February 18, 2011

[a dar ouvidos]

Uma das minhas colegas de trabalho me conta histórias incríveis. Ela deveria pedir demissão desse emprego e se dedicar a escrever ficção. Inspiração não vai faltar. Num dia ela veio me dizer que estava pensando em talvez ir até a casa da mãe, pois o irmão tinha entrado na floresta há dias para caçar e ainda não tinha regressado. Retruquei exaltada—mas você já ligou pra policia florestal? Ela respondeu sorrindo calmamente—ah, ele sempre faz isso. Outra vez ela me contou umas fofocas envolvendo outros colegas de trabalho. São pessoas que já se aposentaram e com quem eu não convivi muito, mas a história envolvia sexo, drogas, traição e me deixou de bocão aberto. Sinceramente, eu nunca imaginei que rolasse tantos agitos na vida íntima dessa gente. Bafões de bastidores. Bob & Carol & Ted & Alice. Numa outra ocasião ela chegou no meu cubículo segurando um papel e leu pra mim, em tom teatral, a pequena crônica que ela tinha escrito sobre uma cena da sua infância. A tia corria atrás dela com um pau de vassoura e ela enfrentava a megera com xingos audaciosos e pesados pra sairem da boca de uma criança. Eu fiz algumas perguntas curiosas e ela me contou sem constrangimentos que a tia era uma pinguça e o tio abusava sexualmente as próprias filhas. No nosso último convercê ouvi a descrição minuciosa, com toques de comédia pastelão, de como ela foi dar comida para os gatos do namorado e ficou presa na garagem sem acesso de volta à casa. A chave do carro, bolsa e celular trancados do outro lado da porta. Não pude acreditar na paspalhice, que felizmente teve final feliz quando ela convenceu uma das vizinhas a emprestar o filho de três anos, passá-lo pela portinhola dos gatos e depois guiá-lo para que ele abrisse a porta.

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February 5, 2011

[a box for treasures]

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February 1, 2011

o céu do inverno

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(( what a day, what a week, what a month, what a year! ))

Já posso comentar sobre o ano, pois já fechamos o primeiro mês e tudo está indo muito bem. Nossa rotina mudou drasticamente com o Uriel passando a semana em outra cidade e voltando só nos finais de semana. Não está ruim, nem posso reclamar, está apenas diferente. E agora podemos fazer coisas divertidas juntos, e isso é o mais legal. Meu chefe pediu demissão pra iniciar uma carreira completamente diferente, tratanto pacientes de dores crônicas com energia, reiki e ervas. Parecia que o mundo iria chegar ao fim, todos correndo em circulos como baratas tontas em pânico, mas até agora tudo está tranquilo, tirando o fato de que eu estou trabalhando em dobro. Quase nem tenho conseguido fazer minhas caminhadas nos breaks da tarde, quanto muito quando chego em casa. Se eu me esforçasse mais, tenho certeza que conseguiria, mas sei lá, mil coisas, quando chego em casa prefiro ficar na cozinha. Mas tenho nadado, com chuva e neblina, que é só o que temos tido por aqui. Céu azul somente vez ou outra, como um prêmio por bom comportamento. Inverno, né? E também não vou reclamar disso. A rotina mudou para os gatos também, com o Roux cada dia mais patzo e carente e o Misty cada dia mais velhinho e recluso. Sempre que comento sobre a triste velhice galopante e notável do nosso gato Misty, alguém responde—mas ele teve uma vida muito boa! E não posso discordar, pois essa é a mais pura verdade.

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