August 27, 2012

[not] always a bed of roses

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Reconheci o mocinho que inspecionou minha casa em Davis antes da mudança. Aquele que me disse—vá para Woodland com a mente aberta que você vai adorar e vai encontrar lá a sua tranquilidade! Foi exatamente o que fiz e foi o que aconteceu. Toquei levemente o ombro dele para dizer que lembrava dele e mencionei o que ele tinha me falado na época. Conversamos por uns minutos. Ele também mudou, de San Diego para Woodland, o que deve ter exigido uma mente muito mais aberta que pra sair de Davis.

Essa história é parecida com a da mulher que comprou minha mesa de jantar quando desfiz minha casa em Piracicaba para mudar para o Canadá. Ela tinha tido uma experiência similar—morou num outro país acompanhando o marido que fazia um doutorado; e me aconselhou a aproveitar cada minuto, sem ficar chorando de saudades do Brasil pois aquela era uma oportunidade única. E foi exatamente o que eu fiz.

Sei que essas coisas são um baita clichê, frases que as pessoas falam umas para as outras e que podem não significar grande coisa ou absolutamente nada se você escolher não ouvir.

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August 19, 2012

keep up with the Joneses all the time

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Estava 37ºC e eu exclamei—que calor! Só pra ouvir uma alemã retrucar—mas você não deveria estar acostumada com isso, não está no seu sangue?

♪ ♫ meu sangue latino, minha alma cativa, lalaralá ♪ ♫

Se eu tivesse mais tempo iria me envolver nas politicas de Woodland. Principalmente nas relacionadas a comida e agricultura. Ainda mais que agora tem um grupo que está se reunindo e conversando sobre a possibilidade de abrir um food co-op pro condado. E eu queria muito me envolver nisso.

Ouvi no rádio [NPR] que de cada seis americanos, um é latino. E que a maioria desses latinos prefere falar, ler e ver tevê em inglês. Nada como a realidade desalinhando o chakra dos estereótipos.

Velhota de shortinho e sandalhão—eu lido muito bem com insetos, pode deixar comigo que eu mato sem problemas essa barata.

Moça que faz zumba comigo tem uma cara de malvada. Tento não ficar muito perto dela, com medo de levar empurrão. E ela ainda tem umas unhas enormes, no estilo das da Barbra Streisand, pintadas com a bandeira dos EUA ou tons degradês de verde ou salpicadas de purpurina.

Não entendo por que esse povo que bebe café precisa carregar a canecona pra onde quer que vão—pro banheiro, pra reunião, pra instalar o fio, eteceterá.

Tenho certeza que este verão está sendo o mais quente dos últimos anos. Mas se está quente em Paris também, nem vou reclamar. [rsrsrsrs]

Zen and the art of swallowing frogs gracefully.

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August 6, 2012

once—more?

—vocês vieram de onde?
—viemos de Woodland ali no condado de Yolo.
—Woodland? é que percebi que vocês têm um sotaque...
—ah, é que somos brasileiros.

Foi um convercê curto com o artista hipongo que vive na vinícola que visitamos no condado de San Joaquin. Ele foi direto ao ponto, porque não é sempre que as pessoas perguntam. Você fica falando com o seu sotaque, que é algo totalmente evidente, e consegue até visualizar os zilhões de pontos de interrogação flutuando pelo ar. Porque o sotaque do português brasileiro ainda não é tão popular a ponto de ser facilmente identificado. Só que quando rola esse tipo de questão, a resposta nem sempre soa correta pra mim, porque o Brasil não tem nada a ver com a história—nós realmente viemos de Woodland, ali no condado de Yolo, e o fato de falarmos com um sotaque é apenas um detalhe.

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August 1, 2012

〈 perception 〉

Triple-digit temperatures—a combinaçāo de palavras que mais temo. Quer verāo de verdade, com bafāo sem umidade tipo sauna seca? Vem visitar o nosso central valley e ver a uva virar passa. Ouvi no rádio uma coisa que já sabia: aguentamos o baque do bafão seco de 40ºC daqui muito melhor do que se fosse 32ºC mas com umidade. E o calor tórrido sem umidade durante o dia e as noites frias do nosso clima de deserto deixam felizes os tomates e as uvas.

Na maioria das vezes qualquer vinho que eu beber aqui nessa Califórnia será bom. Uns melhores. O white zinfandel seria o nosso rosé?

Acho que sou a pessoa que mais come no meu trabalho. E a que mais ocupa espaço na geladeira com comida. E a única com uma coleção de talheres, pratos de bambu e xícaras estocados no armário do cubo.

Vida na roça—pensei que era um acidente quando vi três carros de policia, uma caminhonete do animal rescue e uma policial toda alvoroçada correndo pela estrada. Mas era apenas um bulldog fugitivo tentando escapar. O cachorro todo pimpão estava dando um olé nos humanos, pinoteando de um lado pro outro da estrada com a banha da pança balançando. Todos que estavam nos carros riam.

Muitas vezes eu odeio tanto, tanto falar com sotaque. Mas daí me dizem que 40% da população no campus da UC Davis é estrangeira e desencano.

Eu juro que li numa revista TPM que a moça tem um retrato na parede da sala pintado com o seu próprio sangue. Como será que ele foi feito? Ela foi no laboratório e tirou um tubo de sangue, ou pinchou o dedo com o alfinete e foi pingando sangue na paleta do pintor? Eu não sou editora e muito menos tenho o português perfeito, mas lendo essas revistas TPM, que pego de gratis pro iPad, vejo muitos errinhos publicados.

Na reuniāo de trabalho eu falando sem parar sobre o meu gato velhinho que esta doente. ‪#lotionness‬

Sinto muito mas não tenho tempo pra fazer picles com a casca da melancia.

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