January 29, 2006

lost & not found

Perdi meu humor no mall. Esclareça-se primeiramente que eu faço visitas anuais à malls, porque detesto esse esquema de compras e tenho crises de melancolia nos corredores desses lugares. Fui à um mall aberto, desses que devem ter sido criados para o clima ameno de Los Angeles e foram replicados pelo país afora. Exatamente nesses onde se morre de frio no inverno e se derrete de calor no verão. Fui porque estava animada querendo comprar coisas bonitas, mas desanimei rapidinho quando comecei a ver um mundo de coisas feias, todas em tamanho Small e Super Extra Small. O que está acontecendo neste país de gente comprida e larga, onde o tamanho predominante nas lojas de roupas é o Small? Além da feiúra, da mesmice e da escassez de coisas bacanas no meu tamanho de mulher grande, me irritou incrivelmente a música tocando em volumes quase insuportáveis dentro das lojitas féxions. Perdi a concentração pra olhar qualquer trapo que fosse. Com isso perdi também o meu humor e casquei fora. Só volto no próximo ano, quando já tiver apagado da memória a visita de hoje.

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o rato e o blog

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» eu não canso de dizer que Pearls Before Swine é o melhor e o mais engraçado! se você ainda não conhece, clique, amplie e role de rir.....

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January 28, 2006

caí como uma pata

Mais ou menos de dez em dez anos alguém me vende a ponte do Brooklyn. É normalmente uma situação muito bem esquematizada, que me deixa completamente atrapalhada e da qual não consigo me esquivar. Abri a porta para um fulano que me viu na cozinha e abanava as mãos como se me conhecesse pela janelinha da porta. A conversa durou apenas alguns minutos, quando só ele falou: contou que era do Mississippi, ralando pra se tornar não-sei-o-que, através de um programa que não pesquei o nome, disse que tinha quarenta e cinco anos, sacou sei lá de onde, num gesto rapidíssimo, uma foto que me mostrou dizendo ser ele com o neto, gesticulou muito, com a cara cada vez mais próxima da minha, elogiando o meu sorriso sem-graça, fazendo todos os salamaleques possíveis e me mostrando uma papelada encardida com títulos de revistas e um monte de nomes de pessoas listados com letra de mão. Já recusei assinar revista pra inúmeros tipos que vira e mexe batem na minha porta com o mesmo papo. É sempre pra ajudá-los com os estudos, ou com um emprego e são todos um coitados. Mas esse era o rei dos coitados. Disse quase chorando, não faz isso comigo, quando eu já totalmente confusa afirmei que não iria comprar nada. Consegui finalmente fechar a porta depois de colocar uma nota de vinte dólares na mão dele, que anotou desengonçadamente não sei o que num papel amarelo, me fez escrever nome-endereço-profissão num outro e se mandou naquela pressa, enquanto eu passava por um episódio de confusão mental, pensando se tinha ou não caído num conto do vigário. De repente me toquei que a única letra diferente na lista de nomes-endereços-profissões de doadores era a minha e estou até agora matutando se a assinatura da revista que eu supostamente doei para um grupo de crianças vai mesmo chegar lá, ou se vai somente virar vinte mangos extras no bolso de um malandro.

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não sou o seu contador

Uma coisa que eu considero o fim da picada da grossura é gente que fala de dinheiro como se estivesse falando do tempo. Em cinco minutos de conversa você praticamente teve acesso à conta bancária e orçamento da figura. Você não sabe se o tipo gosta de maçã ou banana, mas sabe quanto ele ganha, quanto ele gasta, com o que ele gasta, onde ele faz o imposto de renda, como ele é esperto e sempre tira vantagem financeira de tudo, quanto ele paga de conta de luz, quanto isso, quanto aquilo, quanto aquele outro. Eu escuto com uma resistência enorme, porque na verdade não quero realmente saber. Tento fazer um lalálalálalá mental, que nem sempre funciona, então tome números, engula cifrões e faça a digestão se puder.

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January 27, 2006

aah, paraíso!!

Não é à toa que eu ADOROOOO viver aqui! Leiam nos arquivos, ali no Same Day in Other Years, eu descrevendo um show de Blues que fui num bar, onde NINGUÉM fumava lá dentro. É paraíso ou o quê??

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da BBC Brasil:

O Estado da Califórnia se tornou o primeiro americano a classificar a fumaça produzida por cigarros como “poluição tóxica” do ar.

Com essa classificação, determinada na quinta-feira pela agência governamental responsável pelo controle da qualidade do ar, a fumaça do cigarro fica na mesma classificação dos gases produzidos por carros a diesel.

Isso pode permitir que o Estado amplie as restrições sobre o fumo.

Para a agência, muitos estudos científicos ligam o fumo passivo ao aumento de risco de uma série de doenças, que vão de câncer a problemas respiratórios.

A Califórnia já é um dos Estados – e um dos locais no mundo – com as maiores restrições ao fumo.

Foi o primeiro Estado a proibir o fumo no local de trabalho e também foi pioneiro na proibição do fumo em restaurantes e bares.

Um estudo recente mostrou que apenas 16% dos californianos fuma, mas que 54% dos adultos e 64% dos adolescentes estão expostos ao fumo.

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January 26, 2006

take notes

Os dias vão indo mais ou menos assim: trabalho, trabalho, trabalho, um fora aqui, outro ali, o que me deixa razoavelmente preocupada [tenho um belo e pesado saturnao no ascendente caprica!], mas ninguém parece pensar que é o final do mundo. Ontem ouvi um conselho - fique calma, nada disso aqui abala as estruturas do planeta. Mas às vezes me sinto como se estivesse na beirinha de uma piscina olhando fixamente para a água, refletindo sobre as condições de temperatura e possibilidades de flutuar ou afundar, e vem alguém e me empurra bruscamente, não me oferecendo a opção de fechar o nariz com as pontas dos dedos ou mesmo dar uma respirada extra. É vai ou vai, e eu vou!

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January 23, 2006

the night of the hunter

Pra quem quiser saber: me acabei de chorar, de encharcar o travesseiro e ficar com dor na cabeça e no maxilar, vendo um filme dirigido pelo Denzel Washington, Antwone Fisher. Não sei por que faço isso comigo, assistindo à esses dramalhões terríveis, nem entendo por que sou tão sensível à qualquer história que tenha criança, velhinho ou, pior, animal sofrendo.

Antes de começar a ver Antwone Fisher eu já tinha chorado e já tinha mudado de canal bruscamente, enquanto enxugava as lágrimas na manga do pijama e murmurava, por que somos tão maus e crueis com os bichos? Juro que só vi uns dez minutos de Two Brothers, de Jean-Jacques Annaud, que conta a história de dois tigres irmãos.

Estava revendo o magnífico A Place in The Sun, parte de uma homenagem do TCM à Shelley Winters, que morreu na semana passada. Ela está odiosa e repugnante, Montgomery Clift está lindo e idiota, e Elizabeth Taylor linda, linda.

Agora revejo outro filme da Winters, onde Robert Mitchum com "love" e "hate" tatuado nos dedos vem se apossar do dinheiro roubado pelo marido morto da caipira Shelley Winters.

Filmes antigos são o máximo. Posso revê-los dez mil vezes que nunca canso. E esse post deveria estar no Cinefilia.

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January 21, 2006

roteiro

Ontem trabalhei como uma enlouquecida. Não parei desde a hora que cheguei, às oito da manhã, até hora que saí, às cinco da tarde. Aos pouquinhos as responsabilidades vão sendo jogadas nas minhas costas. Na hora que chega um projeto novo - e agora praticamente tudo é novo, me dá um mini-pânico, pois as explicações são escassas. Mas eu faço mil perguntas pentelhas e acho o meu caminho. Mas cansa, se cansa!

Hoje preciso achar um hotel em north Lake Tahoe. Meu marido tem essa mania irritante de decidir tudo na última hora e nunca olhar mapa, reservar hotel. Da última vez que fomos a Tahoe já não era mais temporada, mas agora, pleno janeiro de nevascas, quero só ver. Minhas amigas estão numa casa alugada, mas por causa da indecisão do cara, tivemos que optar pelo hotel.

Está faltando fotos por aqui, né? Imagens alegram o ambiente, mas infelizmente não estou tendo tempo de fotografar nada, mal consigo escrever aqui. As poucas fotos, tiradas na sorte ou recicladas de outros carnavais estão no Chucrute com Salsicha, onde eu escrevo sobre o melhor assunto do muuuunnndoooo!!

Eu não consigo ir visitar minha amiga, pra quem fiz um presente que o gato maluco [quem?] já furou o pacote, nem fazer tricot, nem ver os filmes do Netflix, nem ler revistas, nem ajeitar a minha casa como antes, mas faço uma encomenda enorme de livros de culinária que nem abri ainda - minto, abri dois. Por que não consigo ser uma pessoa ponderada e normal?

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todo dia de semana

Meus dias se iniciam às seis e meia da manhã, que nem consigo dizer 'manhã', pois ainda está escuro. Venho pra cozinha com dois gatos pulando entre as minhas pernas. Ponho uma xícara com água no microondas pra fazer meu café com leite e um waffle na tostadeira. Vou até a laundry e pego os potinhos e a lata de rango felino. É um excitamento, uma coisa tão dramática que dá a impressão que os bichos ficaram uma semana sem ver comida. Eles correm pra laundry quando me vêem caminhando pela cozinha com os potes e se arranjam no tapetinho, sempre na mesma posição: Roux pra direita, Misty pra esquerda. Eu volto pra cozinha, termino de preparar meu café, que é minguado, pois não tenho apetite logo que acordo. Sento e bebo o café com leite enquanto leio e-mails, bloglines. Enquanto isso os mortos de fome devoram o rango, o Roux tudo de uma vez só, o Misty fazendo pausas de lord pra lavar as patas, como quem usa um guardanapo de linho. Eu ainda estou na cozinha lendo quando começa a função do banheiro. Todo dia é a mesma coisa e todo dia eu fico rindo alto, considerando o meu permanente mau humor matinal. Primeiro vai o Roux, que faz tudo escandalosamente. Esse gato não faz nada discretamente, come fazendo barulho, caga e mija fazendo barulho, atá pra andar pela casa ele faz barulho. No banheiro dá a impressão que ele vai virar a caixa de cabeça para baixo. Finalizado a aliviação geral da fome e dos intestinos, ficam os dois caminhando pela casa, como que procurando coisas pra fazer. Se encaram, o Roux dá pulinhos, tenta dar um bote no Misty, que sai correndo injuriado. Um tédio de vida.... Nessa altura já são sete e alguma coisa e eu subo pra tomar banho, me arrumar. Rotina de gato é divertida de se observar, mesmo com um humor azedo, às seis da madrugada.

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January 19, 2006

no escuro

Não pensem que eu desisti. Continuo dando as minhas braçadas e pernadas, só que agora é sob a luz da lua. Não vou negar que achei estranho. Aliás, estranhíssimo. Mas fazer o quê? Não consigo ir nadar às seis da manhã, então tem que ser às seis da noite. Tudo escuro, um friooo, eu visto o meu maiô esbagaçado, porque biquini com frio e lua não dá, e tchigun. Invés das nuvens de floquinho, sol quentinho, passarinhos e aviões militares cruzando o céu azul, é aquele breu, um preto salpicado de estrelas, tudo tão escuro que mal vejo as árvores. E a escuridão se mistura com o vapor que sai da piscina, criando um climão diferente. Mas tudo isso não é nada, comparado com o meio metro de caminhada do vestiário pra piscina e da piscina de volta pro vestiário. Preciso trazer um chinelinho, porque o pé dói de pisar no cimento gelado. E o que não está gelado? Sério, é um sacrifício maior do que eu acharia que poderia tolerar. Mas a visão de uma mulher-saco-de-batata sentada numa cadeira de frente para a tela de um computador por quase oito hoas diárias me faz superar o frio e o escuro. Na verdade eu sempre admito alguns minutos após o primeiro mergulho, que essa hora dentro da água, mesmo no escuro da noite, é bom demais, bom demais.

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January 18, 2006

Save Our Ship

O dia começou com chuva e uma mijaneira sem fim. Não sei quantas vezes fui ao banheiro, só pela manhã. Tive um workshop nesse meio tempo, com um grupo de writers da UC Davis. Sou uma writer, alright, mas não trabalho exatamente como writer. Tudo, absolutamente tudo que foi falado lá eu já sabia. E choveu, fez sol, choveu, fez sol. Minha bike não tem pára-lamas, então amarrei um saco de loja na traseira, pra não ficar com a bunda molhada. Ficou uma coisa bem tosca, mas me safei. Logo depois do almoço o servidor pifou. Senti um cheiro de fio elétrico tostando, mas estava tão concentrada no html que nem pensei em falar nada. Era o cheiro do servidor afundando. Depois disso desenrolou-se ali na minha frente uma daquelas cenas de submarino americano na Segunda Guerra, quando os japoneses atacavam. Eu não entendia nadinha do que os programadores estavam berrando em estado frenético, mas vi que o website inteirinho estava down. Major disaster! Mas o dedicado comandante geek salvou o submarino, que emergiu são e salvo. A partir daí ficou claro que a bruxa estava solta e até o meu editor de html resolveu dar um bug inconsertável e irritante. A técnica decidiu instalar uma versão nova, perdi as preferências, que ela não salvou de propósito e gastei o resto da tarde reconfigurando tudo. Então pra encerrar o dia que começou com chuva, resolvi fazer uma receita nova da Martoca Stewart pro jantar e não ficou muito boa. Como eu sempre digo pra desculpar as minhas capenguices culinárias, até que ficou saboroso, mas o visual, ai valha-me a deusa.

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medalha de lata

É uma caracteristica da minha personalidade que eu ainda não sei se é qualidade ou defeito. Eu não sou uma pessoa competitiva e isso realmente não me incomoda. Vou no meu passo, do meu jeito, não estou muito preocupada. Faço o que tenho que fazer e quem quiser passar na minha frente, que fique à vontade. Pode nadar mais rápido e melhor do que eu, ou falar e escrever melhor, e ter lido mais livros, e ter mais amigos, e ter visto mais filmes, e ter visitado mais cidades e mais países, e saber muito mais coisas - pode saber tudo aliás, que eu não vou pensar que preciso me esbaforir e me estabanar toda pra poder chegar na frente e ser melhor que ninguém.

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January 17, 2006

fancy a game of curling?

Eu faço parte de um grupo de mulheres que se reune uma vez por mês para uma conversa agradável. São americanas, inglesas, francesas, hungaras, filandesas, canadenses e brasileiras. Os assuntos são divertidos e variados, já que todas são mulheres interessantíssimas e a maioria já viajou pelo mundo. Hoje tivemos uma reunião e eu entrei no meio de um assunto, quando uma contava de um casal - ela canadense, ele inglês - que viveram muitos anos aqui em Davis e agora estão no Canadá. Eles enviaram carta com foto dele posando ao lado de um impressionante membro da Polícia Montada no dia que virou cidadão canadense. Todas riam porque uma contou que o juramento foi feito na correria, pois ele estava atrasado para uma partida de curling. CURLING? CURLING! Curling, minha gente! Dei muita risada, pois desde que saí do Canadá que não ouço falar desse jogo bizarro. Nem vou tentar explicar o que é, porque ninguém vai entender nada mesmo. A não ser que você seja canadense, ou more ou morou por lá. Dai é quase certeza que você já participou de uma partida de curling, ou pelo menos parou diante da tevê pra coçar o queixo e se perguntar - que debilóidice é essa?? Se não é, não foi, não está, não esteve, não há palavras que expliquem esse tal de Curling.

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January 16, 2006

beep beep beep

Fui fazer umas comprinhas e em toda loja que eu entrei ou saí que tinha o alarme de segurança na porta eu bipei. Na primeira vez alguém da loja veio conferir se não tinha algo com a tag eletrônica afixada. Eu não devo ter cara de ladra [bom, nem a Winona tinha], pois ele me deu uma piscadela e fez sinal pra eu seguir em frente. Nas outras lojas foi um constrangimento total. Numa delas primeiro soa o alarme bem alto e então uma voz feminina fala em tom ameaçador algo como pare imediatamente e retorne para o interior da loja [e vá pagar o que você está tentando roubar]. Na entrada tudo bem, mas na saída vi atrás de mim uma platéia de pescoços esticados e rostos surpresos me olhando, enquanto eu com a maior cara de atabaque tirava o casaco pra ver se tinha algo nele, ou em mim. Falei entre um sorriso amarelo e uma cara de patza sem-graça, i don't know why i keep beeping, e casquei fora do pequeno shopping center antes que eu acabasse sendo revistada por seguranças não muito amigáveis em alguma salinha secreta nas imediações.

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January 12, 2006

what the fcuk?

Eu tenho uma calça legal. Ela é de veludo cotelê verde oliva, boca larga, cintura baixa, um charme. Eu adoro essa calça, que comprei já faz uns três anos uma thrift store fina [thrift store fina é um oxímoro, eu sei!]. A tal calça é da fcuk, uma loja inglesa que andou na moda, ou ainda está, não sei. Entrei numa delas em Londres, na High Street em Kensington e saí correndo, assustada com os preços. A minha calça fcuk custou oito mangos. E é lindésima. Mas estou aqui divagando porque ela tem uma peculiaridade que até hoje não consegui entender. O ziper dela fica na esquerda. Fui checar as calças de homem pra ver se elas abriam pra esquerda, pois pensei, vai ver comprei uma calça masculina - comigo tudo é possível. Não, as calças de homem têm zíperes na direita, como as das mulheres. Sempre que abaixo ou levanto o zíper da minha calça fcuk penso intrigada - será porque a loja é inglesa? ou porque a calça é pra canhoto? ou está com defeito e por isso acabou no oxímoro? ou é só pra ser diferente. Quem sabe? E quem se importa com esse fcuk mistério?

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January 11, 2006

uma aula daquelas

No caminho pro banheiro cruzei com uma muvuca no corredor. Era uma classe acabando e outra começando. Os alunos da final saindo naquela pressa que só aluno tem, de se pirulitar o mais rápido possível quando a hora diz que a aula acabou. E os alunos da aula que ia começar esperavam calmamente - quem tem pressa - papeando alegremente em pé, ou sentados no chão usando seus laptops ou simplesmente alí, ouvindo música nos IPods *.

Notei um cara todo sujo, mas sujo mesmo, com a blusa, a calça, até o cabelo, ou restinho de cabelo, totamente manchado com um pó branco. Ele caminhava junto com a meninada e falava com um e com outro, gesticulava. Enquanto fui passando e olhando abismada pra aquele cara estranho que me toquei que ele era o professor e que estava todo sujo de giz. **

* vamos ter gerações de pessoas surdas [SURDAS!!!] em alguns anos por causa desses IPods...

** não falei que meus assuntinhos irião mudar??

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January 10, 2006

quero é cachecol

Um frio da caçamba e essas gurias de blusinha decotada, malhinha de ziper aberta por cima, só pra dar aquele charme. Visual lindo pra um dia de primavera, não pra um dia gelado de inverno. Nos meus cinco minutos de pedaladas - ida, volta, ida e volta - diáriamente pelo campus, eu vejo coisas bizarríssimas. Num dia denso com geada no gramado, um fulano caminhava em direção à sua classe de bermuda e chinelo. Mas as meninas são piores, porque elas precisam mostrar o corpitcho malhado, o implante bustial, o bronzeado artificial [ou havaiano], afinal de contas Shakira é o atual modelo de feminilidade e sensualidade. I don't give a damn, é inverno, eu sinto um frio desgraçado, não quero saber de ser sexy nem nada. Quero me cobrir, vestir meias, gola rolê, casacão quentinho, minha touca e cachecol!

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January 8, 2006

nove e dez da manhã

Dormi duas horas a mais e espero me sentir mais descansada. Ontem percorri o dia como se estivesse correndo uma maratona. Não parei das sete da manhã até as sete da noite. Senti um cansaço tão extremo, que me toquei que não vou poder fazer no final de semana o mesmo tanto de coisas que eu fazia durante a semana. Simplesmente não vai dar.

Lavei uma calça "dry clean only" e ela ficou cheirando a enxofre. Lavei uma blusa de lã "dry clean only" e ela encolheu dois números. Não é que eu não queira mandar pra lavanderia e fazer lavagem a seco, mas uma calça? E uma blusa? Eu ainda tenho essa mania de achar que só água lava e limpa bem.

Vou precisar ter duas agendas, uma em casa e outra no trabalho. Eu gosto de ter tudo escrito no papel, na minha frente, gosto de virar as páginas, escrever os aniversários com caneta, ter os telefones das pessoas anotados na última página. Mania que dá mais trabalho.

Pelo menos parou de chover...

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January 7, 2006

pão, leite, banana, alface, flores

ibflowers.JPG

Há um tempo que eu peguei o bom hábito de incluir flores na lista de compras. Vai alí no super? Traz umas flores. Aqui os supermercados já facilitam tudo, colocando as flores logo na entrada, pra ninguém poder dizer que não viu ou esqueceu. Eu compro as mais baratas, de $2,99 a 5,99, mas elas fazem uma diferença danada na casa, especialmente durante os meses frios quando o tempo não permite encher vasos. Hoje dei uma passadinha no Trader Joe's e vi todo mundo levando flores nos pacotes de compras, como eu. Trouxe comigo lindas gérberas laranjas.

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January 6, 2006

firifiufiu

Imaginem uma pessoa de pijama às oito da noite, pronta pra dormir: essa sou eu, agora. Roux ao meu lado, toma um daqueles banhos de gato caprichados, que até corta as unhas e apara os bigodes. Preciso avisar pra ele que ainda não é sábado. Uma neblina baixou na cidade às quatro da tarde. Sumiu o Mondavi Center e os horizontes. Fomos jantar num libanês e tinha uma mesa com umas inglesas e outra com uns irlandeses - todos comentando sobre cidades na Califórnia. É muito chato ficar ouvindo conversa alheia num lugar fechado, mas às vezes não dá pra evitar. Estou contando os minutos pra não ser tão cedo. Um filme chatésimo na tevê com o James Stewart. Preguiça de mudar de canal. Hoje não quero ouvir falar de comida.

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January 5, 2006

assuntinhos

Se eu quiser blogar, vou ter que blogar à noite. E cansada. Ainda bem que agora posso blogar da cama. Se eu já não andava respondendo comentários, vou precisar me ajoelhar no milho e pedir muito perdão. Pelo menos vou mudar um pouco os assuntos.

Minha primeira reunião com o grupo de trabalho, foi uma reunião para se decidir como comemorar os aniversários. Votamos e ficou decidido que os dias serão comemorados democráticamente somente por quem quiser comemorar e cada aniversariante trará o bolo que mais lhe apetecer. Adorei isso, pois não iria querer comemorar meu aniversário com um bolo ressecado, com recheio e cobertura feitos com banha vegetal, decorado com flores cafonas de açúcar, comprado em qualquer supermercado por um mão-de-vaca sem paladar.

Minha bike precisava de manutenção: apertação de parafusos e lubrificagem. Está nos trinques e agora eu vou poder voar - vupt - ida e volta, do trabalho para casa.

Ontem o campus da Universidade da Califórnia estava uma tranquilidade. Hoje aconteceu uma invasão de alunos falando em celulares e pedalando bicicletas, muitas vezes os dois ao mesmo tempo, usando cachecóis coloridos, Ipods, Ugg boots, toucas, casacos abertos e até uns corajosos chinelos de dedo. Da janela da minha sala vejo o movimento, quando levanto a cabeça pra pensar.

Vamos ter que arranjar uma planta pra substituir a árvore de natal na sala. É que amanhã é dia de se livrar dela e os gatos vão ficar desolados. Desde a véspera que natal que eles instalaram residência na sala, pois imagina se iriam ficar longe da árvore. Uma árvore na sala, gente! Uma árvore na sala!!

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January 3, 2006

bunda quadrada no more

Minha cadeira no escritório de casa é legal mas já é bem velhinha. Pra mim ela ainda estava boa, apesar de eu ficar meio desconjuntada quando inventava minhas modas e passava muitas horas sentada nela. Hoje fui escolher uma cadeira ergonométrica para o meu novo desk, no meu novo escritório, no meu novo trabalho na UC Davis. Eu não tinha a menor idéia de como estava sentando mal. Testei várias cadeiras, enquanto a pessoa me explicava o que cada botão ou alavanca em cada uma fazia - despressiona os joelhos, equilibra as pernas e o torso num determinado grau, apoia o lombo inferior ou superior, inclina seguramente, mantém os braços noa melhor altura, pra dentro ou pra fora, eteceterá. Escolhi uma bem modernoca, depois decidi o material e a cor do estofamento. Me perguntaram qual era o tipo de chão de onde vou ficar, pois isso influencia na base da cadeira. Agora nunca mais ficarei malajambrada....

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January 2, 2006

24

Parece que foi ontem que eu olhei pra ele, enquanto ele dirigia o carrinho em direção ao nosso novo apartamento, e pensei - nossa, como é charmoso esse meu marido!

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January 1, 2006

bom dia!!

the weather is frightening
the thunder and lightning
seem to be having their way
but as far as i'm concerned, it's a lovely day!
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