March 29, 2006

sigambá, gambamos

Eu achava que não tinha uma resposta à altura pra aqueles chatos que insistem em inserir em qualquer conversa suas conexões manhattan com ricos & famosos. Mas eu não sou plebe não. Também tenho o meu currículo calçada da fama.

- estudei no mesmo colégio que a mulher do jogador Careca do Guarani.

- fui amiga de uma amiga das filhas da Jane & Herondi.

- morei no mesmo prédio que a compositora do Ovelha e do Wanderlei Cardoso.

- a mãe do Everton de Castro foi nossa vizinha por dois anos.

- meu marido foi entrevistado pelo Rodolfo Gamberini.

- abracei o cunhado do Jimi Hendrix. [essa arrasou Paris em chamas, hein?]

- meu pai é primo de segundo grau do Carlos Manga.

Tô no topo ou não topo?

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March 26, 2006

quase real

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por linhas tortas

Meu exercício de nadar é algo puramente egoísta e solitário. Nado porque adoro nadar, e porque me faz bem. Não nado pra me enturmar ou arrumar amigos na piscina, nem pra competir e ser melhor. Não faço questão de elogios, nem de torcida, nem de aplausos. Gosto de nadar sozinha numa raia e de fazer o que me der na telha. Detesto ser mandada, ser direcionada - faça isso, faça aquilo, assim e assado. Gosto de fazer meu próprio set, sem ninguém me dando dicas. Detesto fazer parte de grupinhos, com aquela enturmação falsa e conversinhas tolas. Adoro refletir e pensar enquanto nado, não fico contando os yards, nem os minutos. Adoro dar minhas braçadas e pernadas mesmo não sendo rápida, nem tendo a melhor técnica. Nadar pra mim é um prazer. Vai deixar de ser quando começarem a me pressionar pra fazer tudo perfeito, num esquema pré-determinado e dentro de regras.

É exatamente a mesma coisa com o meu exercício de escrever.

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March 25, 2006

como sobreviver à tanta canalhice e pouco caso?

Eu paguei meu cookbook club duas vezes sei lá por que. Eles já me contactaram não sei quantas vezes pra dizer que eu tenho um crédito, que devo usá-lo a hora que eu quiser. Detesto ficar comparando coisas assim, mas desta vez não vai ter jeito.

Lembram da saga da Fnac que se iniciou em novembro? Pois ainda não foi resolvida. Pra debitar no meu Visa foi vapt-vupt, pra creditar, só deus sabe quando. Eu escrevo pra tal pessoa que a Gabby batalhou pra conseguir o e-mail, porque no site da Fnac não tem um contato para assistência ao consumidor, e a fulana me responde frases chavões, como "estaremos contactando o nosso departamento financeiro." Poutaqueoupareu, quatro meses e nada? Vou ter que perder meu tempo e escrever pra Folha de São Paulo, ou outro canal da mídia, pois o descaso é enervante...

Antes de virmos pra Califórnia em 97, o Uriel foi no CREA em Campinas e cancelou a inscrição dele, que meu pai ficou pagando nos anos que estivemos no Canadá, mas que a partir daquele momento não fazia mais sentido continuar pagando, pois ele não exercia e nem iria exercer mais a profissão de engenheiro no Brasil. Oito anos depois chega a carta do CREA, intimando o pagamento de todos esses anos, que já tinha virado uma dívida da União. Como vamos achar aqui o papel do cancelamento? Como vamos provar que ele foi lá pessoalmente e cancelou? O Uriel nem tem tempo. Um amigo nosso e o pai dele, também engenheiros, estavam passando pelo mesmo problema. Deu um pau na base de dados do CREA e - guess what? - vamos cobrar todo mundo, assim fazemos uma grana, êba! E cobraram. Como perdemos o prazo de apelar, morremos com 500 dólares, que é nosso dinheiro suado indo pro bolso dos corruptos. Juro que dei graçasadeus que não pago mais imposto no Brasil, pois iria viver verde de ódio.

Meu irmão foi ao Brasil rapidamente e eu pedi pra ele me comprar dois perfumes da Chamma da Amazônia, no shopping Iguatemy de Campinas. Ele comprou, voltou pra Londres, me enviou os perfumes, que eu paguei pra ele, e quando abri os vidros para usar, os dois pergumes são APENAS ALCÓOL! Não tem perfume nenhum... A Chamma da Amazônia de Campinas vendeu dois frascos cheios de alcóol pro meu irmão. E agora mané? O que eu faço?

Sinceramente, é pra dar uma úlcera.

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March 20, 2006

m

"It's not easy having a good time. Even smiling makes my face ache."

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March 19, 2006

minutos salpicantes

Escrevendo na cama, o Roux me fazendo companhia. O gato mais folgado da paróquia. Se não tomar cuidado ele deita no travesseiro do Uriel e se enfia embaixo do edredon, como se fosse uma pessoa.

Eu comparia um Ipod amanhã, se ele fosse à prova d'água e eu pudesse nadar ouvindo música.

Se eu não tenho paciência com muita gente, muita gente também não tem paciência comigo e estamos quites.

Realizei um sonho: nadei às dez da manhã num dia ensolarado.

Tivemos um almoço com comida mais ou menos e companhia excelente.

Eu mordo a parte de dentro da boca do lado direito. Depois dói pra dedéu.

Saudades.

Filas se multiplicam por dez nos finais de semana.

Atestado de geekness - eu sonho com html.

Lembro de comprar tulipas e vinho, esqueço de comprar salame e cebola.

Mais um dia.

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March 18, 2006

plin..

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o homem do garfo

Me contaram que ele adora comer, mas não parece, quer dizer, eu não vejo ele comendo, nem andando pelo local com bolachinhas nas mãos e a boca cheia de farelo. Vejo sim, ele segurando uma caneca de cerâmica feita à mão, sempre cheia de café com leite. Mas a caracteristica principal dele é ser engraçado pacas! Me contaram também que ele é o "punster" do local, tem sido por mais de vinte e cinco anos. Eu saquei isso rapidinho, antes mesmo de alguém me dizer qualquer coia, pois toda vez que ele aparece na minha frente eu começo a rir. É a entonação da voz, as palavras usadas e, é claro, o humor peculiar, que isso é uma coisa que já vem embutida no dna, ninguém se transforma numa pessoa espirituosa e sagaz, tem que ter nascido com os genes.

Então outro dia, no meio de uma reunião, ele começou a contar o causo mais delirantemente divertido que eu já ouvi nos últimos meses. Era um roteiro de filme pastelão, totalmente Buster Keaton, onde ele fica preso na biblioteca pública à noite. Foi um encontro mensal do clube dos aviadores e quando tudo terminou, ele resolveu ir ao banheiro. Ninguém notou a ausência dele, foram embora, trancaram a porta e jogaram a chave na caixa do correio. E ele ficou lá dentro. Todo mundo chorava de rir com o jeito que ele contou a história, que mesmo se tivesse sido contada por uma pessoa comum teria sido engraçada. Eu ria em dobro, pois tinha notado um detalhe extra que ninguém notou: enquanto ele falava empolgadamente, segurando a tal xícara de café com leite, UM GARFO de metal prateado se sobressaía, fazendo companhia para algumas canetas e lápis no bolso da sua camisa.

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March 16, 2006

Chick Corea é um lambisgóio e Macbeth não vale um tostão

A parte que eu realmente gosto no meu trabalho voluntário no Mondavi Center é aquela hora antes das portas se abrirem para o público, quando entramos no teatro vazio e vemos o artista em roupas comuns, testando os instrumentos, o microfone, ensaiando com a banda, aquecendo a voz, ou o corpo, todas essas coisas que você não vê quando compra um ingresso para um show. O teatro é lindo e tem uma acústica impressionante. É um lugar mágico, porque ali mágicas acontecem. Eu gosto de observar também o corre-corre do pessoal da iluminação e do palco, as luzes apagando e acendendo, é realmente um treat.

Mas não ando muito animada para trabalhar mais quatro horas, depois das minhas oito oficiais. Eu preferiria ficar em casa vendo filmes na tevê. Então estou meio que só cumprindo a minha obrigação, já que me inscrevi pra trabalhar nesses show há muitos meses. E em março eu estou escalada para muitos shows.

Na terça-feira foi o Chick Corea, que trouxe sua banda colorida com um brasileiro percussionista de dreadlocks, um madrileno flautista de mullets, mais baterista, baixista e uma dançarina de flamenco simplesmente excepcional. O show foi excelente, mas infelizmente o cansaço não me deixou aproveitá-lo como deveria. Eu começo a ficar agitada, irritada e me ponho a falar coisas das quais vou me arrepender. Ainda mais que o Corea estendeu o show de noventa minutos para duas horas e meia. Eu pensei que nunca deitaria na minha cama...

E no dia seguinte enfrentei Shakespeare, trazido por uma companhia novaiorquina que vem todo ano para duas apresentações: sempre uma história do Bardo e outra de outro autor, mas também clássica. Este ano é Macbeth e Os Três Mosqueteiros. Dos Mosqueteiros eu me livrei. Mas tive que encarar as duas horas e meia de inglês de mil e seissentos, tentando não sucumbir de cansaço e irritação. Mas o pior nem foi isso. O grande esforço foi tentar disassociar o sanguinário e demente Macbeth, da cara de Matthew Perry que o ator do personagem tinha.

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March 14, 2006

já encheu...

Hoje acordei de piquá cheio da chuva, do frio, do meu marido dando aula neste quarter e dormindo à 1 e acordando às 5am, da incapacidade de pegarmos um cineminha, das cagações dos gatos, do preço do gás e da eletricidade, da água pesada cheia de cálcio de Davis, das ausências, do mato crescendo livremente no quintal, das egotrips, do jornal nunca mais lido, do biscoitinho ultra-calórico, dos sanduíches de queijo com presunto, da perna peluda, da piscina gelada, da minhoca que pegou carona na cesta de legumes e que enlouqueceu o Roux por horas.

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March 9, 2006

eu sou noooormal

Recebi a peteca da Beth, então lá vai:


  1. tenho mania de banho e escovo os dentes e passo fio dental sempre dentro do chuveiro [duas manias em uma, ganhei tempo!]

  2. só bebo café com leite morno; água só gelada; sopa só fervendo.

  3. falo sozinha em casa, no carro, nas lojas e na rua. está ficando cada vez pior. se alguém ver uma descabelada bicicletando e falando sozinha, vira pro outro lado e finge que não viu, tá?

  4. não vivo sem lip balms. tenho eles espalhados pela casa, na bolsa, nos bolsos dos casacos. recebo cada olhada das visitas quando tiro um lip balm de dentro de um enfeite na sala.

  5. só durmo vendo tevê.

E agora vai pra:

  1. Moa
  2. Bia
  3. Mina
  4. Maura
  5. Lys

*Nós já brincamos disso em 2001. Lembram? ;-)

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Viva o Dia Internacional da Sereia!

Hoje é um dia importante internacionalmente. É o aniversário de uma das mulheres mais lindas, carismáticas e charmosas da minha família. Ela é parte de um grupo bem homogêneo, já que na minha família só tem mulheres lindas, carismáticas e charmosas - ho ho ho! Estou chovendo no molhado, pois quem nos conhece sabe. Não sei se vou conseguir falar com ela, por causa dos meus compromissos da semana, dos compromissos dela e do famigerado fuso horário. Mas sei que se conseguir falar, vou ouvir o som que ela faz quando manda beijos pelo telefone, e ela vai com certeza perguntar do Misty, e dizer que quer vir me visitar. Ela pede isso o tempo todo. O mais legal são os beijos, que são beijos mesmo, não a palavra beijos! Que dia especial, hein? Aniversário da sereia Paula!

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March 8, 2006

não é por falta de espelho

Não tem sempre um dia em que você se veste pela manhã e tudo que você escolheu pra usar combina, está lindo e garboso, e então você saí feliz da vida, garantida, se achando super criativa, bem vestida, sempre com um certo charme especial? Mas de repente, lá pelo meio da manhã, acontece uma transformação e a sujeita elegante e rock 'n' roll de horas atrás se transforma numa verdadeira palhaça, de sapatos enormes, cores berrantes descombinando, parecendo um saco de batatas psicodélico. E daí é aquele sofrimento atroz, passar o resto do dia se vendo refletida em toda porta ou janela de vidro pela qual você é obrigada a passar incontáveis vezes. Todo mundo tem um dia assim, não tem? Um dia bozó.

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March 6, 2006

nós na chuva

Patricia nos explicou no sábado o seu esquema de identificar brasileiro no campus quando chove. É bem simples, se você vê alguém correndo descabeladamente tentando ir de um prédio ao outro debaixo de chuva, a probabilidade desse alguém ser brasileiro é bem alta. Por quê? Simplesmente porque brasileiro nunca lembra de levar guarda-chuva quando saí de casa. E quando lembra, esquece o dito cujo no primeiro lugar que parar. Uma excelente teoria, que hoje mesmo eu já provei verdadeira.

Quando me vi correndo pela chuva, sem o guarda-chuva, que tinha esquecido na minha sala - e que sinceramente, vivo esquecendo em todo lugar que vou, comecei a gargalhar sozinha, abismada com o quanto a teoria da Patricia estava correta. Transloucados e transloucadas correndo desesperadamente pela chuva, só pode ser um de nós. Eu ou você!

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March 5, 2006

preste atenção, e não se engane

Ela passaria facílmente por uma americana blue collar de seriado de televisão. Nome e sobrenome americano. Visual perua de Peggy Bundy: roupas coloridas, cabelão, sandália de salto alto decorada com strass, unhas longas pintadas de amarelo, moleton de time de baseball. Maior atitude, falando alguns palavrões e contando detalhes da vida íntima para os colegas de trabalho e pegando no pé de um e de outro com piadinhas sem graça. Sempre segurando uma caneca de café. Mandando e-mail pra todo mundo com a foto do sofazão cafona reclinável que ela comprou, e comentando quanto pagou. Falando sempre bem alto e prometendo pagar um jantar para todos se ela não estiver com um "six-pack" abs até julho. Ninguém duvidaria da nacionalidade dela, se ela não tivesse um sotaque pesadíssimo que denunciasse que ela é uma imigrante japonesa!

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March 4, 2006

muita coisa pra dizer

Eu costumava ler umas pessoas que me inspiravam. Umas sumiram, outras ficaram chatas pra carvalho. Vocês sabem, eu não gosto de ler pra ficar refletindo, discutindo, analisando. Eu gosto de ler pra dar risada, me entreter e relaxar.

Quando eu fico cansada, eu choro. Fui trabalhar num show no Mondavi Center na quarta-feira. Meio da semana, já caí na real que não vai dar. Era um grupo de dança indiano, que tocava uma músca hipnótica e cinco bailarinas faziam barulhinho de guizo enquanto davam passinhos no palco. Eram danças sagradas dos templos e uma história de amor entre Krishna e Lakshmi. A primeira parte foi interessante e divertida, mas a segunda foi de lascar a lenha. Comecei a ficar tremendamente cansada e irritada, com vontade de chorar e sair gritando "chega! chega! chega!" pelos corredores do teatro. Eu batia o pé impaciente e uma das voluntárias sentadas ao me lado colocou a mão delicadamente no meu braço, como quem diz "paciência, pacência, já está terminando". Cheguei em casa delirando de cansaço e irritação, chorei no chuveiro, não vai dar mais. Tenho que trabalhar somente em shows de finais de semana. Ponto final.

Abriu uma Ikea aqui perto, em West Sacramento. Tinha gente acampando na porta há mais de um mês, pra ganhar os prêmios que a loja oferece para os primeiros da fila. Imaginem a rebordosa. Eu quero ir lá, mas vou esperar passar um tempinho. Agora não precisaremos mais ter inveja do povo da Bay Area, com suas casinhas frugalmente mobiliada, nem viajar uma hora pra comprar nossas coisinhas bonitinhas e baratinhas!

Outro dia passei parte do dia trabalhando de casaco. Não sei o que me deu, mas senti um frio descomunal. Pedi desculpas pela situação. Fui à uma reunião com a assessora de imprensa e a gerente geral do projeto vestindo um casacão. O diretor passou por mim e disse rindo - não se preocupe, você tem todo o direito de sentir frio, você é brasileira.

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