June 28, 2009

comendo flor

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June 27, 2009

40ºC / 105ºF

Estou trancada em casa, com as janelas e persianas fechadas, a/c central ligado porque o calorão começou. Já não me importo mais com isso, porque há coisas muito piores neste mundo. O calor poderia ser úmido e chamar insetos. O que não acontece. Nos orgulhamos e nos gabamos de ser apenas um monte de uvas passas cantarolantes e felizes.

Finalmente, depois de dois anos planejando e repensando estou conseguindo por em prática uma reformazinha que queria fazer no quintal. Tudo pra mim é assim, um custo. Mas justo hoje, nesse calorão dos infernios, o moço tá lá fora assentando tijolinhos. Fui dizer pra ele peloamorededeus beber bastante água. Mas não posso abrigar ninguém a não trabalhar.

Nos primórdios deste blog eu escrevia sobre uma gata, que virou gato numa história notável e mirabolante. Tantos anos se passaram, nem eu me dei conta de quantos e hoje já tenho que enfrentar o mais difícil, que é observar o envelhecimento desse animal.

Deu pra perceber que eu só vim aqui pra encher linguiça? Pois assunto não há. Tudo ficou tão absurdamente particular. Mas eu hei de recobrar, ou redescobrir, uma maneira legal de continuar registrando dias, semanas, meses e anos, sem comprometer ou exaltar a malta.

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June 26, 2009

ZzzZzzzZzzzzz

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June 9, 2009

o cheiro [favorito]

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June 5, 2009

cor-de-rosa & fumegante

Faz tempo que estou pensando numa coisa e hoje fui checar alguns websites listando cafés em Saskatoon, Saskatchewan. Num deles, cliquei num mapa e quando vi os nomes das ruas e dos parques da cidade onde morei por tantos anos, senti meu coração doer daquele jeito estranho que só as memórias do passado conseguem fazer doer. Isso aconteceu porque lembrei de uma coisa boa dos meus invernos em Saskatchewan. E era obviamente uma bebida: um leite fervendo aromatizado com um xarope de fruta e servido em tigelas brancas de cerâmica. Não me lembro como era chamado, só lembro que entrávamos num café de esquina no final da Broadway Ave e pedíamos o leite com sabor de morango ou framboesa, que vinha fumegando dentro da tigela e bebíamos segurando com as duas mãos. Era para aqueles dias frios, pra descongelar os ossos. Minha lembrança mais querida é do dia que fui lá com a minha irmã. Deusdocéu, ela sofreu naquelas cinco semanas de invernão que passou lá com a gente! Quando eu contava do frio de Saskatchewan, parecia tudo uma piada. Mas minha irmã sentiu na pele que nada daquilo era brincadeira. Um dia fomos fazer não-sei-o-que na Broadway e estacionamos o carro na rua. Era o tempo de atravessar a rua ou andar um mísero quarteirão e já estávamos com as pestanas cheias de gelo. Os olhos eram a única parte do corpo que ficava descoberta. Tínhamos que enxergar e iria ser o cúmulo da ridiculice, além de toda a fantasia de esquimó, ainda ter que usar goggles. Nesse dia entramos no tal café—que não lembro o nome e pelo jeito não existe mais - completamente transtornadas, com as pestanas cheias de gelo, e pedimos duas tigelas de leite com sabor de framboesa. Bebemos sentadas ainda de casacos, cachecol, touca, com as bochechas vermelhas, as pestanas molhadas. O leite fervendo foi esquentando o nosso corpo e a nossa alma. Fomos ficando mais relaxadas, menos transtornadas, fomos tirando os mil traquelaques invernais, tiramos o casaco e ficamos conversando por um tempao lá dentro do café aconchegante e cheio de gente tomando leite, chá, café, lendo livros ou jornais ou conversando, como nós.

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