April 30, 2004

Hello, Goodbye

You say "Goodbye" and I say "Hello, hello, hello"
I don't know why you say "Goodbye"
I say "Hello, hello, hello"
I don't know why you say goodbye
I say hello

Não é um fato inédito, não é a primeira vez que isso acontece. E nem vai ser a última. Em doze anos muitos goodbyes foram mecânicos, tá bom então, tchau, nos vemos no futuro. Outros goodbyes foram de alívio, felizmente não vou ter que te aturar mais. Mas alguns goodbyes foram difíceis, deixaram aquela tristeza no coração, pois não é sempre que alguém realmente especial cruza o seu caminho. No meu caso, muita gente cruza o meu caminho, mas são poucos os com quem eu me identifico.

E eu fui dizer goodbye mais uma vez. E deu até uma raiva. Por quê, meu senhor jesus, encontramos gente tão legal pra uma convivência tão curta? Amigos inteligentes, divertidos, relax, da mesma faixa etária, com quem podemos orquestrar convercês deliciosos, que fumam, que bebem, que falam palavrão, que viveram o que você viveu, com exceção dessa parte dos infinitos hellos e goodbyes.

Deve estar marcado no meu mapa astral, deve ser minha sina. Vou ter muitos outros hellos, mas desta vez tenho que dizer contra a minha vontade goodbye, goodbye...

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April 29, 2004

life in Davis

Já viu que em todo lugar tem alguém que está sempre reclamando, né? he he he!

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hint, hint....

Daqui a pouco não vou ter mais fotos velhas pra publicar...
Preciso de uma câmera digital nova. Urgente!

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texturas

texturatextura
texturatextura
[ ... e pés - metal, terra, areia e água ]
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cabeção

Estava indo buscar o Uriel na escola [a gente chama a UCDavis de 'escola'!] pra jantar e no meio do caminho, quando passo em frente do Mondavi Center, me deu um treco. Pânico total! Pensei que tinha esquecido que eu tinha um evento marcado pra trabalhar no teatro. Como eu já fiz isso uma vez, fiquei com o gosto de pesadelo na boca. Meu coração disparou, minha garganta secou, fiquei realmente nervosa dentro do carro. Olhei o relógio do painel: 7:22pm. Me subiu um sangue - merda, merda, fiz essa burrada de novo, sou uma anta, como pode uma coisa dessas, eu não tenho jeito, o que vou fazer agora, que estúpida, que besta, que energumena - tudo isso em três segundos, quando caiu a ficha que era quarta-feira e o evento era na quinta. É hoje, não posso esquecer, não posso esquecer, não posso esquecer!

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April 28, 2004

a coisa certa

Toda vez que íamos à uma sorveteria, eu escolhia o sabor do sorvete rápido e certo. O Uriel ficava um tempão olhando o menu com aquela cara de dúvida e quando finalmente decidia por um sabor, se arrependia e não gostava, queria trocar com o meu. Isso me irritava profundamente.

Mas como nesta vida nada é certo nem definitivo, minha vez de ficar titubeando pra escolher algo também chegou.

Toda vez que vamos ao restaurante tailandês favorito do Gabriel, me dá um ataque de incerteza. Eu não gosto deste tailandês em particular, gosto de outros dois, onde já sei o que pedir e o que vou gostar. Mas nesse, onde vamos com o Gabriel e a Marianne, eu NUNCA peço algo que eu gosto. Parece uma praga. Da última vez que estivemos lá eu pedi uns noddles de arroz que não mataram a minha fome. Ontem fui a última a decidir. A garçonete teve que voltar duas vezes para finalmente anotar o meu pedido de thai stir fry, que eu achei sem graça e não me sustentou. Fiquei dando garfadas no arroz do Uriel e no curry do Gabriel [e de olho nos pimentões vermelhos que a Marianne colocou de lado no prato dela, mas sem cara-de-pau pra pedir..]. Não consegui decidir nem na bebida! Pedi um thai iced tea, depois uma cerveja e tive que beber os dois. Saio de lá sempre com raiva, pois não comi direito, não decidi o prato certo. Que droga.

O Uriel não fala nada, mas eu sei que nessas horas ele está completamente vingado dos meus comentários irritados quando ele não conseguia decidir o sabor do sorvete. A vida é justa!

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and off we go....

Iniciamos a semana quebrando recordes de temperatura. Segunda-feira fez 98ºF e ainda estamos em abril. Fico pensando se isso não seria uma preview do que vamos ter que suportar no verão. Mas a natureza anda meio bêbada, desiquilibrada com tantos abusos e creio que não temos condições de prever mais nada.

Os noventa e oito podem até explicar aquele clima pesadão da segunda-feira. E como eu não sabia que iria fazer tanto calor, deixei as janelas dos quartos abertas a tarde toda. À noite, não se aguentava ficar no andar de cima da casa. Ontem, já sabendo que teríamos outro dia daqueles [96ºF], fechei todas as janelas e cortinas às onze horas da manhã. Mesmo assim os quartos ficaram meio abafadões. Mas ainda é muito cedo pra ligar o ar condicionado .....

Pois acho que agora não tem mais volta. O ventilador de teto já está num flapflapflapflap incessante e já guardei o edredon de penas de ganso e coloquei algo mais leve na nossa cama. O detalhe de Davis é que não importa o quão quente foi o dia, à noite sopra sempre um vento frio. Um pouco como o deserto, só para ilustrar a história.

Então apertem os cintos, que os dias tórridos já estão por aqui!

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pedantismo

Ontem dividi a raia com uma figura completamente antipática. Foi a primeira vez que nadei com alguém tão desagradavel. Aliás, foi a primeira pessoa não-simpática que conheci naquela piscina. Mas é sempre um choque e eu fico desconcertada, mesmo tendo plena consciência de que o problema não sou eu.

Outro dia entrei no blog de uma pessoa antipática. Isso já me aconteceu antes, não é novidade que tem muita gente idiota no mundo blogueiro. Gente que se acha, gente que caga e anda pra sua visita, que deleta seu comentário ou que simplesmente te ignora ou curte avacalhar, escrachando qualquer coisa que você escreva. Eu já vi de tudo, juro. Estou nessa vida de blogueira há quase quatro anos. Mas nunca tinha visto alguém não querer ser lido. Então põe uma senha na entrada e transforma o blog num círculo secreto para um grupo seleto. E aproveita e vai lamber sabão .......

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April 27, 2004

22

Outro dia caminhando no arboretum eu passei por um casalzinho com um bebê. Eles tinham uns vinte e pouquíssimos anos e colocavam o bebê fofinho e rosadinho num carregador que estava pendurado nos ombros do pai. A visão dessa pequena família me jogou numa viagem nostálgica de memória, pois me vi no lugar da menina, o Uriel no lugar do menino e o Gabriel no do bebê. Me senti engolfada por uma onda de calor, um sentimento de saudade e alegria. Fiquei com os olhos cheios de lágrimas e me deu uma rápida confusão mental, lembrando que tínhamos vinte anos quando ganhamos o Gabriel como um presente dos céus! E ele chegou há exatamente vinte e dois anos no dia de hoje!

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April 26, 2004

don't think twice, it's all right


thinkdifferent


Não pude resistir à esse presentinho do Moa. Totalmente apropriado!!

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lousy monday

Hoje eu acordei cansada e ainda estou me sentindo assim, fazendo tudo num ritmo mais devagar, como se tivesse arrastando bolas de ferro amarradas às minhas pernas. Tem dias que parecem que pesam nos nossos ombros. Coincidentemente esse dia pesado é uma segunda-feira, o que dá margem para muitos comentários e reflexões relativas ao segundo dia da semana.

Fui nadar. Nem sei como. Cheguei no ponto em que nem penso mais em desculpinhas pra não ir nadar, nem em dias de chuva, nem de frio, nem de chico, nem pras segundonas de chumbo. A manhã passou rapidamente e quando olhei no relógio já eram 10:30am. Sem pensar ou piscar fui para o banheiro me besuntar de sunscreen e vestir o biquinão de nadar. Quando estou na água da piscina o astral melhora. Esqueço até que comecei o dia devagar e que ainda tenho mil coisas [chatas] pra fazer. Estou certa de que ultrapassei a fronteira que divide fazer exercício por pura obrigação e realmente curtir praticar um esporte, mesmo não sendo uma atleta. Tenho me perguntado, será que finalmente encontrei meu nicho esportivo? Eu só vivi esse entusiasmo uma vez na vida, quando pratiquei caratê por três anos, de 86 a 88. Primeiro eu ia me empurrando, depois fiquei animada e batia o ponto nas aulas, mesmo quando tive que mudar para Piracicaba e acabei numa academia lixo que tinha no centro da cidade, com tatami fedorento e frequentada por uns orangotangos agressivos.

Minha hora na piscina do Davis Aquatic Masters foi o ponto alto do meu dia. Tudo o mais que fiz até agora foi chato, monótono e feito por obrigação. E ainda tenho muitas horas e muitos afazeres pela frente. Mal posso esperar para pôr um fim nesse dia boçal.

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April 25, 2004

reciclagem

fotofoto
fotofoto
fotofoto
fotofoto
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reggae night

Fomos à uma festa reggae ontem à noite. Eu e a Marília arrumadinhas, de bolsinha patricinha. O Uriel no estilo de urso usual dele. A festa era nos domes, que é uma comunidade hiponga dentro da UCDavis. É um lugar bem diferente, pois as casinhas são realmente domes, no formato de igloos. Todo mundo acha o lugar bizarro e já ouvi muitas histórias sobre os moradores - todos estudantes, que ficam em listas esperando por vagas para poderem morar lá - que dançam nus ao som de tambores e sob luz da lua. Não sei se essas histórias são verídicas, mas o ambiente lá é realmente bem alternativo. Eles comem orgânico [eu também, não seja por isso!], têm cabelo rastafari, se vestem hipongamente, têm todo o visual pra impressionar. E tocam tambores, fumam muita marijuana, criam galinhas, plantam legumes e secam tomates ao sol.

Estávamos destoando totalmente do ambiente, mas resolvemos curtir a festa assim mesmo. Quando chegamos às 10pm o som estava legal, produzido por um DJ com inúmeros elepês de vinil. Estava bem escuro, algumas árvores estavam decoradas com luzinhas e tinha uma fogueira no centro, com dezenas de garotas e rapazes sentados em volta. Eles tinham um palco montado, com imagens de shows de reggae pipocando em dois telões e membros rastafaris de uma banda se preparando para o show.

Conseguimos enxergar muita gente com garrafinhas de cerveja nas mãos e vimos um lugar que parecia uma venda de comida. Na realidade era um lugar onde você podia pegar comida, mas não dava mais pra ver o que era, nem se ainda tinha alguma coisa, nem se era pago ou de graça. Com uma nota de cinco na mão, fui com a Marília tentar comprar cerveja.

- oi, onde a gente compra cerveja aqui?
- aqui não vende cerveja...
- não?? e o que é isso que você está bebendo? [eu num momento audácia]
- ah, você tem que trazer a sua cerveja.

Tentamos mais à frente, dois rastafaris loiros sentados na frente de um dome. Fui entrando numa espécie de tenda, onde vi numa cena esfumaçada um monte de gente sentada, provavelmente fumando. Dei meia volta e perguntei pra um dos rastas:

- vocês vendem cerveja aqui?
- não....
[e olhando pra nota de cinco na minha mão]
- você tem uma 'pipe'?
- não....

Finalmente caiu a ficha, que não vendia cerveja [of course, precisa ter licença pra vender alcóol], mas se eu tivesse uma 'pipe' , quem sabe desse pra comprar algo com os meus cinco mangos.

Voltamos à espera pela banda. Demorou, demorou, eu já estava começando a ficar irritada. E reggae ao vivo que seria bom, nada. Pararam a música dos discos de vínil e a banda se postou no palco testando os instrumentos. O microfone falhava enquando o vocalista, com um chapéu enorme, falava coisas maneiras e cheias de mensagem de paz e amor com um pesado sotaque jamaicano. Quando a banda finalmente começou a tocar, percebemos que devíamos ser os únicos seres sóbrios naquela festa, que contava também com a presença de gatos e cachorros. O fumacê estava forte e denso e a banda tocava tão devagar que estava irritando. O clima era odara demais e nós estávamos a fim de dançar pra valer. O reggae dos domes não era pra nós, não-hipongos, não-fumantes não-praticantes de ioga. Fomos embora, tomar uma cerveja num bar.

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April 24, 2004

conselho à venda

Aos quarenta e dois anos, estou fazendo sessões com um career counselor. Nem foi idéia minha, mas do diretor de um programa da UCDavis do qual eu faço parte. Eles e o departamento de Engenharia Agrícola estão dividindo as despesas desse serviço, então estou indo. A counselor está me dando idéias e dicas e me ajudando a fazer modificações no meu curriculum. Já fiz sozinha muita coisa e agora ela está me ajudando a fazer outras coisas. Mas sinceramente, por noventa dólares a hora eu estava esperando um pouco mais dessas sessões. Esperava que ela me oferecesse um leque mais variado de opções e não ficasse batendo na mesma tecla [do writing in English]. Ontem fiquei realmente chocada quando ela interrompia nosso trabalho de correções pra contar causos dela e do marido - que ela nunca serviu pra ser dona de casa e que tentou cozinhar uma lasanha pro aniversário do marido mas deu tudo errado, que era picnic day e eles quase não conseguiram um restaurante, blábláblá, blábláblá. Depois sugeriu que eu pedisse mais sessões pro diretor do programa, pois tínhamos muito trabalho para fazer e as sessões que temos disponíveis não iriam ser suficientes para discutirmos tudo. Eu posso não saber escrever o curriculum mais eficiente do mercado, mais ainda não perdi a capacidade de sacar uma jogada oportunista quando ela acontece bem na minha cara. Mais sessões, claro, pois ela está ganhando por hora. Só que a UCDavis não está pagando pra ela falar da vida dela. E eu não estou lá pra ficar ouvindo ela contar coisas que não me interessam. Estou realmente cansada de ouvir opiniões de palpiteiros e acabei de sacar que muitas vezes receber um conselho bom não acontece assim tão fácil, nem de graça, nem pagando.

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April 23, 2004

gorgeous!

Ohmeudeus, como este blog fica lindo no PowerBook G4 12"!! Estou encantada...!

Mais detalhes em breve. [pisc!]

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dead

Ando reciclando fotos antigas pescadas do meu adormecido Fotolog porque não consigo tirar mais fotos com a minha digital. Primeiro quebrou o compartimento das pilhas, depois quebrou o do disquete e agora quando eu ligo, fica tudo congelado. Sem falar na beleza estética da câmera, toda enrolada em fita crepe. A coitada acabou batendo com as botas... Cumpriu sua missão aqui neste planeta e agora vai reencarnar como um abridor de garrafas. E não vou dizer essa tragédia aconteceu porque a câmera estava velha, mas sim porque eu sou uma desajeitada e fiz o favor de derrubá-la no chão não sei quantas mil vezes. Assim não tem o que agüente, né? E assim ela foi-se desta para melhor........

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April 22, 2004

do it yourself

Como fazer seu par caseiro de sadálias - caterpillar shoes.
Receita publicada na revista Sunset em 1943.

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My Many Colored Days

Verde. Plantei mais alface e ervilha. Vermelho. São tantas rosas que desisti de colocá-las em vasos, vou deixá-las enfeitando os meus jardins. Azul. Olha o céu! Finalmente abriu o sol. A previsão da meteorologia estava certa. Agora a prima é vera! Branco. Espero ansiosamente pelo carro do Fedex. Preto. Não consigo mais ler o jornal. Todos os dias é um susto e uma tristeza na primeira página. Amarelo. Começaram as viagens do Ursão. Rosa. E eu que pensava que essa cor não me vestia bem. Hoje sou Mrs. Rosa. Cinza. Uma mala grande não é suficiente. Violeta. Uma pastilha de menta com gosto e cheiro de flor. Laranja. Tenho pilhas de coisas para ler e não suporto vestir os óculos. Degradê. Os números têm cores, os dias da semana e meses têm cores, as letras do alfabeto têm cores, você nunca reparou nisso?

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April 21, 2004

favorites

papi & mami
papi & mami
bob dylan
bob dylan
the catcher in the rye
the catcher in the rye
robert johnson
mr. johnson
jorge mautner
jorge mautner
my notebook
my notebook
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imperfeições

"Estica mais o braço antes de puxar a água. Põe a cabeça mais pra trás para as pernas não afundarem tanto. Move mais o quadril para os lados no nado livre e dos dois lados, entende? Esquerda e direita, não só do lado que você respira. Você está muito dura."

Ahhn, estica o braço lá na frente. Bate as pernas com força, mas dói, hein? Engole água. Como que eu vou nadar rebolando? Goddammit! Move pra esquerda, êpa, pra direita, êpa, tô ficando tonta. Que joça é essa que eu não saio do lugar nas pernadas de costas? Eita, ela está me alcançando... Glub, glob, que dureza!

(((( e você achava que iria ser fácil, nega?? ))))

"Fernandaaa!!"

Ai, ele tá me chamando de novo..... Ih, lá vem mais correção, eu faço tudo errado. %$#@&*^%$!

"Ah, você não imagina como você melhorou! Está muito melhor! Está uma porrada de melhor!"

E me deu um high five! Risadas e alivio, tô melhorando!

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April 20, 2004

africans nibble

Foi um achado: The Africa Cookbook - tastes of a continent - Jessica B. Harris. Eu estava querendo um livro de receitas africanas há tempos e esse cruzou o meu caminho noutro dia. Comprei! O mais fantástico desse livro é que a autora [uma african-american] conta muitas histórias gastronômicas dos países africanos, enquanto enlista centenas de receitas maravilhosas. Alguns ingredientes não vão ser facilmente encontrados por aqui, como a farinha de folhas de Baobá, mas outros devem ser perfeitamente adaptáveis. Estou no capítulo dos appetizers, que já vi que vai me dar muita água na boca!

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From the Cape to Cairo, Mombasa to Monrovia, people walk through the streets of the African continent with their hands full and their mouths moving. The may be nibbling on a simple ear of grilled corn or working their way through a paper roll filled with almonds or melon seeds, but nibblers they are. Appetizers, in the European context, are virtualy unknown in the traditional diet, but many of the street nibbles and the savory vegetable dishes can serve as appetizers in a European-style menu.

Fried Cheese [Egipt], Okra and Bean Fritters [Nigeria], Plantain Crisps [Ghana], Sardine Fritters [Algeria], Roasted Pumpkin Seeds [South Africa], Mushroom Brik [Algeria], Crabmeat Appetizer [Côte d'Ivoire], Fried Plantain [Nigeria], Coconut Crisps [all Africa]

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11001 - host was not found

Eu estou com problemas para acessar alguns blogs amigos. Alguns deles estão hospedados no Vilago, onde eu também não estou conseguindo acesso. Toda vez que tento entrar na Carol, no Alberto, na Helenice, no Caio, no Jean e agora na Anna Carol, recebo um erro numa página em branco. É frustrante e não sei o que fazer... Eu pensei que meu IP pudesse estar bloqueado, confundido com o IP de algum spammer. Mas não tenho como saber... Se alguém tiver alguma idéia ou dica pra esclarecer essa chatice, eu agradeço antecipadamente.

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April 19, 2004

scene

David Bowie faz um show impecável no teatro de uma escola em Berkeley. De terno roxo e gravata amarela, ele abafou. O som estava muito alto, mas a culpa é da surdez iminente dos técnicos de som, na estrada há quarenta anos. Eu pensei que o livro Walter The Farting Dog era alguma brincadeira de mal gosto, tipo um livro pra adultos com um humor ácido, mas é realmente um livro para crianças e já virou um best-seller, ficando quarenta semanas na lista dos mais vendidos do New York Times - hmm... i wonder why... será que um livro cujo personagem principal é um cão peidão faria sucesso com crianças? he he! Um dos autores está em Sacramento para promover o livro sequência. Les Ballets Africains se apresentou no Mondavi Center. Nesse eu não trabalhei. Nem vou trabalhar no Bobby McFerrin no sábado. Che Guevara está na moda. Filmes, livros, camisetas, tem gente que usa a roupa com a cara do revolucionário estampada e nem sabe quem ele foi. Pelo menos Steven Soderbergh escolheu Benicio del Toro para viver o guerrilheiro. Romance e aventura. Hoje é aniversário da Kate Hudson e da Ashley Judd. Vai ter uma semana dedicada à dança na Bay Area. E o Earth Day no campus da Sac State, que parece uma imitação do Whole Earth Festival da UCD. Os índios recepcionam a primavera. O que fazer quando os convidados do seu jantar ignoram o seu amigo surdo, deixando-o isolado? Pergunte à Dear Abby! As gêmeas siamesas Erin Faith e Jade Hope vão ser separadas numa operação marcada para o mês de junho. Garfield sonhou com comida. Zoe quer ser juiza. Peter viu um filme rated R e está numa enrasca. Woodstock está vestindo uma coroa de rei. Kill Bill Vol2 às 12:15, 3:00, 5:45 e 8:20. Mas eu passo. Quero ver Connie & Carla e Ella Enchanted. Earn credit for free movies - seria uma boa!

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o último sopro

De repente, frio e chuva! Deve ser o último sopro de inverno. O aquecimento da casa já estava desligado e tivemos que religar. E acender lareira, vestir meia, tomar chá e sopas, desentocar o guarda-chuva e o parkas. Justo agora que eu já estava engatando no uso das saias, dos chinelos e sandálias. Mas a meterorologia já avisou que dias lindos virão ainda esta semana. Estamos só dando um abracinho de despedida no frio, com quem reencontraremos novamente só lá pra novembro.

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April 18, 2004

apesar de tudo, estamos sempre lendo

leituraleitura
leituraleitura
leituraleitura
leituraleitura
leituraleitura
leituraleitura
leituraleitura
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April 17, 2004

gone shoppin'

O passatempo favorito da Reidun é ir às compras. E faz parte da profissão dela [antique dealer] fazer a geral nas thrift shops. Eu estava com ela numa Good Will quando ela achou dois quadros de um pintor famoso aqui na Califórnia, que ela revendeu por uma grana preta. Eu também estava com ela numa Salvation Army quando ela comprou uma pulseira de marfim por três mangos, que pode revender por trezentos. Ela tem olhos de lince. Eu fico só atrás dela, observando sua técnica das barganhas e fazendo mil perguntinhas [o que você acha disso?]. Não tenho a menor pretensão de alcançá-la nessas aquisições fantásticas, mas faço minhas comprinhas sem intenção de lucro, só por diversão.

Hoje eu e a Marianne vamos encontrar a Reidun em Novato, para uma super sale, tudo a dois mangos dentro da loja. Vamos ver o que a sorte me reserva!

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April 16, 2004

um dia na vida de...

Lavou o cabelo com condicionador, tropeçou em todos os tapetes da casa, cortou a ponta do dedo invés do talo da rosa, espirrou água na cara quando molhava as plantas, deixou um cabide cair da arara de roupas de uma loja cinco vezes seguidas, escreveu uma palavra errada em público, cortou-se com uma folha de papel, levou duzentos choquezinhos na porta do carro, engasgou e a água que estava bebendo saiu pelo nariz, derrubou comida na roupa, fez duas bolhas no mesmo calcanhar, teve um ataque de coceira, achou um vômito do gato no meio da sala, chorou vendo um musical, esqueceu de pagar a conta, respondeu em português a um good morning, chegou muito cedo à um encontro, recebeu só junk mail no correio, dormiu antes de ver o final do filme.

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bug off!

Mais uma vez vou precisar daquela ajudazinha alcóolica na minha luta contra as pragas da horta. Eu não vejo as ditas cujas, mas encontro sinais de que elas andam por todo canto. São tantas folhas comidas, um pé de alface simplesmente desapareceu. Está uma farra, pois até agora eu não fiz nada. Minha horta está um banquete para as lesmas, caramujos e outras pragas. Vou ter que afogá-las na cerveja, como fiz no ano passado....

Mas não é só na horta que eu vejo sinais das pragas. As roseiras também têm bichos e fungos. Eu espirro um jato de água forte com o esguicho, pois li que essa é a melhor maneira de se livrar deles [ou trazer joaninhas para o roseiral, pois elas comem esses aphids]. Já os fungos, não posso fazer nada além de cortar as folhas infectadas. Eu não quero jogar nenhum veneno, por causa do gato e porque não acho legal. Então vou tesourando tudo, esguichando água e em breve, farei as - arghghthughecablergh - sopas de caracol!

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April 14, 2004

the gourmet poseur


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Minha comida é frugal. Não tem nada de especial e não pode me tomar muito tempo, pois me condicionei a não fazer nada que leve mais de trinta minutos para ser preparado. Não vou dizer que minha comida não seja criativa - usando os legumes e verduras que eu compro da horta orgânica, ou mesmo saborosa - quando consigo não salgar muito, nem deixar queimar nada.

Mas quem vê a minha coleção de livros de cozinha com certeza pensa que eu sou aprendiz de chef ou uma sofisticada cozinheira, uma gourmet. Eu adoro livros de cozinha. Mas os coleciono muito mais por um prazer voyeur do que pelas suas qualidades práticas. Eu me inspiro nos livros, mas não cozinho baseada neles e raramente sigo uma receita ao pé da letra. Tenho uma tendência quase neurótica a mudar os ingredientes, as quantidades e depois ficar reclamando como uma ranzinza quando a receita vira uma gororoba incomível.

Pra não dizer que não uso receitas, até que andei fazendo algumas coisinhas da fantástica revista da senhora Martha Stewart, Everyday Food [que recomendo fortemente, apesar dos enroscos legais da sua criadora]. E quando me entusiasmo com um livro ou com um estilo de comida [como foi com a cozinha tailandesa], acabo seguindo algumas receitas. Mas tenho que fazer um esforço, também porque sempre falta um ingrediente ou esqueço de deixar a manteiga na temperatura ambiente ou de descongelar a carne, detalhes geralmente essenciais para o sucesso da empreitada.

Minhas aventuras na cozinha são mais divertidas do que saborosas. Como aquela inesquecível sobre a receita de chucrute com salsichas da minha mãe! Mesmo não sendo a cozinheira que gostaria de ser, continuo comprando livros, colecionando revistas e me deliciando com programas de culinária na tevê. Um dia, quem sabe, vou escrever o meu livro de receitas, que virão com certeza acompanhadas de muitas histórias.

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April 13, 2004

fonfon

Não foi uma visão. Era eu mesma dirigindo aquele carro cinza.

Meu carro finalmente vai ser consertado, depois daquele acidente do estacionamento. Decidimos esperar por uma vaga num dos body shops da cidade marcada apenas para esta semana, baseados em excelente recomendação e elogios do serviço que esse lugar faz.

Enquanto isso o seguro nos deu um carro alugado. É tão estranho pegar um carro diferente assim de repente. Estou tão acostumada com o meu carrinho. E ficou tudo lá, os meus cds, canetas, água, até o remoto da porta da garagem. Fico toda atrapalhada com o relógio do carro alugado, que ainda está em horário regular e também fico toda confusa olhando no painel e procurando por coisas que estão em lugares diferentes. Hoje chegando em casa já fui tateando pelo remoto, que obviamente não estava lá. Até o cheiro do carro é estranho. E ele é mais baixo, mais duro, ainda não estou dirigindo confortavelmente nele.

Até eu me adaptar no carro cinza, meu carro beige já deve estar de volta. Portanto não se acostume com essas visões, pois minhas passeadas em cinza têm dias contados!

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April 12, 2004

Davis

Eu vivo numa cidade onde os carros param para uma família de patos atravessar calmamente a rua.

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eu rio por último....

Rir é a melhor maneira de expurgar idéias ou sentimentos negativos. Quem pensa que a comicidade das minhas histórias biográficas é depreciativa, está muito enganado.

Rir é terapeutico e nos ajuda a ver uma determinada situação sob uma nova perspectiva. A visão do ridículo é purificadora e mostra que até os mais absurdos defeitos podem ser divertidos.

É por isso que eu escrevo sobre as minhas patetadas com freqüência. Se elas me fizerem rir, todo o efeito negativo de sentir-se um peixe fora d'água, uma esquisita, uma atrapalhada, sempre metida numa gafe, se diluí.

Histórias não faltam. Tenho material para um livro. Dá pra não rir do episódio em que eu beigei a boca de uma mulher sem querer, enquanto tentava cumprimentá-la desengonçadamente numa festa? E quem não se identificou com a talentosa Splashy e suas estripulias aquáticas? Quantas vezes eu revi na minha memória, como se fosse um filme pastelão, a cena que protagonizei quando visitei uns amigos no Brasil: fui descruzar a perna e chutei uma bacia cheia de casca e sementes de mexiricas, que voou pelos ares e aterrisou do outro lado da sala, fazendo uma sujeirada tremenda no chão.

Depois que eu escrevo e dou muita risada, não me sinto mais tão esdruxúla, não acho que sou diferente, problemática, que estou sempre dando foras ou espetáculos grotescos, caindo das cadeiras, tropeçando, rolando pelas escadas, batendo com a cara no poste. Depois que eu choro de rir e gargalho alto, tenho certeza de que sou abençoada com essa capacidade de ser natualmente espirituosa e de saber rir saudavelmente de mim mesma.

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April 9, 2004

sexta-feira

o dia de hoje o dia de hoje
o dia de hojeo dia de hoje
o dia de hoje o dia de hoje
o dia de hojeo dia de hoje
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splashy, the perfect clown

Não basta nadar mal, em zigue-zague, estapeando e dando chutes no nadador da outra raia, batendo a cabeça na parede, engolindo e respirando água, se afogando quando alguém passa nadando em estilo borboleta ao lado.

Tem que também manter uma aparência cômica, com os goggles sempre inundados e embaçados e a touca preta sempre fora do lugar, quase saindo da cabeça.

Imagem é tudo. Portanto todo palhaço aquático que se preze tem cuidar para não parecer sério, nem profissional, nem dedicado. Tudo tem que estar fora do lugar - o maiô, o cabelo, a touca, os goggles, as pernadas, as braçadas. É uma questão de talento. Palhaço aquático já é palhaço no berço, no seco, na vida cotidiana.

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April 8, 2004

o que é bom na vida

Escrever é uma coisa boa. É divertido, é desopilante, é uma maneira de fixar um acontecimento na memória. Eu gosto de escrever, mas é sempre melhor quando posso fazer do meu jeito, com o meu senso de humor que nem sempre é engraçado, com a minha tendência para inventar palavras, com o meu sotaque de estrangeira, com minhas irritações, minhas idiossincracias e espontaneidade.

Sair no quintal é uma coisa boa. Olhar as sementes germinarem, as plantas crescerem, as flores se multiplicarem. Eu abro a porta de vidro, que faz um barulho peculiar. Assim que eu fecho a porta atrás de mim, caminho pelo quintal com um sorriso maroto e contando os segundos... um, dois, três, quatro, cinco... Olho pra trás e lá está o gato com a cara no vidro. Ele ouviu o barulho da porta abrindo e quer me acompanhar. Esse é o melhor momento da minha saída ao quintal! É quando eu dou uma gargalhada e volto para abrir a porta, onde a estátua peluda me aguarda ansiosa pra sair também e ir comer graminha e cheirar as plantinhas. Enquanto ele aproveita isso tudo, eu colho rosas, arranco o mato e fiscalizo e inspeciono todos os cantinhos.

Esperar alguém chegar de viagem é uma coisa boa. Dá uma felicidade enorme quando o telefone toca e você ouve um 'vem me buscar' do outro lado da linha.

Comer queijo com marmelada em pé, na frente da geladeira é uma coisa boa.

Fazer planos é uma coisa boa.

Realizá-los é melhor ainda!

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April 7, 2004

ShakeZZzzpeare

Now is the winter of our discontent
Made glorious summer by this sun of York;
And all the clouds that lour'd upon our house
In the deep bosom of the ocean buried.

Richard III de William Shakespeare, encenado pelo grupo novaiorquino The Acting Company, ontem no Mondavi Center. Uma oportunidade rara, já que eu nunca tinha assistido à esta peça de Shakespeare.

Que fiasco. Não conseguia manter os olhos abertos, minha mente voava, pensando nas coisas que eu tinha que resolver hoje e decidi ir embora no intervalo, depois de uma hora e quarenta lutando pra acompanhar a história e faltando mais sessenta minutos para o final da peça. Achei que era só eu, saindo de fininho, me sentindo terrivelmente entediada. Mas qual foi a minha surpresa quando vi, saindo também de fininho comigo, outros tantos voluntários. Alguns reclamando que alguns dos atores eram tão fracos que estavam deixando a peça monótona. Ufa, me senti aliviada, pois estava me achando uma brucutu ignoranta, deixando o teatro sem terminar de ver uma encenação de um clássico como este.

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April 6, 2004

Bowie & Iman for Hilfiger

Eu não compro revistas de moda, mas recebo umas revistas masculinas que meu irmão assinava e que agora chegam no meu endereço. Uma delas é a Details, que até que tem coisas interessantes. Mas eu sempre olho as propagandas de marcas famosas com desconfiança e uma atitude blasê, pois está tudo tão chato, sem criatividade, os modelos com aquelas caras de cocôzudos, tentando parecer sexy em poses pseudo-ousadas. É tudo tão banal, que uma série de fotos me chamou a atenção. Eu não gosto do designer, mas a campanha do Tommy Hilfiger com o David Bowie e a Iman está bonita e refrescante! Ufa, que alívio olhar fotos de um casal posando sem fazer caras e bocas falsas..

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blacklist

Todo dia eu dou graçasadeus por pilotar um Macintosh, porque recebo toneladas de e-mails viróticos, que vão pro lixo e eu não preciso me preocupar com anti-vírus, nem ficar sempre naquela paranóia.

Mas se eu estou livro dos vírus, não estou livre dos spammers!

São centenas por dia, que são pegos pelo filtro. Mesmo assim enchem meu piquá, porque eu sei que recebo, principalmente pelo e-mail desse blog. Por isso quem recebe comentário meu tem que editar uma parte do meu endereço, que eu adiciono por proteção. E não pode ser qualquer coisa: tem que ser uma frase desconecta, que confunda os robôs dos spammers. O Gabriel sugeriu algo em português, com letras embaralhadas, já que o endereço do Blurbs é atacado por spammers em inglês.

Tudo isso me dá nos nervos big time. Mas dois dias atrás comecei a receber mensagens de spammers através do blog. No inicio achei que só bloqueando o IP já daria conta dos pestes. Mas que nada! Eles voltavam com IPs diferentes em cada vez. Me deu um ataque de ira!!! Não dá pra dar mole pra essa gentinha...

Felizmente tem gente trabalhando duro no lado do bem desta guerra. E eu encontrei um programinha pro MT, que parece estar funcionando. É o MT-Blacklist, que você instala num minutinho e se livra dessa corja de éfedepês, que andam infestando os blogs.

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April 5, 2004

bom só de ver

O jasmim florindo e fazendo uma moldura na porta dos fundos da guest house [na foto logo abaixo] é lindo de se ver. Faz um arranjo tão bonito que eu desisti de podar a trepadeira, que já está engolindo as cabeças passantes que saem ou entram na casinha.

Mas quando o jasmim abre, o cheiro fica nauseante. É até gostoso nas primeiras horas, mas depois vai dando um entojo, uma dor de cabeça e uma vontade de tosar tudo. Perfume de jasmim no quintal não é tão prazeiroso quanto parece.

Alías, descobri que jasmim não é um cheiro bom. Joguei fora um sabonete francês de jasmim outro dia. Não deu pra ficar exalando aquele cheiro das flores brancas fedorentas depois de todos os meus incontáveis banhos.

Gostaria mesmo era de ter lavanda no lugar desses jasmins todos. E eu digo jasmins porque em cada canto tem um pé dessa flor, que vai se alastrando, subindo em tudo, se agarrando nas outras plantas, tomando conta do pedaço. E quando as flores abrem, tudo empesteia com um cheiro doce, meloso, enjoado.

É mesmo lindo só pra ser ver de longe, através dos vidros ou na fotografia

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o jasmim

ojasmim.jpg

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April 4, 2004

Baaba Maal

Nós entramos no teatro às seis e meia e os músicos africanos estavam no palco, terminando os últimos ajustes de som. Eles ainda estavam vestidos com roupas comuns, jeans, camisas, e falavam entre eles numa mistura de inglês com uma das inúmeras línguas do Senegal. Eu já adorei tudo a partir dalí: o cenário simples, com um quilt gigante fazendo uma tenda, a disposição dos músicos em círculo e a atmosfera familiar e simpática que os africanos sempre nos passam.

O show do Senegalês Baaba Maal superou a minha primeira impressão de informalidade e simpatia. Foi muito mais que isso, foi vibrante, alegre e contagiante. Maal tem uma voz esganiçada, aguda, quase incômoda. A banda tem cordas pungentes e tambores austeros. O som é alto e áspero, mas o resultado do conjunto é delicioso e encantador. Maal puxou seus músicos para dialogar com ele. E cantou canções tradicionais do Senegal com uma sonoridade pop e uma concepção contemporânea. Os músicos brilharam, principalmente um dos percussionistas, que tocava um minúsculo tambor pendurado no ombro. Ele foi o centro da festa, com sua simpatia, ginga, sorriso aberto, dançando e conduzindo a platéia a bater palmas. Um homem lindo e charmoso, dançando descalço. Maal também dançou, chamou os outros músicos para a dança, tirou a sandália e parte da sua vestimenta - três camadas de túnica e colares, para poder se movimentar melhor. Maal é magrinho e ágil. Sua figura combina com a sua voz de taquara rachada. E sua música é irradiante. Infelizmente não deu pra dançar dentro do teatro. Foi o único defeito do show...

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quatro horas

Levei um susto quando abri lentamente meus olhos, ouvi o gato miando, a música do sonho ainda tocando, virei meu corpo, estiquei meus braços, levantei levemente a cabeça e vi os números vermelhos do relógio da caixa do aparelho de cable: 9:00am.

Meu limite na cama agora é 8:00am. Pensei puxa vida, dormi muito! Quando desci pra fazer meu café com leite e french toast que vi nos relógios do fogão e micro-ondas que não eram 9:00pm. Quer dizer, eram 9:00pm, mas não na hora real. É que entramos no horário de verão!

A vantagem desse 'daylight saving time' é que a partir de hoje poderei andar no Arboretum depois das 6pm; e voltaremos a jantar no quintal aproveitando enquanto as tardes não ficam muito quente; o sol das 11am na realidade será ainda o sol das 10am; e sobretudo, poderei falar com o Brasil mais facilmente, pois agora estamos com apenas quatro horas de diferença!

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April 3, 2004

assets

Eu estou nadando tão melhor. Não só com mais estilo, como em linha mais reta [de costas] e também sem ter que parar toda hora pra recuperar o fôlego. yeah!!!!

Fiquei três semanas ouvindo o mesmo cd na cozinha - Etta Jones, uma cantora de jazz e blues simplesmente divina. Agora troquei o cd, por um de hits dos anos 4O. No carro passei uns meses ouvindo Aerosmith, depois Muddy Waters, agora Outkast. Sou bem eclética, gosto de tanta coisa...

Todo sábado é dia de pizza aqui em casa. A tradição da macarronada de domingo eu quebro, mas a da pizza eu mantenho religiosamente. Hoje vamos ter pizza congelada, fazer o quê?

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the sweetest thing

Eu estava irritada, porque ele chegou de San Francisco na quinta à noite e não veio pra casa. Ficou no seu laboratório de cem mil dólares, fazendo alguma coisa super importante. Então ontem eu deixei a salada temperada murchando, o macarrão soba e o tofu frito esfriando na mesa para ir buscá-lo. Se não for assim, ele não vem, porque está atolado de coisa pra fazer. Isso me provoca um ataque de mau humor. Viro uma ranzinza, respondendo atravessado, elevando a voz, sendo grosseira, the whole nine yards.

Depois que eu falo tudo e mais um pouco - "não é minha culpa que você está cheio de projetos!", me calo. Daí ele me abraça, faz uma cara engraçada, tenta dar uma de psicanalista - "me diz o que você está sentindo.", propõe irmos ao cinema juntos no domingo à tarde, faz uns elogios, dá uns beijinhos. Ele é um doce. E eu devo ter mesmo um amor transbordante por ele, pra aturar essa dedicação profissional exagerada.

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April 2, 2004

eu danço

eu dançoeu danço
eu dançoeu danço
eu dançoeu danço
eu dançoeu danço
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eu canto

Brothers on the block knowing
(from this point on it only gets rougher!)
Sisters at the crib knowing
(from this point on it only gets rougher!)
Preachers at the church knowing, we still get by
(from this point on it only gets rougher!)
Teachers at the school knowing
(from this point on it only gets rougher!)
Ladies on the block knowing
(from this point on it only gets rougher!)
Junkies on the corner knowing, but still get high
(from this point on it only gets rougher!)
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April 1, 2004

blue

denim

denim

denim

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Joe Goode Performance Group

"nós não queremos mostrar apenas nosso virtuosismo como bailarinos nas nossas apresentações. mais do que isso, queremos passar um sentimento de intimidade e travar um diálogo com o público."
joe goode

O grupo de dança do coreógrafo, roteirista e diretor Joe Goode foi uma deliciosa surpresa na apresentação de ontem no Mondavi Center. Em dois atos de quarenta e cinco minutos cada, os bailarinos e Goode fizeram muito mais do que dançar. Eles contaram várias histórias, filosofaram, cantaram, declamaram, fizeram rir e interagiram com a platéia.

Adorei as duas peças apresentadas: a primeira, What the Body Knows faz pequenos sketches de situações da vida, um relacionamento gay, uma pessoa que é sempre simpática e empática com os outros, reflexões sobre gente horrorosa. No segundo, Folk, uma pequena história que se desenrola num café numa pequena cidadezinha no deserto, o cozinheiro que ama a garçonete, o artista de Los Angeles em crise existencial, o cara esquisito que faz pinturas de rostos dos mortos, a reclusa, a garçonete filósofa.

O melhor do grupo é o senso de humor. E todos cantam e interpretam. A dança é praticamente uma coadjuvante na apresentação, que dá prioridade para esses pequenos dramas de pessoas comuns. Como qualquer um de nós.

O Joe Goode Performance Group é um verdadeiro refresco, trazendo o ar gelado, criativo, não conformista e transformador de San Francisco, para a nossa pequena cidade, ávida por mudanças e coisas novas.

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muthaf******

O cd Speakerboxxx/The Love Below do Outkast estava na minha lista de quereres desde dezembro. Primeiro eu não achava o dito em lugar nenhum pra comprar, depois vi na Borders por $21 ou algo assim. Eu não compro nada que custe mais de vinte mangos, mind you. Estou me tornando uma mão-de-vaca dos infernos. Um cd por $21, mesmo duplo, nunca!

Ontem comprando uma coleira nova pro gato e sabão líquido de lavar roupa no Wal-Mart, vi por acaso Speakerboxxx/The Love Below por $13. Coloquei no carrinho com um sorriso vitorioso nos lábios, paguei, rasguei o papel transparente, arranquei os adesivos lacrantes e já vim ouvindo André e Big Boi na volta pra casa.

Me rebolando no banco do carro comecei a achar que tinha algo errado com as músicas... Foi quando vi o selo no papel celofane da embalagem: EDITED VERSION.

QUE????????? Versão editada? Como assim??? Limparam os "fucks, asses, pussies, motherfuckers, butts, holes, shits" e eteceterás do cd??? Isso mesmo! Nas músicas tem um silencio quase imperceptível nos palavrões e no booklet está tudo com estrelinhas.

Fiquei emocionalmente abalada! Ouvir uma versão editada de qualquer manifestação artística já é o fim da picada, mas o pior é pensar que o Outkast permitiu essa tesouração toda, nessa versão do cd pra ouvidos sensíveis e falsos moralistas.

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