April 30, 2005

real

É um fato, não tem jeito de modificar isso: eu simplesmente não consigo usar nicknames criativos na internet, me esconder atrás de um profile falso criado para participar de comunidades online, distribuir e-mails ou número de telefone errado para me livrar de chatos, criar personagens, escrever me fazendo passar por alguém. Desde os tempos do pombo-correio, carta-com-sêlo-lambido e da web-manivela que sou Fernanda Guimarães Rosa ou Fer, Fezoca no máximo. Não tem lorota e estamos conversados....

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April 29, 2005

epa!

Tal era a falta de vontade de ir nadar que vestiu apressadamente, combinando com a camiseta totalmente amarfanhada, um par de chinelos - um pé de cada cor, um com tira no calcanhar e o outro sem. Só foi perceber o desconjuntamento horas depois, quando já voltava de cabelos molhados e despenteados para casa.

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vestir

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April 28, 2005

cabeção de vento

Ninguém faz burrices e cagadas intencionalmente. Eu não sou exceção. Todos os meus erros são basicamente frutos da minha distração e avoamento crônico. Antes eu fazia as minhas tontices de sempre e nem conseguia dormir, de tanta raiva, vergonha e revolta. Como eu conseguia ser tão songa? Hoje já me conformei e não queimo pestanas nem perco o sono por causa das minhas mancadas e falhas. Herrar é umano! Mas que continua me dando uma raiva de mim mesma, isso é fato! Cacilda, por que estou sempre me expondo ao ridículo, mostrando o meu lado anta, deixando as pessoas perceberem que tenho defeitos? Custava checar o botãozinho da câmera antes de começar a tirar fotos? Não custava, mas eu não fiz e por isso todas as fotos que tirei na comemoração do aniversário do meu filho sairam horrivelmente embaçadas. E como não dá pra voltar no tempo e eu não sou o Scorsese pra reencenar a festinha e tirar fotos novas, entrei pelo cano, já era!

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bolo de chocolate

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recheado com creme e morango

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April 27, 2005

Vinte e três

Todo ano - leiam ali no link same day in other years - eu escrevo algo sobre esse dia tão importante para mim e toda a minha família. Hoje é aniversário do meu filho! Tão pensando que é fácil ter mãe blogueira? Você tem que aturar coisas como sua mãe berrando "happy birthday!" em público! Mas eu posso não dizer aqui que no dia vinte e sete de abril de mil novecentos e oitenta e dois a minha vida mudou com a chegada de um bebê fofinho e cor-de-rosinha? E que adoro comemorar essa data, porque é um dia bonito? Feliz aniversário pro cara mais lindo e inteligente do muuundooooooooooooo, meu filho Gabriel!

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April 26, 2005

fotos

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but the world goes 'round

Histórias do cotidiano de uma pessoa comum têm que ser repetitivas. Não tem como escapar do ciclo - como as estações, os aniversários, as comemorações oficiais, os xis marcados nos calendários, as festas, as marés ou as fases da lua. Tudo vem e vai, vem e vai, vem e vai. É uma boa explicação e até uma reflexão para entender porque estou sempre escrevendo sobre os mesmos assuntos ou publicanto fotos tão parecidas por aqui.

Todo ano eu faço aniversário e publico aqui os números dramáticos em letras garrafais, depois esfria, as folhas das árvores ficam amarelas, vermelhas, douradas e caem, acendemos a lareira, o gato quase queima os bigodes, assamos um peru que dividimos com a família no dia de agradecer, fazemos compras, ficamos com dor no lombo varrendo folhas, começa a chover, eu me acovardo da piscina, tiro fotos dos enfeites de Natal, publico um cartão e desejo tudo de bom para todos, fico aliviada quando o ano se inicia, como nove sementes de romã, reclamo que não pára de chover, reciclo, recrio, me animo com a chegada da primavera, encho o saco da humanidade com as minhas fotos de flores e, principalmente, rosas. O jasmim abre, capino a horta, planto tomates, as pestes chegam devagarzinho. O Gabe faz anos, faço o meu próprio breakfast no dia das mães, reclamo que esta ficando muito quente, nado diáriamente, não tiro as havaianas legítimas dos pés, arranco mais mato, detono as pestes e colho tomates, o Ursão viaja, viaja, viaja e eu reclamo mais um pouco, as aulas e o ano recomeçam na UC Davis, eu aguardo ansiosamente uma brisa de outono, faço compras, combino uma social com os amigos, asso um bolo, vou dançar o Blues, penso no meu aniversário que já está chegando, jesus como este ano voou!

Por isso, estou parando um pouco de me incomodar com a repetição dos meus assuntos, pois a vida é terrivelmente repetitiva e não é assim que é bom?

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vida com gatos

Espateação nas portas, miação e barulhada às seis da manhã porque eles precisam comer. Grunidos e miados estridentes durante uma perseguição que vai resultar em chumaços de pêlos voando pela casa toda [que acabei de limpar]. Reclamações auditivas e visuais - tapetinho dobrado dando a dica - porque o banheiro está sujo demais para os padrões sofisticados de um felino. Teimosia irritante, insistindo em dormir em cima do sofá da sala que é único lugar da casa proíbido para os peludos. Roncos escandalosos. Barulhão exagerado de boca devorando a comida - nhacknhack. Vômitadas no meio da sala [sempre quando acabei de limpar]. Insistência em beber água na privada. Ração espalhada pelo chão da cozinha. Atos de aproximação interesseiros, querendo snack ou comida. Arranhadas no tornozelo. Copos com água entornados e quebrados no banheiro. Impossibilidade de arrumar a cama, pois um gatonildo está espalhado folgadamente nela. Pêlos por todos os cantos. Ratinhos de pano debaixo de todos os móveis. Perigo mortal nos tapetes da cozinha, onde eles se espicham enquanto você está afobada tentando fazer o jantar. Flagras em cima da mesa. Caras de sonsos. Caras de bobos. Caras de quem sabe que a casa já está totalmente dominada e você é a única que ainda não percebeu.

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more, more, more!

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April 25, 2005

mereço chicotadas

Agora me digam o que uma pessoa razoavelmente inteligente e com um pouquinho de senso crítico está pensando quando resolve assistir reality shows absurdamente bizarros como The Surreal Life ou Strange Love?

O primeiro reality nem tem uma finalidade específica. Um grupo de weirdos-hasbeens é colocado pra viver e interagir numa casa durante duas semanas. Eu assisti à versão número quatro, com Adrianne Curry, vencedora do primeiro America's Next Top Model, Christopher Knight do sitcom The Brady Bunch, Jane Wiedlin, guitarrista do grupo Go-Go's, a rapper Da Brat, o supermodel Marcus Schenkenberg, a wrestling star Chyna Doll e Verne Troyer, o Mini-Me dos filmes do Austin Powers. Sério, nada fazia sentido ou tinha pé nem cabeça, mas eu consegui assistir....

Em Strange Love a bizarrice chega ao ponto de ficar difícil de olhar. Dá até um desespero. É pior que os beijos nojentinhos do Woody Allen. O show acompanha o romance da robótica ex-Sylvester Stallone e ex-lésbica Brigitte Nielsen e o rapper do Public Enemy com dentes de prata Flavor Flav. É de lascar.... Quem consegue assistir aquilo? Eu até que tentei, mas não deu.

Outra reality series que eu vi dois capítulos e deu até depressão foi Chasing Farrah, onde câmeras seguem uma envelhecida e infantilóide Farrah Fawcett, que passa a maioria do tempo fazendo caras e poses. Numa longa cena com o ex Ryan O'Neal, ela parece uma monga totalmente dominada por ele, que pra completar parece estar constantemente bêbado.

Arfg, eca, blearg, eu mereço chicotadas por dar ibope para esses lixos!

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the making of...

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na janelinha

É uma viagem longa, que já dura anos. Eu viajo na janelinha e vou observando as paisagens passarem corridas. Alguns cenários permanecem por um tempo, chegam até a cansar - uma planície imensa, um rio que acompanha a estrada, uma cidade cheia de casas no horizonte. Uns quilómetros mais a frente tudo muda, outros estilos de casas, outros panoramas, outros rios, montanhas, árvores.

No mundo dos blogs a dinâmica é bem parecida, com as paisagens mudando constantemente. Gente nova aparecendo, gente ficando famosa, gente causando buxixo, gente legal, gente chata [e põe chata aí!], gente bacana, espíritos de porco, engraçados, poéticos, informativos, designs de templates coloridos, simples, sofisticados, fáceis de navegar ou querendo ser diferente. Papo aranha, papo cabeça, papo umbigo, cópias ou originais, simpátios, arrogantes, interessantes, cheios de ar. Um dia a paisagem na janela mostra um blog sendo linkado e citado exaustivamente, um pouco mais pra frente a paisagem já muda, o blog simplesmente desaparece de vista. Um saiu na reportagem do jornal e ganhou fãns e críticos, aquele outro não foi citado na coluna social, o outro morreu ou foi matado, dali a pouco renasceu com outro nome. O blog do jornalista famoso, do músico famoso, do diretor de teatro famoso, da modelo-atriz famosa e as moscas de blog. Os estrangeiros, os poetas, os críticos literários, os matemáticos, as donas-de-casa, os trabalhadores da web, os jornalistas, os engenheiros, os fotógrafos. Tem pra todos. Há blogs e há blogs. Daqui a pouco morrerão muitos, surgirão muitos outros e eu pretendo continuar nesta interessante viagem participando e observando com curiosidade e atençao, e fotografando quando der, desta janelinha privilegiada.

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April 21, 2005

dot dot dot

Olho com desconfiança pra qualquer receita que peça dois tabletes de manteiga. Não tenho nenhuma tolerância com palhaçadas. Nem com patetadas, pasteladas e marmeladas. Descobri que os lugares mais famosos são os mais mal frequentados. Um gato insistente tem o poder e a força. Nunca pense que aquilo que você limpou vai continuar limpo por mais de vinte e quatro horas. Uma implicância é um bolor verde e fedorento que cresce e se espalha. Um dos sintomas do narcisismo é achar que todo mundo tem inveja de você. Escrutinação é uma palavra horrorenda. A fala do sujeito cretino é sempre esculachada. Mudança de estação: minha casa parece uma floricultura. Tensão é pregar um prego na parede. O número da camisa estava errado. Não conte comigo. Disse que não escreveu nos últimos cinco anos pois seu computador estava com um vírus. Dou risada de mim mesma. E derrubo vinho na roupa. Não estou sumida, só ando ocupada.

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more

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resumindo

Ouviu a frase que precisava e esperava ouvir - não há nada errado! E então decidiu dirigir em direção ao mar.

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April 19, 2005

e qual é a cor da breguice?

Que coisa mais cafonona a história das pulseirinhas contada pela Marina:

"A garota usa duas pulseiras de plástico, uma cor-de-rosa e outra amarela. São manifestações americanas politicamente-corretas, que já saíram da moda faz tempo; Bush tb usou. Custava um dólar nos Estados Unidos, aqui custa uma baba mas ninguém tem coragem de dizer que gastou tanto por uma pulseirinha que fica charmosa no pulso e dá idéia de cidadania. "Um amigo que trouxe de lá", é o que mais se ouve."

As pulseirinhas, amarela do Lance Armstrong ou rosa, arrecadam fundos para pesquisas contra o câncer. Custam um dólar, não estão fora de moda nem pararam de ser vendidas. Mas daí a virar símbolo de status já são outros quinhentos...

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makeover mania

Transformaram uma singela, feliz e sorridente quarentona com cabelo de cracatua ressecado de tinta loira e vestido cafona cor-de-rosa dos anos oitenta, numa triste e cabisbaixa mulher com cabelo brilhante cor de cobre, corte moderníssimo inspirado numa atriz de cinema, maquiagem e roupas bacanosas.

A irmã disse - queria vê-la com uma cor de cabelo diferente daquela tonalidade de loiro que ela usava desde sempre.

A filha disse - queria vê-la com roupas mais modernas que não me envergonhassem.

Ela disse - fiz essa mudança para a minha família, espero que eles estejam contentes....

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April 17, 2005

a casa das mil portas

Fui convidada pelo Nemo Nox para participar de um projeto de microcontos. Na hora pensei, ôba tá no papo, pois entendi que seriam contos de 50 palavras. Quando finalmente compreendi que os contos teriam que ter 50 LETRAS, me deu um pânico! Mas eu encarei de frente e estou lá no projeto Casa das Mil Portas, junto com outros blogueiros, alguns muito melhores escritores do que eu. Mas estou feliz de ter participado e de fazer parte do grupo.

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April 15, 2005

The Meaning of Food

Estou encantada com a maravilhosa série The Meaning of Food, transmitida pela rede de televisão pública PBS. Os frequentadores assíduos deste blog devem saber que eu adoro ler, ouvir e falar sobre comida. Meus dotes culinários deixam muito à desejar, pois sou desorganizada, desajeitada e aflita demais para seguir receitas e passo-a-passos. Mas adoro as histórias que envolvem comida, das suas origens, desenvolvimento, aspectos culturais dos hábitos alimentares, da preparação e preservação, aos segredos e causos de família. E essa série é um apanhado de tudo que eu gosto. Nos dois primeiros capítulos que assisti ontem - Food and Life e Food and Culture, chorei com o relato de uma judia que recorda as trocas de receitas que as mulheres faziam durante o período em que definhavam a pão e água num campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Me emocionei com a história do imigrante grego em Seattle, sua ligação de amor e dedicação com o fillho de cinco anos e como a comida representa um grande papel nesse relacionamento. Aprendi que os negros que vieram da África para plantar arroz na Carolina do Sul têm uma cultura peculiar chamada Geechee. E fiquei interessada na receita de arroz vermelho, que é passada de pai e mãe pra filhos. Viajei pro Havaí e descobri a importância da raiz de tarô para os havaianos. E conheci a Makah Nation, uma tribo de índios pescadores do estado de Washington, que não podem mais praticar o ritual mais importânte pra cultura deles - a caça da baleia. O host da série é um chef de New York, nascido na Etiópia e criado por país adotivos na Suíça. O terceiro episódio, Food and Family, também deve ser fascinante e eu não vou perder. A série The Meaning of Food é como um daqueles nossos pratos favoritos de infância, que esperamos com grande antecipação e saboreamos com alegria e gosto.

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April 14, 2005

uma frô nárvre

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o não tão preto e o ainda branco

Comprei duas calças de ioga, dessas bem confortáveis, uma toda preta e a outra toda branca. No primeiro dia que usei a preta, encostei uma das pernas num produto de limpeza com cloro e ganhei uma mancha comprida e cor-de-rosa bem na coxa da calça. Ainda não usei a branca, mas se eu fiz o que fiz com a preta, imaginem o que não pode acontecer quando eu estiver a vestindo a branca.....

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April 13, 2005

roses are roses

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quanto mais se corta, mais elas brotam

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April 12, 2005

polka dots

Eu adoro os blogs portugueses. Preciso comprar [ou ganhar.. hint!] um laptop para poder aproveitar realmente o fato de ter uma conexão wireless. Sou a rainha do repeteco, reedito textos e vivo ouvindo aquele mesmo cd over and over and over. Exile on Main Street. Nadar não é bom só por causa do elemento água, mas também porque eu sempre encontro amigos na piscina. Marido trabalhando em casa irrita e quebra a minha santa rotina. Estou precisando ver o mar e sentir o cheiro da maresia. Ando tentando me organizar. Tentando. Este é o mês das burocracias chatas. Mas também é o mês do Gabe. Música clássica não é o meu cup of tea. Eu gosto mesmo é de Blues. E de Jazz. Ando numa dieta de porcarias na tevê. Ainda não comprei a pasta safona pras minhas contas. Os vasos estão cheios de rosas. As janelas estão sujas. Pode ser que chova hoje. Gosto dos sabores azedo, picante e salgado. Doce me enjoa. Tive pena da Jane Fonda. Detesto barracos. Mas estou sempre testemunhando um. Ponho reparo, com o rabo do olho. Pipoca com limonada. Massagem nas pernas e pés. Detesto competição e gente competitiva. Levei um soco nas costelas nadando. A vida não é filme, você não entende.

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April 11, 2005

sou do tempo do onça

É incrível que já se passaram dois anos desde que eu e a Leila fomos à UC Berkeley participar de um painel sobre blogs na Graduate School of Journalism. Lá, nós ouvimos o legendário Dan Gillmor falar sobre a interação entre ele e os seus leitores e outros pioneiros afirmarem que o futuro é blog.

Quando estivemos em Berkeley, eu já mantinha o meu blog há três anos, mas a Leila ainda não tinha se convencido a abrir o dela, decisão que ela finalmente e felizmente tomou em 2004.

Olhando para trás na minha carreira de blogueira, não consigo evitar de me sentir um pouco nostálgica. Quando comecei o The Chatterbox no ano 2000, a blogosfera brasileira era uma pequena vila, onde quase todos se conheciam e se interagiam. Era um clima legal, de camaradagem, onde quase todo mundo se linkava e se lia. Hoje a blogosfera se estendeu numa proporção incomensurável. Pra tentar definir a magnitude que essa comunidade tomou, repito uma frase que disse em 2001 - O mundo dos blogs está overpopulated.

Resumindo, todo mundo tem um blog. E quando digo, todo mundo, quero mesmo dizer todo mundo! Até a minha mãe teve um, durante um período. Eu acho fantástico que a utilização dessa ferramenta tenha se popularizado e diversificado. Mas admito que sinto um pouco de saudades daquela pequena vila. Hoje eu não consigo mais linkar todo mundo, visitar todo mundo e ficou super trabalhoso pescar o que é bom no meio de um mar de boçalidade. Como a própria internet, a blogosfera virou uma rede gigantesca, na qual eu sobrevivo me sentindo da velha guarda, caminhando sempre em frente, mas sem nunca ter realmente saído do lugar.

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sempre na onda

Modéstia às favas, tá bom darling, porque o melhor e mais gostoso blog de cinema é sem sombra de dúvida o C-I-N-E-F-I-L-I-A!

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April 10, 2005

jasmim

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lindojasmim

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April 8, 2005

Rosalie Goes Shopping

Acabei de comprar uma calca jeans ultra low rise, o que significa que mal vou conseguir sentar sem a preocupação de que o rego da bunda vai estar acenando e sorrindo para o respeitável publico atrás de mim. Por que, perguntam vocês, por que você comprou uma calca jeans ultra low rise? Porque, respondo eu, porque ela custava apenas $16.99.

Essa sou eu: a que compra coisas porque está barato. Uma sina da qual eu não consigo me livrar. Mas estou tentando, garanto. E já melhorei muito, pois a situação era incrivelmente pior. Hoje eu consigo devolver peças pra prateleira e dominar o desejo incontrolável de comprar coisas cafonas, com estampas horríveis, cortes esdrúxulos, cores berrantes, tamanhos gigantes, com defeito, modelos que não me valorizam, somente porque estava baratinho....

Já acumulei muita roupa inútil no armário. Hoje eu aprendi a PENSAR. Penso se vou usar, se a roupa combina com o meu estilo [sim, eu ate que tenho estilo], se a cor me valoriza, se não esta muito apertado ou muito largo, se não vou ficar uma árvore de natal, se vale a pena investir aqueles $3,99 numa coisa inútil, que provavelmente eu vou usar uma vez e encostar no fundo do armário.

Entidades estranhas se apoderam de mim quando eu estou dentro de uma loja. Eu perco o bom senso, fico totalmente tomada pela visao estonteante dos preços das etiquetas: $9,99! $5.89! $7.98! $2.50! $10.99! $3.75! $8.98! $12,99! $1.99! $4.99! Aioooô, Silver!!!!!

Depois que chego em casa e recobro os sentidos, me deparo com o tamanho do estrago - uma calça de veludo verde dois números maiores que o meu, uma blusinha de seda azul turquesa que só pode lavar a seco, o que custa mais caro que a dita cuja, outra blusinha estampada que mal abotoa de tão apertada, um vestido de flores que só serve pra usar em eventuais festas juninas, uma calça de listras pra uma festa a fantasia dos anos 60, um colete gigante, um casaquinho de couro com o zíper quebrado [no wonder que estava tao barato!], uma calça jeans com pernas muito longas, uma saia que me deixa parecendo uma dançarina de balé folk colombiano, um casaco verde abacate que parece que a defunta era obesa, e por ai vai....

Hoje foi o de menos. Fui fazer minha visitinha mensal à loja da GAP, que fica atrás da minha casa e estava uma liquida geral. Devolvi uma blusa de gola rolê de linha amarela que custava $6,89 e um casaquinho verde alface que parecia uma blusa de pijama mas que estava $14.99. Consegui experimentar um monte de coisas e deixar tudo para trás. Mas a calça jeans ultra low rise foi irresistível. Agora vou ter que queimar as pestanas pra achar um jeito de usar a tal sem dar bafão. Mas a barganha vale qualquer sacrifício e o potencial mico!

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April 7, 2005

(o)

Quando eu e a Alison nos encontramos, para um chá, café, salada ou simplesmente para uma caminhada juntas, nosso papo é basicamente sobre blogs. Ela me conta muita coisa interessante acontecendo na blogosfera anglo parlante [que eu confesso com vergonha que sou um pouco purfa] e eu conto coisas que acontecem na blogosfera brasileira, que pra ela é super interessante, pois as ondas, atitudes e modismos são diferentes.

Mas ontem, enquanto jantávamos juntas com os gatos Charlie e Diego nos fazendo companhia, ela me contou sobre o Dale do blog Mole e o novo trend que ele iniciou. Eu fiquei encantada! Sabe quando você lê um post que te toca ou que você concorda, acha super legal, mas não acha as palavras exatas pra comentar? Isso acontece muito comigo. Eu acho uma coisa engraçadíssima e não quero deixar como comentário um enorme Ha Ha Ha, ou leio algo bacanérrimo e não quero escrever apenas Que Lindo! Concordo! Super! O Dale então se inspirou numa prática da filosofia budista e a transformou num comentário simbólico para blogs. Quando você não tem o que dizer, mas quer dizer algo, deixe lá no comentário do post que te alegrou, emocionou, interessou, uma PEDRINHA (o). Adorei isso e vou começar a usar. Quando vocês verem uma pedrinha minha por aí, já vão saber que eu gostei do texto de alguma forma, só não achei palavras pra comentar!

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April 6, 2005

zero

Abomino números. Fazer conta de troco, de menos e de mais, orçamento do mês e olhar saldo de banco. Contar yards de piscina e metros de caminhada, minutos de espera, horas de encontros, dias que virão. Ver o peso das coisas em quilos ou, pior, pounds, e calcular metragem, quantidade, medir xícaras e colheres em receitas. Pessoas na fila, carros esperando pra pagar pedágio, notas de dinheiro na carteira, pingos de remédio, latas de comida de gato na despensa. Datas no talão de cheque, minutos pra esquentar a água no microondas, contagem numérica regressiva ou progressiva no painel do tocador de cds do carro. Horário de verão, idade, peso, altura. CIC, RG, Social Security Number. Conta corrente, poupança, cartões de crédito, registro de seguro saúde, passaporte. Quantas jujubas coloridas cabem nesse vidro? Não sei, não quero saber e tenho ódio mortal de quem sabe!

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psiuuuu....

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Eu sou doidão, eu sou doidão, eu sou doidão, doidão, doidão..
Mas tenho bom coração.

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April 5, 2005

Adorable

Resolvi ir à uma reunião dos docentes da International House. Eu deveria ir em todas, mas nunca marco na agenda, lembro ou presto atenção às datas. Mas na de ontem eu fui. E cheguei atrasada. Eu devo ser a docente mais nova do grupo, a mascote! Mas sou sempre recebida com o maior entusiasmo. Depois da reunião, muitas senhoras vieram falar comigo, se apresentar, perguntar onde eu comprei o meu casaco de couro [cofcof, no Wal-mart, é a resposta sussurrada entre dentes e um sorriso], me convidar para o encontro das terças-feiras, ou apenas dizer um olá, bater um papinho. Todas elas são adoráveis! Fico feliz e orgulhosa por fazer parte desse time, que ajuda a comunidade internacional da cidade sem esperar nada em troca.

Durante a reunião tivemos uma pequena palestra com a assistente do diretor da SISS da UC Davis [Service for International Students & Scholars]. Ela também é estrangeira, uma alemã, e falou da população internacional deste campus da Universidade da Califórnia, esclarecendo muitas dúvidas dos docentes. Nessa, fiquei sabendo que a UC Davis tem 47 brasileiros, entre estudantes e scholars [pesquisadores, pos-doctors]. Eu nunca parei pra contar, embora eu deva conhecer a maioria. Mas quarenta e sete é um número realmente excepcional, que me surpreendeu!

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April 4, 2005

Amar é...

... esperar pacientemente na frente da porta ou já dentro do carro, enquanto ele resolve no último minuto antes de sair dar snack pro gato, pôr as latas de lixo na calçada ou dar uma meditadinha no banheiro.

... suportar com firmeza, sem engasgos de vômito, a visão dele passando maionese numa fatia de panetone, devorando um romeu e julieta de goiabada com polenguinho sabor alho ou misturando gelatina com sour cream.

... não se irritar quando ele estiver dirigindo e um velhinho passar vocês na freeway, pela direita.

... responder novecentas e quarenta e sete vezes a mesma pergunta.

... resistir à tentação de atear fogo naquela jaqueta de nylon que ele ganhou quando fez estágio numa empresa em 1983 e que ainda usa.

... escrever sobre os defeitos dele, fazendo tudo parecer singelo e simpático.

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um novo velho

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April 3, 2005

I summon the Iron Chefs!

De vez em quando - ou melhor, deixa eu ser honesta, quase sempre - eu vicio em algum canal ou programa de televisão. Nos últimos meses minha atenção anda colada nos Iron Chefs do programa japonês retransmitido pelo Food Network. The Iron Chef começa às onze da noite e eu nunca vejo até o final, pois sempre durmo durante o processo. Mas nem por isso a experiência de assistir à batalha dos chefs japoneses deixa de ser interessante. No kitchen stadium, dois chefs se confrontam todas as noites. Um dos quatro Iron Chefs - Iron Chef Japonese, Chinese, Italian e French - e um desafiante. Há um moderador, um comentarista e dois convidados, entre eles sempre uma atriz ou um cantor famosos no Japão. A competição é acirrada, com um ingrediente secreto, que vai ter que ser utilizado em todos os pratos. Os chefs têm uma hora para preparar no mínimo três pratos, que serão analisados, provados e julgados. O chef que vencer ganha todas as honras. O mais legal desse programa, além das comidas estranhíssimas, é o estilo desportivo que eles dão à competição, que parece uma mistura de luta de boxe com jogo de baseball. O comentarista analisa os movimentos dos chefs e câmeras espalhadas pela kitchen stadium filmam todos os detalhes. Ontem, por exemplo, se via pingos de suor cair da testa do desafiante [eca!]. Os ingredientes, animais ou vegetais, são sempre da melhor qualidade. Quando eles são peixes ou frutos do mar, geralmente ainda estão vivos - e eu fico em total horror vendo os chefs decepando-os ou cozinhando-os vivos! O resultado final é sempre pratos que agradam mais ao gosto oriental, nem sempre muito atraentes para a minha maneira ocidental de me alimentar. Muitas vezes eu fico enojada por pratos com melecas cruas tiradas da barriga de um peixe raro ou com a textura ou cor das comidas. Mas nessa batalha de chefs o que interessa mesmo é ver como eles trabalham na cozinha. E para mim é interessantíssimo observar a seriedade e o respeito, tão comuns na cultura japonesa e que ficam bem expostos durante a batalha dos chefs.

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April 1, 2005

que pasa?

lo que pasa es que la banda esta borracha......

Tem coisas que parecem não ter explicação. Elas acontecem e pronto. E uma coisa que eu nunca imaginei que aconteceria, hoje tenho que aceitar que ela faz parte da minha vida. Não é fácil admitir isso, mas está tão forte, que não posso mais fingir que não é comigo. Acontece que eu perdi todo o interesse pela leitura.

Logo eu, que era uma devoradora de livros, revistas e jornais. Um dos meus maiores prazeres era ler. Eu lia o que caia nas minhas mãos, revista velha, pafletos políticos, jornal onde o peixe vinha embrulhado, tinha uma compulsão por letras e palavras. Eu lia três livros ao mesmo tempo, passava horas na piscina me torrando de um lado só, pois começava a ler e esquecia até de me virar. Eu adorava os cafés da manhã dos domingos, quando eu ficava horas na mesa da cozinha lendo a Folha de São Paulo de cabo a rabo.

Hoje eu mal consigo folhear as inúmeras revistas imbecilóides que eu assino. Não leio o jornal de papel que recebemos toda manhã na porta de casa, não leio os jornais online, não leio colunas, nem crônicas, mal tenho saco para ler blogs. Se um texto tem mais de dois parágrafos e mais de um link, meus olhos já correm pro final da linha, amarra o assunto apressadamente, como quem já não agüenta mais aquilo. Livros, nem pensar! Estou em total jejum.

Nessas situações embaraçosas, o melhor é não ficar tentando se explicar, mas mesmo assim eu insisto em registrar publicamente duas possiveis desculpas. Uma, é que esta situação seria apenas uma fase passageira e que logo eu voltarei a ser a pessoa ávida por leitura que eu sempre fui. Duas, que pode ser que isso tenha a ver com as mudanças que estão acontecendo com os meus olhos. Não me adaptei aos bifocais, não suporto usar óculos e ler, de repente, ficou uma coisa chata e incômoda.

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