamo, porque se perde numa coisa mas se ganha em muitas outras.

Na minha pequena rotina de ler blogs brasileiros, eu tenho a sensação que vivo em outro planeta. Eu não sei de quem as pessoas estão falando, quem são os astros da novela, os novos artistas, os modismos, os fatos do cotidiano do Rio de Janeiro e de São Paulo ficaram embaçados e distantes. E quando as pessoas comentam sobre filmes daqui, eu já estou algumas semanas ou meses na defasagem. Fica fácil e é inevitável se distanciar.....

Por outro lado, eu vivo a minha rotina daqui. Nem tudo o que eu comento é um enigma para o brasileiro que lê este blog, porque o Brasil recebe os mesmos filmes [um pouquinho depois], os mesmos programas de tevê, a mesma literatura e outras tantas coisas daqui. O inverso não acontece tão frequentemente. Estamos felizes que um filme brasileiro chegou aos cinemas americanos. Hoje estréia Cidade de Deus no Crest Theater de Sacramento. Um pouquinho do que se viveu e se discutiu pelas festas, bares e esquinas no Brasil. Uma gota de um cotidiano que já não é mais o meu.

Fer Guimaraes Rosa - March 7, 2003 9:15 AM

'Cê não tá perdendo muita coisa, não. Talvez o tempo de amadurecimento das frutas, se você gosta de frutas. O cotidiano, puf. No "O Globo" tem uma seção intitulada "Há 50 anos", que como o nome já indica, reproduz o noticiário daquela época (50 anos atrás), no BR. Pois é. Volta e meia, ao lê-la, fica difícil discernir se houve alguma mudança substancial no período...

Este é o novo modismo do brasileiro. Cantar e dançar (como "Lacraia") a "musiquinha da eguinha Pocotó". Veja como será analisado no futuro:

"VESTIBULAR UNICAMP 2086 - PROVA DE LITERATURA BRASILEIRA"

Leia o trecho do poema abaixo e responda as questões:

"O JUMENTO E O CAVALINHO
ELES NUNCA ANDAM SÓ
QUANDO SAI PRA PASSEAR LEVAM A ÉGUA POCOTÓ"

(Éguinha Pocotó, Mc Serginho, 2003)

1. A forma adotada pelo autor do texto leva o leitor a uma reflexão crítica acerca de alguns elementos do estilo literário da época, ao mesmo tempo em que insere temáticas dotadas de valor universal. Assinale a passagem em que o autor expressa com maior intensidade este dualismo. Identifique a figura de linguagem adotada.

2. Ao idelizar em um mesmo patamar, personagens que até o momento só haviam sido tratados com a devida separação de classes, coloca o autor o "jumento e o cavalinho" como uma paródia da realidade social do país na época. O brilhantismo desta visão crítica é destacado por expressões que para um leitor menos atento podem parecer erros gramaticais, mas que na verdade geraram uma nova aplicabilidade da língua portuguesa. Identifique estes trechos e as inovações gramaticais por eles introduzidos.

3. Eleita como acompanhante nos passeios dos dois protagonistas, a "Égua Pocotó" rompe a solidão até então predominante no panorama urbano estabelecido. Mais do que um triângulo amoroso convencional, o autor atribui aos personagens um status que transcende a natureza metafísica convencional. Emerge então o caráter feminino, no auge de sua auto-afirmação como contraponto ao pansexualismo. Descreva o papel da Égua Pocotó como elemento de instabilidade no equilíbrio social do início do século XXI.

4. O texto de Mc Serginho, precursor do movimento literário-cultural denominado pocotoísmo, propõe uma nova métrica e abordagem ao texto poético. Alguns críticos da época chegaram a compará-lo à "pedra no caminho" de Drummond, um poeta de menor importância no século XX, injustiça revertida mais tarde com a identificação da sua efetiva quebra de paradigma literário. Compare o estilo da obra de Mc Serginho com os autores clássicos do século XX e justifique a relevância de sua obra.

Fer, li até lá embaixo. Ainda não sei bem o que é, mas me deu uma sensação de eu estar perdendo ou esquecendo de alguma coisa fundamental, essencial. Vou ter que voltar e voltar mais vezes. Beijo
PS. será que é dar uma geral no mato do quintal? Tudo sequinho sequinho.

Oi, Fer
vc pretende ir assistir a Cidade de Deus?
beijos
Bia.

Idem aqui Fer.
Fico apenas intrigado porque não se fala em violencia urbana nos blogs tupiniquins como uma forma de denuncia e protesto.
Pelo menos o que vejo pelos jornais na net merecia um engajamento maior dessa comunidade denunciando a situação calamitosa, por ex, do Rio.
Nós daqui de fora somos apenas meros expectadores.

Bjs.

Mas o gostoso do seu blog é isso, o mundo novo. Parabéns pelo dia de hoje!!!!

eae FER,
estou acessando agora de um potente MAC. É outro departamento minha filha.. agora sei porque tu e os americandos são mais felizes EHEHEHEHEHEHEH :)
louuuucura mulher. Super beijo.

# fer

Pois e Fer, eu tb fico boiando, como eu nao pego a Glogo por aqui entao a situacao piora, fazer o que.

Beijos

Algumas emissoras de tv aqui vivem comentando dos seus canais internacionais. Globo Internacional, Rede Record e não lembro qual ou quais as outras. É de mintirinha ? Não chega aí ? Como isso funciona?, porque num programa ví o apresentador lendo um email recebido sei lá de onde na Europa, que viu o programa pelo canal internacional...Quando a Globo inaugurou esse canal fez reportágem no Japão; apareceu os japoneses assistindo JN, novela... e eu acreditei!!

baccios