November 19, 2009

os gatos já nasceram livres

mistyzito.jpgMeu gato velhinho, o Misty, teve um revertério provavelmente estomacal. Começou a vomitar, vomitar e ficou muitíssimo cabisbaixo, parou de ronronar e recusou comida. Para um gato que VIVE em função de comer, recusar comida foi o sinal mais claro de que a situação era grave. Chamamos a veterinária que atende em casa, mas depois de conversar com o Uriel ela sugeriu que apenas ficássemos monitorando. Eu chorei muito, pois o Misty tem uns 16 anos e isso em idade de gatos significa ser muito velho. Sei que por isso ele pode ter qualquer coisa e morrer muito rápido. Os sinais de senilidade já se mostraram há tempos, com perda de músculo e peso, fragilidade, surdez e hipertensão. Ele também bebe muita água, o tempo todo, o que significa que os rins não devem estar funcionando mais cem por cento. Tenho o coração nas mãos com o Misty e nessa noite de tensão lembrei de como a história deste gato está bem demarcada nos meus blogs. E este blog começou com relatos sobre ele, de como perdi uma gata e depois reencontrei um gato. Foi tragicômico.

Esta é a primeira vez que estou observando um animal envelhecer. Todos os outros bichos que tive antes morreram cedo, atropelados, envenenados, sequestrados ou se perderam. Nunca tinha visto a velhice num animal de estimação e vou dizer, não é um cenário bonito. Pior é a expectativa de que o pior pode acontecer a qualquer minuto. Desta o Misty se safou e eu agradeço aos céus. Agora é me preparar pra próxima.

O meu outro gato, o bate-pino Roux, adotei pra fazer companhia pro Misty e queria que fosse um gato encalhado, um rejeitado que ninguém quisesse. Encontrei ele, que é o meu Prozac natural, a única criatura que consegue me fazer sorrir às seis da matina e me deixa feliz só de olhar pra ele. Nunca pensei em comprar um animal. Meus animais de estimação sempre foram adotados— os enjeitados, abandonados, que me seguiam ou eram despejados e acabavam ficando comigo. Como foi o Misty e o Roux. Gastar milhares de patacas para comprar um bicho criado para ser vendido e dar lucro pro criador é, na minha opinião, um grande pecado. Com esse dinheiro poderia-se adotar um ou dois e ajudar mais outros mil. Mil vira-latas sinceros, mil causadores de sorrisos espontâneos, mil Prozacs naturais.

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November 6, 2009

de outono

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November 4, 2009

Amigo, mantenha-se sempre visível

Com o final do ano se aprochegando, começam a pipocar aquelas famosas brincadeiras de amigo invisível ou secreto ou oculto. Pra mim esse troço de sortear alguém para te dar um presente secreto é sinônimo de furada. Nunca—e quando digo nunca, é NUNCA mesmo—participei de uma dessas brincadeiras onde eu não tenha acabado com uma cara de tacho e com muita raiva. Sempre ganhei presente lixo. E olha que participei dessa lorota muitas vezes em diversas fases da minha vida e com diferentes grupos. Nunca dei sorte. Então concluí que aquilo não era pra mim e decidi cascar fora forevis. Infelizmente, ainda tive uma última péssima experiencia. Numa evidente recaída fui convencida a participar mais uma vez e entrei de gaiata, recebendo finalmente a lição que precisava e merecia. Pois errar uma vez é humano, duas vezes é até perdoável, mas mais do que isso é assinar o atestado de burrice. E eu assinei. Preparei uma caixa com material de pintura e outras mil coisas legais, pensando na alegria da amiga ao receber o presente e enviei pelo correio, Califórnia—Brasil. Recebi o meu presente por e-mail. Um POEMA feito com as letras do meu nome. Nem preciso dizer que chorei, né? De raiva. E aprendi a lição que a vida me ensinou. Hoje fujo correndo desse negócio. Amigo, se quiser me presentear, fique a vontade. Mas não quero nem espero nenhuma surpresa. E pra quem vier com o argumento que o que vale a intenção, que não é pelo presente material, que o legal é a brincadeira, só tenho uma coisa pra dizer: não sei o que é pior, ser hipócrita ou ser otário.

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November 2, 2009

diga-me com quem se pareces

Estou sempre encontrando parecência entre as pessoas que vejo por aí, as que conheço e os famosos. Mas eu mesma não me acho parecida com ninguém, além da minha mãe. Olho no espelho e quando não consigo me reconhecer no reflexo, percebo o quanto estou ficando parecida com ela. Isso acontece também nas fotos. Só que a minha mãe é fotogênica e nunca sai com a boca torta, os olhos piscando ou fazendo nenhum tipo de careta.

Como eu vejo parecência nos outros, eles também vêm parecências em mim. Já ouvi de tudo, até comparações que não gostei ou não percebi a relação. Na minha lista de pessoas com quem já me acharam parecidas não incluí nenhum nórdico. Nunca ninguém me achou parecida com a Bridget Nielsen. Mas na minha lista está o John Travolta quando ele foi o menino dentro da bolha e eu era uma menina fora da bolha. Também estão a atriz francesa Fanny Ardant, a atriz italiana Anna Magnani, a cozinheira celebridade Nigella Lawson, a repórter intrépida Christiane Amanpour, a mãe do menino do filme Cinema Paradiso, além das simples mortais, como a prima do Salim turco, a irmã do Aziz tunisiano, a vizinha da Maheen iraniana, muitas italianas e até uma peruana.

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