June 29, 2005

inbox

We are leaving the Algarve beach area today, headed back to Lisbon. We stayed in a very touristy place with a beautiful beach but too many Brits; Rouz has invited you to be a member of * in the kitchen *; clap! clap! clap!; A idéia surgiu num impulso. Descartei. Ela voltou. Insistente. E eu fiquei curiosa. O que vocês vêem das suas janelas? Melhor ainda, o que é que tem do outro lado da janela do ambiente onde vocês usam o computador?; We would love to see you in Paris, but Jeannie may not be back in Vienna by Sept 17th; Um estudo publicado pela Universidade de Los Angeles, Califórnia, indica que a amizade entre mulheres é algo verdadeiramente especial; Martha Stewart: Plan the Perfect Fourth of July Celebration; That is all for now. I think we are pretty close to finishing this project. It looks very nice; Me lembrei dos discos do seu pai. Na sua casa que escutei pela primeira vez Jimi Hendrix (no princípio não gostei muito), Creedence, além da infindável coleção Bob Dylan (de quem eram mesmo os discos?); Hello, I'm going to study abroad in China and Annie a new CSA Student Assistant, will be taking over; minha memória evaporece feito a água de uma lágrima minha lembrança se vá sem deixar lembrança alguma em seu devido lugar se um dia eu esquecer que você nunca me esquecerá.

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June 28, 2005

bem-vindos!

Me ligaram em cima da hora pedindo por favor para eu ir falar sobre o Brasil para um grupinho de Summer campers. Essa não é bem a minha praia, mas não consegui dizer não. Munida de uma jarra de guaraná com gelo e limão, dois cds de música brasileira e a bandeira tridimensional do Guto, fui enfrentar as ferinhas. Era um grupo de dez crianças de sete a oito anos. Uns bagunceiros! Perguntei se eles sabiam que língua falávamos no Brasil. Eles responderam 'Spanish' e 'Brazilian'. Eu expliquei que era o português e os ensinei a falar 'oi', 'obrigado' e 'tchau', falei sobre as cores da bandeira, carimbei os passaportes deles e disse 'bem-vindos ao Brasil!', quando eles responderam 'obrigado!' e fomos pular amarelinha, cada casa com o seu número em português. Um, dois, três...dez. Eles beberam o guaraná e gostaram, depois ouviram um menino de dez anos do Rio de Janeiro chamado Pedro tocar o cavaco e cantar sobre um sonho que ele teve. Terminaram a viagem pelo Brasil dançando com os indiozinhos guaranis de Ubatuba, que cantavam uma música ritimada falando sobre um pássaro amarelo. Eu me despedi dizendo 'tchau!' e eles responderam com um sonoro 'obrigado!'. Até que gostei da viagem, mas não sei se quero voltar...

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café da manhã

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com Leila e Christopher

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June 27, 2005

no bazar do jesus cristo

Eu não frequento locais muito finos quando se trata de fazer compras. Tenho um vício horrível, que me leva à lojas populares e de ponta de estoque quando quero olhar roupas, sapatos, coisinhas pra casa. Se eu frequentasse as boutiques hip da minha cidade ou as lojas de departamento chics da região e apenas de vez em quando baixasse numa loja brega, tudo bem. Mas meu circuíto é composto quase que totalmente por essas lojas, eu quase que só compro nelas, eu não me dou opção.

Então, por castigo, toda vez que eu tenho os meus acessos consumistas, tenho que aguentar certas chatices. Os frequentadores dessas lojas formam uma fauna bem variada, que incluí desde figuras moderninha procurando por coisas diferentes, até pessoas super simples procurando apenas por barganhas e que vão sempre às compras com a filharada. Esse é o detalhe que me perturba: a filharada.

Não tem uma vez que estou lá no meio das araras, empurrando as centenas de cabides da esquerda para a direita ou vice-versa na esperança de achar aquela peça maravilhosa por um preço sensacional, que não esteja acontecendo algum imbróglio infanto-juvenil nas premissas. Tem sempre um bebê se esguelando de tanto chorar com a cara vermellha e sendo carregado por uma mãe se fazendo de tonta e que não está ouvindo a choradeira, enquanto contínua fazendo compras com a maior tranquilidade como se nada estivesse acontecendo. Tem sempre crianças pentelhas perdidas, chorando ou correndo pelos corredores, berrando, brigando entre si, e a mãe sempre gritando lá do outro lado da loja - fulaninho, pára já com isso, vem pra cá, tira a mão daí, chega, se você não vier vai ver só, cala boca, você vai levar uns cascudos - e eteceterá. Quem já não presenciou cenas assim? Comigo é toda vez... Parece praga, pagamento de carma, e justo comigo que nunca levei meu filho em loja ou no supermercado. Eu ia sempre sozinha, porque criança não tem paciência, criança quer comprar tudo o que vê, criança quer brincar e loja não é bem um playground.

Fico profundamente irritada quando estou na minha concentração zen consumista e minha meditação e reflexão são interrompidas por gritos e choros. Pior quando estou no provador e tem uma mãe com pelo menos três crianças socadas com ela, fazendo o que elas querem e podem fazer naquele local confinado. Vai me dando uma angustia. Mas a culpa é toda minha. Eu poderia estar fazendo compras num lugar mais sofisticado, mas a tentação da barganha é maior, então eu reviro os olhos, bufo, olho com cara feia pros lados, mas continuo lá, firme, empurrando os cabides pra esquerda ou pra direita e esperando achar aquela peça fabulosa por um preço inacreditável.

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June 25, 2005

meu quadrinho favorito

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» Pearls Before Swine - Stephan Pastis . [clique & amplie]

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June 24, 2005

coisas que eu não conto pra ninguém

Como, sair em prantos de uma loja por causa de um cachorro.

Eu estava na thrift store do SPCA, onde todas as vendas revertem para ajudar os animalzinhos no shelter, e ouvi o pedido das mocinhas que atendiam ao público: quer fazer uma doação para o cachorrinho que precisa ser operado? Eu perdi até a vontade de olhar as bugigangas e quinquilharias da loja. No balcão tinha um vidro com dinheiro, uma cartinha explicando o acontecido e duas fotozinhas do bichinho todo estrupiado, machucado na cabeça e precisando de uma operação urgente. Nem consegui ler direito a história, enfiei uns dólares no vidro e saí da loja correndo, aos prantos, lagrimotas gigantes pingando na minha blusa.

Dirigi por um tempão chorando, sem conseguir me controlar. Eu dou esses bafões sempre, por causa de gente, de animal, até de planta se bobear. É muito duro ser assim, mas infelizmente é assim que eu sou.

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noite junina

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» jantamos mais tarde para poder aproveitar as luzes das lanterninhas acesas no quintal

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singing along

É muito, muito, muito difícil pra mim escrever aqui. Não é falta de assunto, pois sempre fui famosa por conseguir tirar histórias de pedras. O problema é que eu só sei comentar sobre a vida ao meu redor e por isso a dificuldade de me expressar sem citar pessoas e suas relativas histórias. Vai que a personagem do meu texto entre aqui, se reconheça e não goste, se ofenda. Além do que já ouvi meu marido martelar quatrocentos e cinquenta e sete vezes na minha orelha que não quer aparecer, que prefere a privacidade. Assim não dá.....

Eu custei a admitir que tenho uma alma travesti. Tudo que brilha me atraí. Preciso me controlar pra não sair por aí comprando coisas que irão comprometer a minha imagem classuda minimalista. Mas a verdade é que eu a-d-o-o-o-r-o-o-o um paetê! Ontem caí de amores por umas sapatilhas de bailarina. Tinha dourada e prateada, super confortáveis, super baratas, mas não tinha o meu número [ufaa..!]. Fico enlouquecida, mas depois que a minha compra se frustra, caio na real e penso o que seria de mim andando por aí com uma sapatilha prateada.... Passo os olhos e os dedos sobre túnicas indianas bordadas com fios dourados, echarpes cheias de miçangas e pingentes e chacoalho a cabeça para ver se a vontade de comprar se dissipa....Salva pelo bom senso, no último segundo!

Acho que posso dizer que sou boa em dar o primeiro passo, me aproximar, acolher, abrir o espaço para um novo relacionamento. Mas não corro atrás de ninguém. E não agüento chatices e pentelhices. Não gosto de ouvir críticas não solicitadas, nem analises psicomancóticas da minha personalidade. Sem dizer que valorizo quem ouve e dou três passos pra trás com quem fala demais.

Transtornos de morar em downtown: ouvimos barulhos que os moradores dos suburbios nem imaginam existirem.

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June 23, 2005

jueves

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realidade besta

Estamos chegando ao fundo do poço das idéias para essas porcarias de programas de tevê chamados de reality shows. Cada dia aparece algo mais bizarro. Eu pensava que já tinha visto o pior, com Surreal Life, Strange Love e Chasing Farrah, mas ainda consegui me surpreender. Como se ter uma câmera seguindo a demente Farrah Fawcett não bastasse, precisamos de uma câmera seguindo o demente Bobby Brown, em Being Bobby Brown. E outra câmera seguindo duas peruas ricas, mãe e filha, cujo principal objetivo na vida é achar um otário que as sustente, em Gastineau Girls. E outra câmera seguindo uma família de novos ricos cafonas em Growing Up Gotti. Sério, a situação está constrangedora.........

Mas o reality show mais deprimente que eu vi até agora, superando de longe até Surreal Life, foi Kept, onde a ex-modelo, ex-senhora Jagger e ex-texana, Jerry Hall procura entre um grupo de rapazes toscos, sem cultura, sem boas maneiras e mal ajambrados, um kept man [tradução: manteúdo?]. Os caras são simplesmente uns boçais, com exceção de dois - um loiro e um mulato - que parecem ter um pouco de cérebro. Os nomes dos gajos variam de Maurizio, a Slavco e Ricardo... Jesus, give me a break, será que esses nomes são verdadeiros ou nomes de guerra? E a Jerry Hall está perfeita como a dona do bordel. Pelo andar da carrugem já estamos em plena derrocada intelectual, rumando para o inevitável declinio do império da tevê norte-americana.

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June 22, 2005

The Jane Austen Book Club

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um livro bobinho, mas a autora mora na minha cidade e, mesmo sem mencionar nomes, fala da vidinha brejeira de Davis. eu adorei reconhecer certas paisagens.

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June 21, 2005

mergulho

Algumas coisas que fazemos naturalmente revelam alguns traços importantes da nossa personalidade. No meu caso, eu nunca fui de botar pesinho na água da piscina e ficar falando 'que fria!', enrolando pra entrar, fazendo vai-que-vai, entrando aos pouquinhos. Comigo é tchibun e fim. Entro de cabeça, mergulhando e me molhando inteira. Dou um berro inicial e depois saio nadando. E tenho uma forte tendência para fazer a mesma coisa com praticamente tudo na minha vida. Nunca experimento, nunca planejo, nem vou e volto, fico refletindo, matutando, indo devagar. Comigo é tchibun. Mergulho de cabeça nas coisas e só quando já estou imersa que vou me tocar onde estou, sentir frio, medo, seja lá o que for. Uns me consideram impaciente, outros inconsequente, e outros simplesmente me acham desorganizada e passional.

Como a vida é uma escola, ela nos faz sentar ao lado de alguém totalmente diferente de você, para te acompanhar nesta jornada. E no meu caso eu divido a carteira com alguém extremamente metódico, que precisa planejar com cinco meses de antecedência, adora ler mapas, colocar esquemas no papel, anotando e fazendo contas e cálculos com aquela caneta que ele sempre tem no bolso, ou puxando a calculadora eletrônica da malinha, fazendo pesquisa, tentando descobrir antes a temperatura, a densidade e o nível de poluicão da água da piscina onde ele vai - talvez - entrar e nadar.

Eu aprendo muito com essa convivência, mas quem eu sou sempre se impõe de maneira mais forte e eu acabo desprezando os mapas, os roteiros, os planos, as opiniões alheias e tchibun, pulo na água sem pensar, nem piscar ou olhar pra trás.

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June 20, 2005

jardim

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um dia normal

Como é ruim acordar de sonhos estranhos que me deixam confusa e com a cabeça girando. Onde estou? Quem sou eu? O que estou fazendo aqui? O bendito café-com-leite ajuda na localização: ano 2005, no estado da Califórnia, cidade de Davis, na Cottage Circle, manhã de segunda-feira, meu nome é Fernanda, mas pode me chamar de Fer. Estou pronta para abrir o jornal para ler os quadrinhos que me fazem sorrir. Mas preciso de mais uma dose de café para abrir o feedreader carregado de péssimas notícias do mundo e mais e mais sinopses de assuntos que não me interessam. Leio, escrevo. Perco hora. Banho. Hot-dog. Sinto frio até as três da tarde. Olho as pessoas bufando e se abanando, e eu tremendo, roxa. Cometo um engano, mas não perdi a viagem. Termino um trabalho. Completo uma tarefa. Alguém me pede desculpas. E eu desligo o telefone no meio de uma espera para ser atendida num serviço público. Agora estou com calor. E com cólicas. E pensando o que vou fazer para o jantar. Mais um dia normal pro arquivo da minha vida.

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June 19, 2005

dia de cinema

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eetzy beetzy

Lã cor de abóbora caramelizada. Luzes na janela. Música na cozinha. Foram os quatorze dólares mais bem gastos do mês. Bob, Ali e Steve. Almocinho em família. Cineminha com amigos. Lista de compras: cartão de memória maior para a minha digital e um livro de frases pra viajantes. Não quero passar dez dias repetindo excuse, je ne parle pas Français. Muito trabalho. Longa lista de filmes que não vi. Lavandas secam numa sacola de papel. Presentes dos amigos embrulhados. Você pensa estar invisível, mas eu vejo o seu rabo aparecendo. Vinho branco gelado. Eu decido e não tem mais volta. Embora nem sempre eu esteja certa. Flores roxas no papel verde. Cheiro de grama aparada. Gatos cantantes do Keith Haring. Feliz dia dos pais!

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June 17, 2005

fechando a semana

Faz calor em Lisboa. Chove e faz frio em Davis. Estou preocupada com os meus tomates. Eles não gostam de frio e umidade.

Terremotos e furacões, não tenho paciência pra escândalos de celebridades e a política me deprime.

Tive que fazer mil coisinhas que já estavam em estado de procrastinação catatônico por semanas. Cada coisa num lugar, em diferentes cantos da cidade. Dirige, dirige, nega, dirige.

Qualidades que eu admiro: classe e discrição. Infelizmente nem todo mundo tem. Pior, o que mais se encontra por aí é gente grossa e bocas-de-matilde.

I sing in the rain.....

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when the tough gets tougher

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eu visto minha velha camiseta do Super-Homem..

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diz que disse

Muita coisa para ser lida lá no Cinefilia.

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June 16, 2005

luz e música

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June 15, 2005

our own private tsunami

O terremoto de ontem na costa do norte da Califórnia foi sentido aqui em Davis de uma maneira interessante. Eu não senti nada, como sempre. Muita gente não sentiu. Mas um grupo de nadadores que fazia o último treino do dia na piscina onde eu nado, exatamente na hora que o terremoto aconteceu perto de San Francisco, sentiu. O coach nos contou que ele estava escrevendo os sets pro workout de hoje na lousa branca, de costas para a piscina, quando ouviu todo mundo parar de nadar de repente e começar uma gritaria. Quando ele se virou pra olhar, viu a água da piscina ondulando como no mar, pra um lado e pro outro. A agitação na água durou dez minutos. Os nadadores relataram que sentiram um mal estar, uma tontura, enquanto nadavam e quando viram estavam no meio da agitação aquática. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer, mesmo quando em terra não se percebeu vibração alguma.

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June 13, 2005

sour

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what'll I do?

Somente no verão, ou quase lá, para acontecer de eu ir dormir tão cedo. Às nove meus olhos já estavam pingando. Resisti. Capotei às nove e trinta e oito... zZzzz....

Tenho certeza que vivo numa bolha quando faço coisas como mergulhar de cabeça numa caixa de cds de hits dos anos vinte. Estou simplesmente encantada, what'll i do? É mais forte do que eu. Americanos me olham com curiosidade quando eu desfio pra eles a lista de bluesman que gosto. São todos dos anos vinte, trinta e quarenta. Gosto de música antiga de cinema, de jazz antigo... Sou a versão feminina do Seymour de Ghost World!

Essa é a época do ano em que a cidade esvazia. Aulas terminam, todo mundo de passagem nas mãos, muitas idas e voltas do aeroporto, despedidas, começa a temporada de viagens. Onde está o fulano? Na Europa. E a sicrana? No Brasil. E a beltrana com a família? No Havaí. E você, não vai viajar? Não sei... ainda!

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June 12, 2005

juntinho

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eu gosto muito quando ele fica assim, juntinho...

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the remains of the day

Fico imaginando um programa de culinária onde eu seria a apresentadora. Primeiro que eu não ficaria falando, falando, como na maioria dos shows culinários. Eu ficaria ouvindo música, como realmente faço na minha cozinha, às vezes cantando, outras vezes falando com os gatos, rindo sozinha e praguejando quando as coisas dessem errado. E tudo iria dar errado, como é normal acontecer. Eu iria cortar o dedo, esquecer o prato no forno, queimar o molho de tomate, não iria conseguir achar a tal forma ou um utensilho qualquer. Iria perder a paciência, cortar tudo grossão, acrescentar ingredientes à olho, inventar receitas, espirrar, derrubar, contornar. Assim seria o meu show e tenho certeza que seria um sucesso!

Este blog não é um espetáculo circense e meus queridos e fiéis leitores não são o respeitável público. Vem aqui quem quer, lê quem quer, comenta quem quer. Não há placas pedindo aplausos, nem risadas, nem vaias. E, mais do que tudo, este blog é o MEU quarto cor-de-rosa, que me pertence e eu não alugo pra ninguém!

Um blog extremamente fofo dá a receita de uma bebida deliciosa para o verão. E eu fui correndo fazer e imitar. É o KIR - uma dose de licor de cassis, quatro doses de vinho branco gelado num copo transparente e enfeitado com uma casquinha de limão. Delicioso!

Um churrasco coletivo é sempre uma preocupação. Será que a comida vai dar? E as pessoas vão se entrosar? E todos irão trazer coisas gostosas pra dividir? Como ficará o tempo? Muito quente? Vento? Logo saberemos....

Bati o meu próprio recorde nesta semana: quebrei três copos e uma jarra!

E foi também uma semana cheia de atividades. Um dia protagonizei uma cena de cinema. Vestida como a Sandra Bullock em Miss Congeniality - vestido longo, faixa de miss, botas Doc Martens e meias do Garfield, pistola de plástico amarrada na perna por um elástico e bandeirinha dos EUA numa das mãos - tive que cruzar o campus da Universidade da Califórnia à pé, dando passos largos e soltando fumaça pelas ventas louca da vida, porque o sujeito que iria me buscar na festa dormiu e não ouviu o telefone tocar. A vida é cheia de surpresas, você ainda duvida?

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June 10, 2005

nas linhas da minha mão...

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estrelas...

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June 9, 2005

my kitchen

Estou lendo um livro de receitas desses cheios de histórias, onde Miss Bessie, uma negra sulista, descreve seu prendizado na cozinha da avó e da mãe. Ela fala sobre tradições da cozinha do sul com suas diferentes etnias e aromas. Ela também diz que é possível descobrir muita coisa a respeito de uma mulher, apenas observando a sua cozinha. Segundo Miss Bessie, a cozinha vai dizer mais verdades sobre uma mulher do que ela mesma se permitiria

Pensei então na minha cozinha e as verdades que ela pode revelar sobre mim. É um espaço amplo e cheio de luz. Flores na janela desnuda em frente a pia. Uma boombox sempre presente num canto, onde eu coloco cds de Jazz pra tocar enquanto cozinho. Uma estante cheia de livros, revistas, cadernos de receitas e papeladas avulsas enfiadas em sacos plásticos e porcamente organizadas em arquivos. Peças de cerâmica por todo canto. Muitas colheres e garfos de madeira. Pelo menos três garrafas de azeite sempre à mão, perto do fogão. Dois panos de prato sendo usados e uma toalha de mão. Poesia magnética minimalista na geladeira - pastilha dizendo Water, do lado que saí a água e gelo e outra dizendo Beer, onde fica o resto das comidas. Alguns postais de viagens e umas fotos dos meus sobrinhos. Gatos sempre dormindo nos tapetes, armários desorganizados, despensa com estoque de vidros de azeitonas, grão de bico, macarrão de diversos tamanhos, formatos e expessuras, lentilhas e ervilhas secas, feijões, arroz basmati e integral e latas de tomate em conserva. Gavetas terrivelmente desorganizadas, caixa de pão sempre cheia, muitas latas de biscoito italiano, cheias de biscoitos que nunca lembro de comer e que acabam ficando velhos. Garrafas de vinho branco e tinto de cozinhar. Pia sempre com louça suja. Uma chaleira vermelha com água sempre à postos em cima do fogão. Pilhas de pratos de cor beige. Vaso de flores com utensílios de cozinha, cerâmica para garrafa de vinho com inúmeras facas, muitas sem fio. Tábua enorme de madeira no meio da bancada. Vidros cheios de coisinhas. Minha cozinha é grande, mas é cheia de coisas, uma bagunça onde só eu consigo me orientar.

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June 8, 2005

o sertão vai virar mar...

Voltando do Delta Venus Cafe ontem às onze da noite, senti um pingo de água cair na minha testa. Hoje acordei com o barulho da chuva..... Chuva??? Em junho??? Juro que nunca tinha visto chover em junho em todos estes anos que estou aqui. Estão todos comentando - coisa absurda, completamente estranho, totalmente incomum, super bizarro, isso é coisa do demo, culpa do Bush, onde já se viu?!

Pedi um chá quente lá no Co-op, fechei as janelas da casa, desliguei os ventiladores de teto, vesti blusa de lã e meias, cancelamos o picnic no Farmers Market. Esconjura! Espero que eu não morda a língua daqui uns dias, quando estivermos de volta ao normal, suando e desidratando com o calorão, mas não estávamos entrando no verão??

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grafite

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June 7, 2005

Nada Reação

O coach Steve mandou uma das cinco pessoas da raia três passar para a raia dois, onde eu nadava sozinha. Veio uma bofete muito a contragosto. Tudo bem, não quer dividir a raia comigo porque gosta de fazer timinho com outros bofes e bofetes competitivos, então nem se voluntaria. Mas a bofete veio e depois de um set nadando borboleta comigo disse - vou voltar pra outra raia, tá? pra você não se estressar.... [ha ha! no worries, b-i-t-c-h!!] Eu faço uma cara de que estou cagando nessas horas. E estou mesmo.... cagando pra esses bofes e bofetes que nadam na piscina publica de Davis e pensam que são alguma estrela imbátivel da natação nacional.

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Nada Ação

Dois pensamentos assustadores que flutuam insistentemente pela minha mente quando estou nadando:

um - qualquer parte do meu biquini vai sair do lugar e.... ah, bafão!

dois - vou vomitar involuntária e acidentalmente na água azul... blof!

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June 6, 2005

parada no meio do dia

Ou melhor, como o dia começou realmente cedo, já estou me sentindo como se estivesse no final da tarde. E são apenas três e meia. Falta muita coisa pra ser feita. Cesta de legumes, cookies no supermercado, jantar, palestra na UC Davis. E umas mil e duzentas coisas pra organizar. Já desisti do arquivo acordeon, pois percebi que a única solução eficiente para a bagunça das papeladas da nossa vida nesta altura do campeonato seria um arquivo de metal, desses do tamanho de um armário, com pelo menos quatro gavetões e muitos fichários.

Hoje foi a primeira vez que vi o chão de terra num canto do quintal.... Antes era somente mato, mato, mato...... e mais mato!

Já há muitos tomates verdes pendurados nos tomateiros. Traumatizada com os eventos do ano passado, todo dia eu checo pra ver se eles ainda estão inteiros. Toctoctoc! O orégano, a menta e o thyme dominam.

Foi uma cena realmente patética, eu chamado o Urso para ver uma estrepolia do gato Roux. Ele parou o que estava fazendo e com um sorriso de orelha a orelha tirava fotos do bicho enrolado num tapete. De repente ele põe a câmera em cima da mesa, olha pra mim e diz - estamos precisando ter uns netos!

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June 5, 2005

sempre por perto

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o domingo pede caximbo...

Final de semana tradicional de descanso e passeio está começando a virar raridade, especialmente entre as pessoas que têm uma semana corrida e usam o sábado e domingo para fazerem coisas na casa - limpeza, jardinagem, lavar roupa, compras de supermercado, cozinhar. Aqui em casa os finais de semana sempre foram ecléticos e variados, às vezes uma pequena viagem, noutras vezes trabalhos domésticos e muitas vezes passando como dias normais, cheio de tarefas comuns. Como eu sigo o Urso pai, que trabalha qualquer dia quando precisa - e sempre precisa, passo muitos finais de semana sem me dar conta que é sábado ou domingo.

Acordo às sete da manhã no sábado, na seqüência do Urso, que acordou às cinco para um teste de campo em Winters. O dia fica interminável quando acordamos muito cedo. Li e-mails e blogs, desci pro quintal e dei uma geral na horta, que tinha um pé de tomate tombado e muito, muito mato. Varri as folhas, cortei as rosas, desenterrei uma espreguiçadeira que estava toda empoeirada num cantinho há anos, presente da minha amiga Eli, e sentei no sol para ler revistas. Conversei ao telefone, tomei banho, peguei minha sacolinha e fui ao Farmers Market comprar alface. Encontrei minha amiga voltando de bike de downtown e passeamos juntas pelo mercado, encontramos pessoas e sentamos numa creperia para tomar um suco. Fofocamos e rimos muito. Cheguei em casa e fui fazer o meu almoço, comi muito, vi dvd, tricotei, comi rolinhos japoneses de arroz doce, falei com os gatos, vi fotos da festinha da Catarina, fiz massa de pizza, conversei no Skype com uma queridona. O dia não acabava mais... Jantamos tarde e fui dormir depois de ver um filme muito fofo na tevê.

Hoje acordei às seis da matina com a bunda de um gato na minha cara. Com esses folgados não adianta empurrar, porque eles não se tocam. Pensei, dá licença, hein, hoje é domingo! Coloquei os zémanés pra fora do quarto e voltei a dormir. No verão dormimos com as janelas abertas e o sol bate na cama bem cedinho. Os gatos adoram. Eu uso uma máscara nos olhos, mas gosto da sensação de receber um banho de sol quando ainda estou dormindo. Não tem teste no campo pro Urso hoje, mas tem um paper que precisa ter lido sem falta. Então teremos outro dia normal aqui em casa. Vou nadar, faço um almocinho, termino de ver os dvds, se rolar converso com algum amigo. E amanhã voltamos à rotina da semana... Tudo sempre igual, mas completamente diferente.

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June 2, 2005

o calorão vem aí, lá lá lá!

Verão no Sacramento Valley não é bolinho. Se você não quiser virar uma uva passa, te aconselho a fazer uma boa compra de loção hidratante, além de um barril de protetor solar fator 60. E carregue um tanque de água quando sair de casa, pois o bafão vai te desidratar rapidamente e quando você se der conta vai estar cambaleando, como numa cena do John Wayne perdido no deserto, naquele filme dele com a Sofia Loren.. [total miscasting]

Quanto aos ambientes internos você não terá muito com o que se preocupar se for um estudante ou pesquisador na UC Davis, onde o ar condicionado está calibrado para dar conforto aos pingüins. A maioria dos restaurantes e espaços públicos fechados tem um bom sistema de resfriamento, com exceção dos supermercados da cidade, onde você precisa de um casaco de esquiador, luvas e gorro de lã pra fazer compras durante o verão.

Mas e as nossas casas? Como é que fica? Olha, o meu esquema, que tem funcionado por oito longos e tórridos verões, é fechar todas as janelas, persianas e cortinas da casa às onze da manhã. E ligar o ar condicionado no mínimo. Isso mantém a casa fresquinha e habitável. O pior que você pode fazer é esquecer as janelas abertas ou tentar abrí-las para arejar antes das nove da noite. Não abra, hein?! Não abra, não abra...... NÃO, por favor, NÃO ABRA........ ((( BUOOOOOOOFFFFFFFFF)))) ...... aaaaaaaaaaaaah!!!!!

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June 1, 2005

seis

Está tudo bem devagar, mas não tem problema. Vinte e oito graus celsius em Davis neste momento. Dois tomates verdes inauguraram a horta deste ano. Mas o mato cresce impiedosamente. Treinei escrever e pronunciar idiossincracias sem olhar no dicionário. Está errado? Todo mundo tem as suas. Respeite. Gentileza gera gentileza, não é mesmo? Nadei com dor de cabeça. Tá melhorando agora. Acho. Gatos são xeretas. Humanos são controlados. Fofoca é muito chato. Um prazer doentio. Tenho a maior preguiça de escrever. Por isso gosto de listas e frases curtas. Domo arigato, Mr. Roboto. O menino com o chapéu do cat in the hat segurava uma plaquinha - 50 cents for one hat trick. Todo mundo riu, que gracinha. Eu pensei, cada uma! Cores e brilhos. Botões. Um spammer livre e solto, preparem as redes. Vozes simpáticas e seus sotaques. Pilhas de papéis. E-mail, não esqueça do jantar às sete. Cerejas e damascos. Quem espera sempre alcança, mas quem tem boca vai a Roma.

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