February 28, 2002

Grammy Awards

Como eu assisti, vou ter que comentar. O Grammy Awards tá ficando uma chatice total. O Jon Stewart é engraçado no show dele, porque ele fala de política, mas pra ser host de premiação ele não serve. Sem falar que ele não ofendeu ninguém e puxou o saco até da Nelly Furtado. A cena inicial, com os seguranças deixando ele de cuecas no palco foi a coisa mais sem graça que eu já vi....

Adorei a apresentação das músicas da trilha sonora de Oh Brother, Where Art Thou? Também adorei eles terem ganhado um monte de prêmios.

Gostei dos prêmios pro U2 e da apresentação deles.

Gostei da Mary J. Blige em momento arrepiante, cantando No More Drama, que parecia que ela estava realmente falando dela mesma, do fundo do coração e verdadeiramente. Ela é uma artista respeitável.

Gostei também das chatinhas-jequinhas-mal-vestidas Destiny’s Child cantando em espanhol, com um cantor latino bonitinho. Elas têm vozes lindas, só precisam deixar de compor e cantar sucessinhos pop-enlatados.

AMEI, AMEI a apresentação do Outkast! Eles estavam cool as usual! Cantaram Ms. Jackson com crianças ao fundo, brincando de corda e roda, num playground estilizado. Um grupo de hip hop que se apresenta sem um monte de garotas peitudas de biquíni se rebolando no palco!! That’s refreshing! Mereciam ter ganhado tudo, mas só abocanharam o prêmio de Best Rap Group [ bateram o fodão Jay Z]. Adorei tudo neles!

Também AMEI a apresentação do Dylan. Ele eu nem preciso comentar, né?

Detestei os prêmios pra Alicia Keys. Achei ela a mais cafona, com o cabelo mais feio, o make up mais nada a ver, com a coreografia mais feia na apresentação e o discurso [que foram TRÊS, aimeudeusdocéu!] mais chato. Ela é toda chata, apesar de ter talento e uma voz muito bonita. Mas pra agüentar o papinho e as caras, é dose.

A Nelly Furtado também é chata que só ela..... Só que divulga a língua portuguesa, dizendo ‘obrigada’ invés de ‘thank you’. É o único charme dele.

O Gospel do final do show estava fraquinho, mas eu gostei mesmo assim. Com o Al Green, que agora é um pastor, todo vestido de dourado!


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February 27, 2002

Tchau, Tio!

Pro meu querido Tio João:

**

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente
a nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira


Pro meu querido Tio João:

**

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente
a nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

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woke up this morning feeling around for my shoes

Vontade de ficar aqui só escutando o Blues....

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February 26, 2002

The Rosa Parks Story

Domingo eu consegui ver The Rosa Parks Story, na CBC. É um filme feito pra televisão, mas estava muito bem feito e caprichado, eu gostei. Todo mundo já conhece a história do boicote aos ônibus na racista Alabama da década de 50. Tem um filme muito lindo, com a Sissy Spacek e a Whoopi Goldberg, chamado The Long Walk Home, que conta a história comovente de como o boicote afetou a vida de uma empregada doméstica negra e a família branca pra quem ela trabalhava. Mas não é todo mundo que sabe que o boicote se iniciou por causa da Rosa Parks. Ela não foi a primeira nem a única a ser presa por se recusar a dar lugar para um branco no ônibus, mas ela foi o pivô dos protestos e do boicote que acabou com a segregação nos ônibus do Alabama. E tudo aconteceu por causa de quem ela era – uma cidadã exemplar, trabalhadora, casada, cristã, bem vista pela comunidade negra. E ela era também uma mulher simples, uma costureira que um dia simplesmente cansou de ser humilhada. O filme centra toda a história do boicote na figura da Rosa, suas batalhas pessoais, o marido, a mãe. No final há uma cena com a verdadeira Rosa que ainda está viva. Ficou uma história delicada e ao mesmo tempo forte e comovente. A Angela Bassett está ótima como a Rosa. Mas eu tenho que ter um desconto quando elogio essa atriz, porque eu tenho uma simpatia enorme por ela. Cada vez mais!

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February 25, 2002

Alan Lomax

The Land Where The Blues Began é a minha bíblia do Blues. O autor, Alan Lomax, viajou todo o sul dos EUA na década de 40, pesquisando a música negra, especialmente o Blues. Ele teve sorte de encontrar muitos bluesmen da velha guarda ainda vivos, para dar depoimentos e cantar no seu gravador. Ele também descobriu alguns talentos. O gravador de Lomax registrou a voz inédita e jovem do desconhecido Muddy Water. Lomax procurou em vão por Robert Johnson, mas só conseguir entrevistar a mãe do músico, morto uns anos antes em circunstâncias misteriosas. Foi também graças à Lomax, que o mundo pôde conhecer o fabuloso Mississippi Fred MacDowell.

O resultado das peregrinações de Lomax pelo país, gravando músicos e pesquisando a música norte-americana, resultou num material riquíssimo que foi catalogado pela Biblioteca do Congresso dos EUA.

Na década de 90, o selo Rounders lançou a coleção Alan Lomax , com todas as gravações feitas pelo folclorista, durante os anos que percorreu o mundo colecionando todo tipo de música folk. Eu tenho alguns cds da coleção Southern Journey , com músicas que Lomax compilou em viagens pelo sul dos EUA, na década de 50 e 60. Uma preciosidade!

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February 24, 2002

that's why i'm this chatterbox

Eu sou uma verdadeira matraca! Eu tento não exagerar, mas eu tenho que confessar que adoro falar, tanto quanto escrever. Neste último ano que fiquei sem trabalhar, senti muita falta do contato diário e da interação e conversas com as pessoas.

Na escola temos a vantagem de podermos conversar enquanto trabalhamos. De manhã cedo, enquanto as crianças vão chegando, algumas vindo sentar-se conosco à mesa para tomar o breakfast, conversamos sobre o dia anterior e o dia que nos espera. No playground sempre nos reunimos num semicírculo e enquanto observamos as crianças e atendemos a todo tipo de requisições, vamos papeando. Na maioria do tempo conversamos sobre as crianças, mas também sobra espaço para falarmos de outros assuntos.

Quando as crianças entram pra descansar depois do almoço, sentamos nas cadeirinhas, numa mesa redonda e conversamos. Duas professoras, a diretora e eu. Falamos sobre filmes, livros, viagens, política, todo tipo de assunto. Eu sou a que conta as piadas que fazem as americanas rirem com a cara toda vermelha. Só isso já faz esse trabalho valer à pena, pelo tanto que eu gosto de interagir. E essa escola tem uma variedade enorme de pessoas de diferentes países, idades, religiões, culturas. A matraca adora tudo isso!

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fed up

Eu quero comprar um tevê pequena só pra mim e colocar no meu quarto. Porque eu não agüento mais ter que assistir jogos da NBA e competições das Olimpíadas de Inverno..... Não tô mais podendo!!!

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February 23, 2002

so far away

Ler alguns weblogs brasileiros está me deixando com sentimentos confusos. Tem dias que eu me sinto mais purfa que umbigo de vedete [e por essa expressão antiqüíssima pode-se realmente perceber quão purfa eu realmente estou! Há há!]. Os blogs que falam de programas e personalidades da tv, do cotidiano das cidades e até os que falam de música, me deixam com uma sensação de que eu tenho um imenso vazio de dez anos nessa vida brasileira, que por mais que eu tente não consigo preencher. Normal. Hoje, nós imigrantes temos tantos recursos para estarmos mais perto do nosso país de origem, mas mesmo assim fica esse buraco, porque não se viveu o cotidiano, não se discutiu os acontecimentos no dia-a-dia. E então vamos ficando cada vez mais distantes.

Isso pode até parecer uma coisa ruim, mas realmente não é. Os dez anos de vazio brasileiro foram preenchidos por muita coisa da vida canadense e americana. E eu me considero uma privilegiada por ter essas experiências na minha memória. E vou cada vez mais chegando à conclusão que tenho mesmo que ler o Sacramento Bee, que assistir o 10pm News, que assinar a Newsweek, que saber dos shows e música daqui, da arte que se faz aqui. Insistir em participar de um cotidiano que não me pertence mais é desgastante e frustrante.

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a roupa nova

Arrumei um tempinho, entre as oito horas corridas de trabalho de ontem e hoje, e fiz um layout novo pro The Chatterbox, que já tava na hora, né? Como o clima está esquentando, as àrvores já estão cheias de brotinhos de flores prontos para estourarem cheios de vida e cores e é tempo de arrumação de armários, aproveitei essa foto que tirei das minhas camisetas e mandei bala! Também porque finalmente parou de chover! [uf..!]

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February 22, 2002

Zen Cohen

Pra você Meguita.

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February 21, 2002

radical

A primavera, meio adiantada, já está se mostrando por aqui. Sábado eu vi uma árvore toda florida, em downtown. Era uma só, mas já é um principio. ‘One early bloomer’!!

Hoje nem precisamos de casacos. Só um suéter deu pro gasto. A maioria das crianças só vestia camisetas e reclamavam ‘i’m sweaty’...... Bom, pra ficar realmente suado, só lá pra maio, mesmo correndo do jeito que eles correm!

A Tanya estava me contando da filha dela, de 17 anos, que virou vegetariana. Ela agora tem que cozinhar normal pra toda família e especial pra menina, que não quer que a mãe nem toque a comida dela com a espátula que mexeu na comida dos outros, com carnes! Isso é que eu chamo de radical veggie.

No meu caso, aconteceu um pouco diferente. Eu impus uma dieta radical pro meu filho desde pequeno. Sem açúcar, cheia de naturebismos. Eu tinha horror de chicletes, balas, refrigerantes, comida industrializada. Eu achava que tudo estava poluído, envenenado, cheio de corantes, preservantes, eteceteraetal. Eu fazia tudo em casa. Quando ele foi pra escola, tive que aceitar o fato de que ele iria queria provar o que os outros comiam. Um dia, saindo da escola ele viu um carrinho de garapa [daqueles cheios de abelhas!] e quis experimentar o treco. Eu comprei um copo, fazendo caretas e disse que aquilo dependia dele chegar em casa e escovar os dentes, muito bem escovados, imediatamente. Eu achava o açúcar um veneno mortal. Falando de radicalismos, hein?

Quando ele tinha dez anos, nos mudamos para o Canadá e lá ele fez o que todos os meninos canadenses faziam: foi trabalhar. Pegou uma rota de jornal no final de semana e fazia uma boa graninha [e passava o finde trabalhando de manha cedinho, debaixo do gelo!]. Com esse dinheiro, adivinha o que ele fez? No primeiro ano, ele torrou TUDO em doces, balas, salgadinhos e refrigerantes! Experimentou tudo o que viu pela frente e como ele comprava com o próprio dinheiro, eu não tinha como controlar. Até beef jerk ele comprava! Virou freqüentador assíduo da lojinha de conveniência da esquina. Foi uma catarse! Salvou-se das cáries nem sei como. E ainda tinha o Halloween, quando ele saia com os amigos empunhando uma fronha de travesseiro, que sempre voltava cheia de doces até a boca. Eu tive que aceitar, o que poderia fazer? Um menino criado com arroz integral que tornou-se o fã número um do fluorescente Mountain Dew. Such is life…..

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February 20, 2002

not so bad

No final trabalhei só até às 3pm. Vim correndo pra casa, pois meu gato estava trancado no meu quarto. Vou explicar por quê. É que a porta da frente da casa emperrou. Quer dizer, estava emperrada faz um tempo, mas eu descobri que puxando a maçaneta pra cima abria mais fácil, então foi ficando. Mas ontem levei um susto, pois saí e quando voltei a chave nao abria a porta. Como sou meio tonta e cometo erros dessa espécie, fui logo checando se a porta era a minha mesmo, se estava na casa certa. As casinhas aqui tem todas a mesma cara, só mudam as cores de algumas. Chequei pra ver se via as plantas na casa do vizinho. Mas era a minha porta mesmo! A fechadura é que não estava funcionando. Como eu já fiquei trancada pra fora da casa uma vez [é outra história mirabolante], me deu a paúra que acontecesse de novo. O Ursão teve o mesmo problema quando chegou à noite. Então hoje eu fui pedi no management pra alguém vir consertar a porta. Só que tive que trancar o gato no quarto, porque não podia arriscar deles deixarem o bicho sair.... Deixei àgua, comida e o banheiro no quarto, tranquei a porta e fui trabalhar. Ainda bem que voltei cedo!! Quando cheguei ouvi ele miando lá no quarto, mas felizmente a porta da frente já estava consertada.

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hoje eu vou!

...Mas hoje eu VOU trabalhar!! O telefone tocou e eu já sabia que era a diretora me chamando - 1:30 to 6pm. Oba, que ânimo! Ainda mais que hoje é pay day e eu tenho um cheque super gordinho pra receber! Uauauauuu!

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February 19, 2002

preguiçaaaaa......

Está nublado e chuvoso e eu estou tendo um dia de gato. Me chamaram pra trabalhar, mas eu não fui [nem liguei de volta]. Ser ‘sub’ tem essa vantagem. Vou se eu quero e hoje eu não to querendo nada. Liguei a tv durante o dia e fui ver shows de culinária e de decoração. Estou lavando roupa e vou fazer um chá de limão com mel. Fiquei com uma vontade de ir à locadora e alugar filmes antigos, coisas boas que eu vi anos atrás. Hoje eu só quero ler, cozinhar, pensar e ficar por aqui mesmo.

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February 18, 2002

President's Day

Clouds and sun - 14° C / 7° C

Não consigo parar de ouvir o soundtrack de I Am Sam. O único disco dos Beatles que eu tive e gastei tempo ouvindo foi o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Fora esse, eu nunca me interessei ou gostei de nada dos Beatles. Mas essa trilha sonora com covers está divina! Vai ver é porque eu lembro do filme, que também é uma gracinha.

Eu queria saber como que eu fui entrar nessa confa. Meu filho sempre foi uma criança tranqüila e eu não tinha aquele problema de ter neguinho pulando na sua cama de manhã cedo, porque ele acordava, pegava coisa na geladeira [que eu deixava na prateleira de baixo pra ele alcançar] e ficava brincando sozinho, olhando livros ou vendo tv até eu acordar. Mas um dia eu tinha que passar por essa experiência, que todo pai e mãe passam, não? Pois é.... O que o meu filho nunca fez, agora o GATO faz..... Vê se pode uma coisa dessas? O fulaninho chama a gente às 7am, batendo as patas nas persianas e fazendo um barulhão, pulando em cima da gente com aquela delicadeza de gato gordo e pesado, sem garras [que faz eles mais desgraciosos] e miando na nossa orelha. Outro dia eu acordei com o peso dele, que deitou nas minhas costas. E quando eu ponho ele pra fora do quarto, ele não se faz de rogado e fica batendo na porta. Aimeusãobenedito!

Hoje é feriado de President’s Day . Ótimo dia para se ir às compras.

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February 17, 2002

all i need is love

Na hora do almoço eu conversava com duas mulheres muçulmanas. Falávamos de filhos, maridos, da vida. Quando eu contei umas histórias de namorados, uma delas comentou triunfante – ‘no meu país não existe namoro, nem namorado e namorada!’. A outra concordava com a cabeça, pois no país dela era igual. Eu quis saber como era então que os jovens se conheciam e se namoravam para um dia casarem-se. Uma delas contou a sua história. Aos 16 anos, ainda no colégio, o rapaz que viria a ser o seu marido a viu na rua e a seguiu até a escola. Viu onde ela estudava e falou com o diretor da escola, que o colocou em contato com os pais dela. Depois de muitos arranjos familiares, os dois saíram juntos três vezes para conversar. Ele expôs suas intenções, disse quem ele era, garantiu que depois de casados ela poderia fazer o que quisesse [estudar, trabalhar]. No final da terceira conversa, ela concluiu que ele era um rapaz bom e honesto e que ela gostaria de casar com ele. A mãe dele lhe ofereceu um anel, as famílias conversaram e eles casaram. As duas mulheres sorriam enquanto me contavam isso e diziam que ‘amor’ não era tudo num casamento. Elas se diziam felizes e afirmavam que seus maridos eram realmente quem diziam ser antes do casamento e que mais do que paixão e amor, elas tinham o companheirismo, a confiança e a certeza de um futuro. Eu então contei a minha história, que envolveu somente paixão no principio, não tinha nenhuma perspectiva de futuro, não teve planos familiares, nem anéis, foi regada a muito sexo e vinho e no final chegamos ao mesmo destino, com uma família unida, companheirismo, carinho, confiança e muito amor - pois eu não sei e não entendo como se pode fazer um comprometimento para uma vida juntos, sem isso.

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February 16, 2002

puppies

Quando eu abri meu mailbox nesta manhã encontrei essas fotos da Misilou e seus puppies! Tive que publicar essas poses! Eles são muito lindos, dormindo abraçados nos brinquedinhos! Eles são os cãezinhos ingleses da minha amiga Mo! E ela até ajudou no parto da Misilou, né? Não tem nada melhor pra colocar um sorrisão nos nossos lábios do que crianças e animais.

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February 15, 2002

uma verdadeira novela

O Moa me mandou umas fitas de vídeo pelo Johnny. Numa delas, filmes brasileiros - O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro e O Quatrilho. Na outra um monte de capítulos de novela. Eu, como boa brasileira, escolhi ver primeiro a novela. Era uma antiga, que ele gravou ainda em Poa [com comerciais gaúchos intercalando].

A novela era Laços de Família. Um dos capítulos estava uma choração só. Todos os atores tiveram a chance de debulhar umas lagrimotas – frutos de uma atuação caprichada ou de colírio de cebola. Tava demais. Uma das personagens, uma menina loira com olheiras negras até o meio da cara, acabara de ter um aborto e os médicos contavam pro marido e pra família [a mãe é a Vera Fisher ] que ela tinha CÂNCER! Leucemia. Nossa, deu pra dar um desespero. O Ursão colocou os headphones e foi ouvir alguma coisa no rádio porque ele não estava agüentando ouvir aquele dramalhão todo na tv. Eu fiquei pra ver até onde a coisa iria. Drama, drama, drama – comercial – drama, drama, drama – comercial. Num outro capítulo a tal menina já estava sabendo que estava com câncer e fazia pesquisa na Internet, lendo outras histórias similares à dela, com lágrimas escorrendo pela cara. Esse colírio de cebola deve ser imprescindível nas gravações das novelas da Globo, hein?

Depois que assisti, por mais de uma hora, toda aquela pataquada, fiquei pensando que as novelas brasileiras são tal e qual as tão ridicularizadas mexicanas. O que eu vejo aqui no canal Univison, não deixam nada a desejar para essa Laços de Família. O que aconteceu com as novelas brasileiras? Deixaram de ser boas ou sempre foram assim e eu é que nunca me toquei?

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February 14, 2002

Valentine's 2002

Outra vez eu fiz o mesmo erro do ano passado, indo às compras um dia antes do Valentine’s Day. As lojas estavam abarrotadas de gente, comprando cartões, flores, corações, docinhos. Eu fico literalmente tonta quando isso acontece. Não agüento lugar cheio de gente, filas... argh!

E hoje na escola o Valentine’s foi normal. Todo ano é a mesma rotina. A maioria das crianças vem vestida de vermelho ou rosa, com estampas de corações nas meias, nas camisetas, nos casaquinhos. As professoras também. Eu estava de cor-de-rosa e lenço de rosas vermelhas, só pra entrar no clima. As crianças trouxeram seus cartõezinhos e distribuíram para todos os amigos. Eles já tinham preparado uns sacos decorados para colocarem os cartões. Alguns trazem doces também – chocolates e balas. Os pais trazem todo o tipo de bolinhos [cupcakes] e biscoitos [cookies], tudo decorado com corações, muito açúcar! Açúcar pra mover um batalhão! As crianças ficam turbinadas. Ainda bem que é só um dia!!

O Valentine’s Day é diferente do Dia dos Namorados brasileiro, porque não envolve só relações amorosas, mas também relações de amizade. Todo mundo ganha pelo menos um cartão. E todo mundo se sente feliz e amado!

Valentine’s Day everybody!!!

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February 13, 2002

chili peppers apron

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February 11, 2002

tv, cinema, livro

Esquentando - 17° C/ 3° C

Fevereiro é o mês da Black History. Muita coisa interessante rolando. No dia 24 a CBS vai apresentar a história de Rosa Parks, a mulher que sentou no banco do ônibus e desafiou a segregação no sul dos EUA. A atriz Angela Bassett faz Rosa Parks. Só por ela o filme já vale. Eu adoro essa atriz!

No cinema eu quero ver Monster’s Ball, com a Halle Berry e o Billy Bob Thornton, mas estou com ‘medo’!! Os críticos estão elogiando muito o filme, mas também avisando que ele é pesado, perturbador, desconfortável. Eu vi o trailer. Está todo mundo elogiando a Halle Berry pela performance crua e sem glamour.

Estou lendo o Ensaio Sobre a Cegueira do José Saramago. Minha mãe trouxe esse livro no verão e eu ainda não tinha começado a ler. Está sendo uma leitura difícil. É um português que eu preciso ler com atenção e cuidado. Mas isso não é o problema. O caso é que a história é triste demais..... já rolei lágrimas em várias partes. Vai ser uma leitura desopilante.

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February 10, 2002

mardi grass

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Nós chegamos no Mardi Gras em Old Sacramento à 1 da tarde. Eles fizeram a festa embaixo da freeway - três pistas com carros passando em cima das nossas cabeças. A bandinha Sisters of Swing tocava sucessos dos anos 40 e muitos casais velhinhos dançavam. Fizemos a nossa bóia com cajun food e ficamos vendo o show. Depois veio uma banda de Blues meio fraquinha, mas a pista de dança encheu de gente saracotiando. Só às 5pm que entrou a primeira banda de cajun music - zydeco. É uma delícia pra dançar e às vezes lembra música brasileira - forró. Eles cantam em francês e inglês. É música dos pântanos da Louisiana. Nós dançamos bastante na primeira banda, mas na segunda não conseguíamos nem nos mexer na pista e resolvemos ir embora. Foi um carnaval bem comportado. Só vi uma mulher semi-nua. E foi uma surpresa!

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February 9, 2002

afeztrus!

Eu ando tão sem paciência.........

Minha convivência com as crianças tem me mostrado um mundo tão mais simples. Tudo é tão fácil. Eles resolvem seus conflitos com duas palavras. Não existe rancor, mágoa, drama. Com um “I don’t like it! Don’t do that again!” , se resolve o problema em minutos. E nós, adultos, fazemos tudo ficar incrivelmente enrolado e complicado. Somos os reis da novela!

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February 7, 2002

kids, kids, kids!

Quer ver as carinhas dos fofuletes com quem eu trabalho?
Então CLICA AQUI!!

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February 6, 2002

do you disagree?

"Different people have different 'pinions;
Some like apples and some like inions."

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February 5, 2002

sanduba do Elvis

Apesar de não ser uma consumidora frequente do produto, tenho que ter sempre um vidro de peanut butter na geladeira, para a eventualidade de dar uma vontade de comer o sanduiche favorito do Elvis Presley!

As receitas:

Peanut Butter and Banana Sandwich
From The Presley Family Cookbook

3 tablespoons peanut butter
2 slices light bread
1 banana -- mashed
2 tablespoons margarine -- melted
Mix soft peanut butter and mashed banana together. Toast bread lightly. Spread peanut butter and mashed banana on toast. Place into melted margarine; brown on both sides.

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Elvis's Favorite Peanut Butter Sandwich

2 white bread slices
2 Tbls. creamy peanut butter
1/2 banana - very ripe
2 Tbls. butter or margarine

-Spread 1 slice of bread with the peanut butter.
-Lay banana slices on peanut butter.
-Top with the other slice of bread.
-Melt margarine in a skillet over medium heat.
-Fry sandwich until golden brown on both sides.

NOTES : Elvis would eat this with a knife and fork. No wonder he got a bit PORTLY in his later years!

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Minha versão do Sanduiche Favorito do Elvis

Espalhar peanut butter em duas fatias de pão branco de forma. Cortar uma banana em rodelas e colocar entre as fatias. Tostar o sanduiche fechado, numa frigideira ou aparelho de fazer sanduiche.

Devorar com direito a lamber os dedos!!

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February 4, 2002

Super Bowl

Amanhã é dia de Super Bowl - o evento esportivo mais super valorizado dos EUA. É futebol americano. Vai ter show com um monte de gente famosa no intervalo. E também o frenesi dos anúncios novos de empresas que pagaram verdadeiras fortunas para terem seus comerciais novos e inventivos veiculados durante o jogo. Muita gente falando desse evento. Nos jornais e revistas têm até receitas de comidinhas para acompanhar o jogo. Todo mundo comentando os tais comerciais [da Pepsi com a Britney Spears e um de carro [Mercedez?] com música do Led Zeppelin. Segurança ultra-exagerada, por causa das ameaças de ataques terrorista. Um dia tão especial que muita gente está até comprando aparelho de tv novo, pra poder ver melhor. Eu não desgosto de futebol americano [onde os jogadores agem como cabras da montanha], mas não vou assistir ao espetáculo. Acho que vou ao Mardi Gras em Sacramento. Durante as horas do jogo, não vai ter ninguém por lá e poderemos aproveitar!! Ha Ha!

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February 3, 2002

In The Bedroom

Comentando filmes com minhas colegas de trabalho, eu quis saber o que uma delas tinha achado de In The Bedroom. “It’s disturbing, v-e-r-y disturbing.” , ela respondeu.

In The Bedroom é um filme triste, pesado, devagar, deprimente. Mas não é pra menos. Na história, Ruth e Matt Fowler [Sissy Spacek e Tom Wilkinson – em excelentes performances] perdem seu filho único, Frank [Nick Stahl] num crime passional e brutal. Ele estava envolvido com uma mulher [Marisa Tomei] separada do marido violento. A mãe tenta alerta-lo sobre o perigo daquele relacionamento. O pai, sempre carinhoso com o filho, diz que está tudo bem. A vida da família não tem nada de especial, não tem nenhum grande conflito aparente, eles parecem felizes e normais, até que acontece a tragédia.

O filme é sobre como essa família muda com a morte do filho. As reações da mãe e do pai, a tristeza, a raiva [o assassino está para ficar quase impune], a impotência diante da morte e das leis que não protegem as vitimas, a solidão, a culpa. A lentidão das cenas reflete todo o pesar e os sentimentos que envolvem perder um único filho de forma bruta e inesperada.

O pai volta ao trabalho imediatamente após a tragédia. A mãe se fecha num casulo, fumando e vendo tv dentro de casa. O pai procura ex-namorada do rapaz, que foi o pivô da tragédia. Ele quer saber dos filhos dela, como ela está. A mãe não consegue perdoar a pessoa que ela considera responsável pela morte do filho.

Numa família não é mais ou menos assim? O pai muitas vezes faz coisas diferentes da mãe. Cada um tem sua maneira própria de ver as coisas e educar e as diferenças podem ser marcantes. Os pais de In The Bedroom agiram diferentemente na educação do filho e chorando a sua morte. Mas no final eles unem-se nessas diferenças para fazer o que acreditam precisa ser feito. Também achei o filme perturbador. É um filme áspero e rígido, mas é também um filme muito bonito.

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February 2, 2002

sexy beast

T [teacher], B [3 year old boy], D [4 year old girl]

[T] - D, why did you kiss B on his lips?

[D] - Because he is sexy!

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February 1, 2002

things that make me go... GRRR!

Obnoxious is:

- quem te deixa falando sozinho;

- quem interrompe quando você está falando;

- quem completa as suas frases;

- quem nunca admite que errou;

- quem se faz de vítima e torce os fatos;

- quem sempre invalida e minimiza seus argumentos;
[com frases como 'ah, que exagero!' ou 'nao é bem assim...']

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