June 30, 2006

I could have been a contender!

Acho que foi a primeira vez na minha vida que mergulhei numa piscina olimpica, dessas onde os atletas treinam e competem. Me deu uma sensação muito estranha, de ser pequena, ou então, do mundo ser muito grande. Pensei no potencial das pessoas, que pode ser estimulado e desenvolvido, ou não. Será que eu poderia ter sido uma atleta, nadando pra valer numa dessas piscinas super fodonas? Não sei, nunca vou saber.

O propósito de estarmos ali é para treinarmos o percurso longo. A piscina olimpica da UC Davis tem o dobro do comprimento da nossa piscinazinha dos Aquatic Masters. E é muito mais funda, e muito mais larga. Cinco nadadores, que na nossa piscina iriam ficar apertados, nem conseguiam ficar muito perto. Não tem apoio, nenhum nadador profissional fica se apoiando na beiradinha. Me senti "overwhelmed" pela quantidade de água, pela distância, pela magnitude do esporte levado à sério e às últimas consequências.

Nadei por trinta minutos, olhando para frente e para os lados, observando cada detalhe diferente: o painel de faixas de metal pintadas de branco com uma cruz preta - a target da virada, a distância das bandeirinhas de finalização, as marcas no fundo da piscina, até o gosto da água, que era estranhamente salgada.

Tenho até o final de agosto para aproveitar essa oportunidade de nadar olimpicamente e me sentir grande outra vez, ou de fazer o mundo voltar ao seu tamanho normal. Nadar no mesmo ambiente dos atletas, com minhas pequenas e humildes aspirações de comum mortal.

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Rebecca

Por alguns meses andei me sentindo como a personagem do filme de Hitchcok, a moça simples e tímida casada com o viúvo da mulher inesquecível. No filme, descobrimos chocados que Rebecca não era a mulher maravilhosa que parecia ser. Espero um dia descobrir isso sobre a Kathy.

Até agora a impressão que eu tive da Kathy é a de uma pessoa super confiante, competente, cheia de contatos, uma mulher de carreira. Na metade das vezes que respondo ao telefone tocando no meu desk, é alguém procurando por ela. Toda vez que alguém me ensina algo novo, ouço o nome dela ser mencionado - Kathy costumava fazer isso assim. Este era o jeito que a Kathy fazia. Nunca perguntei onde está Kathy, pra onde ela foi e por que ela deixou a posição dela aqui neste projeto, onde fui contratada para substituí-la. Sou a segunda Mrs. de Winter, a que veio depois, que preencheu o espaço vazio deixado por Rebecca.

Hoje saí da minha probation de seis meses e fui oficializada na posição que ocupo desde inicio de janeiro. Já troquei o nome da Kathy pelo meu em todas as guidelines, já anunciei que ela não trabalha mais aqui para dezenas de vozes anônimas que digitam o meu número buscando por ela. Estou limpando o código sujo e pesado que ela deixou pra trás. Me mudei definitivamente e com certeza logo vou fazer com que todos se esqueçam de Rebecca, ops - como era o nome dela mesmo? Ah, Kathy!

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June 29, 2006

saí deste post, pois ele não te pertence

Passei o dia montando umas páginas novas sobre inimigos naturais [das pestes das plantas]. Juro por deuso que algumas das fotos me perturbam, perco o apetite, ainda não me acostumei, faço caretas de nojo, ali sozinha olhando pra tela do computador.

Acho que só eu que vai trabalhar na segunda-feira. Todo mundo tirou o dia de folga pra emendar com o 4th of July. Eu não posso, pois estou economizando dias de férias pra dezembro. Pisc!

O sapato tão fofo, da mesma numeração que todos os meus outros sapatos [9], me faz ficar com um pé minúsculo, como se eu fosse uma freak de circo. E mancha os meus pés de preto. Fiquei muito chateada...

Estou sem tevê. Desconectei tudo para mudar o móvel de lugar e agora não consigo reprogramar o controle remoto, que é a base de tudo. Ontem dormi vendo um dvd do Gary Cooper no computador. Improvisão que não vai funcionar mais.

Estou tentando com todas as forças não me estressar. Fechei todas as janelas.

Mal posso esperar para daqui a pouco, tchiguunn......!

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Se eu morrer, não me enterrem na lapinha

Eu sei que tem gente que não se estressa pelas coisas que eu me estresso. Infelizmente sou uma chatonilda e talvez eu morra por causa disso, enfartada pela irritação produzida por essa falta de noção generalizada que parece ter impregnado parte da humanidade. Todas as histórias já torraram, e vão com certeza esturricar.

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June 27, 2006

é goool!

Não tem jeito mesmo. Nasci brasileira, portanto estou fadada a carregar os estereótipos nas costas pelo resto da minha vida. Samba! Carnaval! Futebol!

Todo santo dia o diretor do programa para o qual eu trabalho vem comentar os jogos da Copa comigo. Comigo! Imagina. Estou acompanhando os quiprocós e resultados pelas manchetes, mas não estou assistindo aos jogos. Não é a minha praia. Mas mesmo assim virei confidente do americano-australiano, que acha que eu bato aquela bola.

Hoje ele me mandou um vídeozinho cômico por e-mail - a seleção italiana treinando pra enfrentar os australianos. É pra conformar-se rindo, já que a Austrália foi eliminada. Daqui a pouco ele vem aqui no meu desk, comentar o jogo perdido e o jogo ganhado. Ele diz que quer ver Brasil e Portugal na final. Já pensou? Se isso acontecer, me verei metida numa verdadeira confa....

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June 25, 2006

insistente

É claro, pois não custa nada lembrar - AQUI, AQUI, e agora também AQUI !

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June 24, 2006

abre-te!

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clique & amplie
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June 23, 2006

Thanzz Gozzz Izzz Fridzzz

A festa estava realmente deliciosa, com ótima companhia e excelente papo. Mas já estou um pouco arrependida de ter ido dormir à uma da manhã, depois de dois copos de vinho branco e meio de caipirinha. Além da cara amassada e dos olhos vermelhos e ardendo, estou trocando as letras. E me sentindo sem forças para refrear uma forte inclinação de surtar, fitando o horizonte em branco, e dormir com os olhos abertos.

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June 19, 2006

Muita calma neste momento!

Toda manhã eu olho a previsão do tempo no meu dashboard. É uma mão na roda, que me ajuda a planejar o dia. Já está quente, mas eu temo pelos dias realmente quentes - digo, infernais, tórridos. E esses dias estão chegando. Me dá um baita desanimo, pois quando temos essas ondas de calorão, nossas atividades fora dos ambientes fechados ficam um suplício, se não perigosas. Se desidrata muito fácil, não há umidade, e o ar fica insalubre.

Respirei fundo e tentei ficar calma quando vi - hoje 32ºC, amanhã 36ºC, quarta 39ºC, quinta 41ºC, sexta e sábado 42ºC. Em Fahrenheit a coisa fica mais arrepiante - 90, 96, 102, 105, 108!! Lord have mercy.... Assaremos como tortas, secaremos como passas, vamos ficar à mercê do ar condicionado...

Mas eu não posso agir como uma amadora novata, pois já tenho prática desse inferno. Tenho técnicas para enfrentar a rua, que já uso há anos: chapéu ou sombrinha, bandana molhada no pescoço, garrafinha de água na bolsa e uma atitude extremamente positiva. Sem se abanar ou se mexer muito, repita este mantra enquanto estiver exposto ao bafão - "está tudo bem, está tudo normal, não está um forno, eu não estou suando, nem estou virando um maracujá de gaveta, está tudo bem, está tudo muito bem, está tudo normal!!"

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June 17, 2006

média & pão com manteiga

Estive tão estressada nesta semana, que ontem caí no choro lendo uma review de uma sandália na zappos.com.

Começou a estação das saladas. Em dias como o de ontem, fica impossível usar o fogão.

Acho que quero que Portugal ganhe a Copa. O Brasil já ganhou muitas. Não precisa ser fominha.

Amanhã veremos Seu Jorge.

Hoje, Farmers Market: nectarinas, damascos, morangos, framboesas, pêssegos.

Eu fico desanimada quando tenho que nadar com certos nadadores sem noção. Muita gente não sabe, mas existem etiquetas para lap swimming. Uma delas - if more than one swimmer is bunched close behind, the swimmer being overtaken should allow the entire group of faster swimmers to pass before pushing off the wall again (i.e. don’t push off right in front of someone else who’s also obviously faster.) - ou simplesmente, use o bom senso!

Já disse isso antes, mas preciso repetir: como esses meus gatos sujam a casa! geeez...

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June 16, 2006

Summer days

Acabaram as minhas caminhadas pelo campus para esticar as pernocas. O verão chegou! Agora só dá pra correr em pinotes de um prédio para o outro para usar o banheiro. Hoje, 37ºC sem vento e sem umidade aqui em Davis.

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zero

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... ho ho ho!! clique & amplie!

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June 14, 2006

blinblon!

Eu a conheci quando me recomendaram para ajudá-la numa história fantástica de compaixão e altruísmo. Ela é uma pessoa muito fofa, que adora o Brasil e os brasileiros, porém tem o péssimo hábito de aparecer na sua casa sem avisar ou ser convidada. E o faz sempre nos momentos mais impróprios, geralmente na hora das refeições. Toda vez que a campainha toca em horas inoportunas, pode apostar que é ela! Outro dia foi no meio do nosso jantar. Abrimos a porta com sorrisos verde de brócoli e amarelo de incomodo, e a convidamos polidamente para nos acompanhar. Ela aceitou...Colocamos então mais um lugar à mesa e terminamos o nosso jantar tentando nos mostrar simpáticos. Mas ontem ouvi o blinblon da campainha quando estava na minha preciosa horinha de almoço. Quase não acreditei ser possível, mas era ela, bem visível pela janelinha da porta. Poucas vezes na minha vida eu tive que ser extremamente seca e direto ao ponto - estou na minha hora de almoço! Ela ainda entrou e puxou um papinho, mas eu não estava no humor. Felizmente ela entendeu e se despediu com um abraço. Ela é uma graça de pessoa, mas um tantinho inadequada nessas questões sociais.

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June 10, 2006

amarelo

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June 8, 2006

quanto vale?

Nem sei muito bem como a conversa se iniciou, mas ela me pegou pra cristo no banheiro do Faculty Club e eu sinceramente achei que nunca mais sairia de lá. Meu sorriso simpático e minhas respostas monossilábicas provocavam uma multitude de divagações e explicações que ela considerava essenciais. Me senti afundando numa areia movediça de palavras, histórias, teorias e conselhos. Num determinado ponto do quase-monólogo lembro dela sacudindo o capacete com uma das mãos, elevando-o à altura dos meus olhos e dizendo resolutamente - trinta e seis dólares? ou sua vida? trinta e seis dólares? ou sua vida? o que vale mais? Na eminência de passar o resto da minha existência presa naquele banheiro ouvindo ela falar, respondi ligeiríssimo: a minha vida!!

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June 6, 2006

na ponta do nariz

Como tenho um olfato super-hiper-mega-big sensível e estou sempre sentindo o cheiro de tudo, despiroco total se sentir qualquer fedorzinho vindo do meu corpo. Quero a todo custo me convencer de que as outras pessoas não cheiram o cheiro que eu estou cheirando. Ás vezes fazemos uma reunião num horário conveniente para quase todas, exatamente depois de uma aula de capoeira. Eu estou cheirando forte a cloro da piscina, elas dizem estarem fedendo a suor pós-ginga do berimbáu. Eu não sinto fedor nenhum vindo delas. Por isso me acalmo um pouco quando penso que - bom, não penso nada, tenho certeza, estou com aquela catinga sovaquenta que por algum motivo trascedental resolveu incarnar sem o meu consentimento. E isso sempre acontece de repente, sem aviso prévio, sem ter acontecido nada especial. O sovaco simplesmente manifesta-se. De repente, snif, snif, sinto que algo não está bem. Invés de relaxar pra não deixar a coisa piorar, eu me estresso e quando percebo estou literalmente desesperada, achando que é o fim do mundo. Há muitos anos conheci uma moça cujo sovaco exalava o cheiro mais ardido e impregnante já experienciado pelas minhas narinas. Se ela entrava num lugar, espalhava rapidamente o seu rastro odorífero inconfundível. Ela parecia não perceber, ou não se importar. Como é comum se acostumar com o próprio perfume, seria possível também se acostumar com o próprio fedor?

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June 5, 2006

a vida são flores

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What seems to be the trouble?

Frases da maravilhosa Bette Davis, compiladas pelo Time Cinefilia. Algumas são simplesmente fantástica e se adaptam à muitas situações cotidianas. "What seems to be the trouble" é a favorita do Moa, que também vou adotar. As minhas favoritas, que eu certamente teria onde encaixar em qualquer discurso, são:

"You sound like a book, and a very cheap one"

"If I weren't in such a hurry, I'd break right down and cry"

"I don't say nice things nicely"

"If you could read my mind, you'd shrivel where you stand"

"Good riddance to bad rubbish"

"I don't mind"

marvelous, marvelous!

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eu vi

Resolvi comprar um cookie no coffee shop e no caminho vi algumas placas amarelas distribuidas estrategicamente ao redor do quad:

WARNING!
Genocide Photos Ahead

Naquela reação instintiva de dar uma escaneada geral com os olhos, indagando mentalmente onde, como, o que, vi as fotos coloridas e ampliadas de gente, ou pedaços de gente, tripas ensanguentadas. Não sei do que se trata o manifesto fotográfico, só sei que está lá, choca os quase desavisados, e isto não está certo.

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June 1, 2006

Esta é a Força que Atravanca o País

Estava tentando mandar outra reclamação pro Procon-SP, a respeito daquele assunto descabelantemente irritante que já deu nos meus piquás e nunca se resolveu. Eram quase meio-dia aqui, o que nos meus cálculos de diferença de fuso horário seriam quase quatro horas da tarde no Brasil. Preenchi o formulário e quando cliquei em enviar recebi a mensagem:

"Desculpe-nos o transtorno, mas estamos fora do nosso horário de atendimento."

Até o formulário eletrônico fecha o guichê antes das QUATRO DA TARDE, afrouxa a gravata e vai até o bar da esquina tomar uma cerva, falar mal do governo e do técnico da seleção. Isso é que é Ordem e Progresso, minha gente!

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