January 31, 2004

perguntinha......

Quando você toma banho antes de ir dormir, você passa desodorante?

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January 30, 2004

tosa

Meu filho virou de costas para mostrar o cabelo, que recebera uma tosa de mais ou menos um palmo.

Coincidentemente, hoje eu vou cortar o meu. É apenas uma aparadinha, que eu faço duas vezes por ano. Não acho que seja necessário ficar cortando o meu cabelo toda hora. Eu já fiquei dois anos sem um corte, o que foi um baita exagero. Aprendi que dar uma aparada duas vezes por ano é importante, porque depois de um tempo é natural que a cabeleira vá ficando um tantinho sem graça e pesada.

Uma coisa incrível sobre o meu cabelo, é que mesmo sem cortes freqüentes e sendo lavado diáriamente com shampoos vagabundos, ele não perde o brilho, não fica com pontas duplas, nem ressecado. A única coisa que anda me incomodando é a aparição insistente de fios brancos no meio da juba castanha. Mas eu não me faço de rogada e - pluck, pluck, pluck - arranco um por um, mesmo ouvindo dizer que fazer isso só ajuda a piorar. Vou evitar as tintas até quando puder.

E hoje vou cortar. Quer dizer, aparar, em camadas, só pra dar formato e moldura.

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January 29, 2004

terra

terra

terra

terra

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ignorance is bliss

Infelizmente temos esse cacoete, não nos conformamos em apenas viver o hoje, cismamos em permanecer enroscado aos fatos do passado e adotamos uma atitude quase maníaca buscando adivinhar o futuro. E por isso temos que conviver com uma verdadeira corja de aproveitadores, que tenta de inúmeras maneiras nos vender a ilusão de que podemos prever nosso destino. Mas já pensou na angustia e sofrimento em que viveríamos se soubessemos o que vai nos acontecer amanhã? Seria insustentável. Eu sou do tipo que prefiro não saber de nada. Mas a minha curiosidade já me fez vivenciar algumas situações bizarras. Duas delas com ciganas.

Uma delas me pegou na praça - aquela onde era a antiga feira hippie em Campinas. Ela agarrou a minha mão e me convenceu a pagá-la para ouvir as previsões do meu futuro. Essas ciganas têm um plá que não é fácil. E na inocência dos meus vinte anos, deixei. Abri a palma e ouvi a mulher falar. Eu já era casada e já tinha meu filho. Papo de cigana é sempre o mesmo:

- você vai encontrar um rapaz moreno... - mas eu já sou casada, com um ruivo! - ah, mas as linhas não mentem.... então você vai divorciar do ruivo e casar com o moreno. e vai ter três filhos com ele! - ahn? mas eu não quero ter outros filhos, não quero descasar do meu marido, não quero casar com outro, quero continuar assim, como é agora! - minha filha, seu destino está escrito aqui, não tem como mudar!

Comecei a chorar na frente da cigana. Fiquei muito abalada. Ela percebeu, deve ter ficado com medo de perder a grana e se corrigiu rapidinho...

- ah, perái, não é bem assim. eu vi errado, olha aqui, você não vai encontrar ninguém e vai ficar a vida toda casada com o seu marido! se acalma! se acalma!

Grandíssima éfe da pê!

A outra cigana era cliente da minha mãe, que é advogada. Ela quis fazer um agrado, porque o caso dela era espinhudo [uma disputa de dinheiro entre irmãos e irmãs] e ela então ofereceu de 'ler o futuro' pra mim e pra minha irmã. Como de graça, aceitamos até injeção na testa, lá fomos nós na casa da tal cigana.

Eu fiquei assustadíssima logo que entrei na salinha de 'trabalho' da cigana, que era um verdeiro terreiro de macumba, com uma galinha preta morta jogada num canto e um quadro da pomba gira num outro canto, entre inúmeras figuras de santos e coisas esdruxúlas de religiões diferentes. Ela me sentou num banquinho e começou a jogar os búzios:

- hum, você vai conhecer um moço loiro.... - é mesmo? [ ih, entrei noutra fria....] - sim, você vai conhecer ele no seu trabalho - hum, que interessante! [eu não trabalho] - e vai casar com ele depois de dois anos - hehe [ e o que faço com o meu marido atual?] - e vai ter dois filhos com ele.... - tá bom.... [que grande farsa!]

Eu fui concordando com tudo e saí da salinha puta da cara! Outra grandíssima éfe da pê, embromadora, cambalacheira, sem vergonha!

Eu não tenho nada contra o povo cigano, acho a cultura deles bonita e tal, mas desses ciganos que lêem o futuro eu fujo como o diabo foge da cruz.... Eles dão má fama para toda a comunidade. E nem se dão ao trabalho de tentar contar uma história mais convincente. É sempre a mesma pataquada - moço loiro, moço moreno, casamento, filhos.... Como se o futuro fosse só isso!

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January 28, 2004

The Chieftains

Ontem trabalhei no show do grupo irlandês The Chieftains . Eu estava meio desanimada, porque não curto muito esse tipo de música folclórica e imaginei que o show fosse estar com lotação esgotada [e estava], o que significa que nós, voluntários, temos que assistir o show em pé [e tivemos]. Felizmente eu sempre me engano nas minhas pré-concepções de coisas que não conheço direito e curti muito o show! Os quatro irlandeses estavam acompanhados de outra irlandesa na harpa, um americano no violão e um canadense no violino. Esse canadense, não só arrasava no violino [e me fez sentir saudades do Ashley MacIsaac], como dançava maravilhosamente, sozinho e acompanhado do irmão, que também dividiu o palco com outros dois bailarinos de sapateado e um grupo lindinho de meninas vestidas com roupas folclóricas.

O show foi divertido e energético. Só fiquei irritada de ter que ficar de pé e com centenas de chatonildos no teatro lotado, que insistiam em acompanhar a música com palmas e batidas de pés... já viu, né?

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misconceptions

Acontece com todo mundo: brasileiros, ingleses, americanos, franceses, canadenses. A conclusão é que não existe um povo que esteja livre dos estereótipos.....

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January 26, 2004

you got it

Toda vez que eu vejo uma propaganda de tevê chata e que me irrita, uma frase vem automaticamente à minha mente: "odeio essa propaganda...". Não é sempre que eu realmente curto um comercial, mas às vezes acontece.

Adorei as novas propagandas para televisão da Target. Elas brincam com o branco e vermelho [as cores do logo da loja] e têm trilha sonora de Roy Orbison cantando You Got It.

Anything you want You got it Anything you need You got it Anything at all You got it

A propaganda é tão boa quanto fazer compras na loja, que é outra coisa que eu também adoro!

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January 25, 2004

é o Misty!

Eu tenho uma amiga queridíssima que morou aqui em Davis por uns meses. Ela me telefonava e quando eu atendia, ela perguntava:

- quem fala?

Eu sempre ria muito ouvindo isso, porque era óbvio que quem falava era eu, pois só eu e o Uriel vivemos aqui. Se uma voz de mulher atendesse, era eu. Se uma voz de homem atendesse, era o Uriel. Ah, mas tem o Misty, né?

Então um dia, quando ela perguntou:

- quem fala?

Eu respondi:

- é o Misty!

E gargalhamos às lágrimas! Depois disso, toda vez que ela ligava, rolava a mesma cena: "quem fala? é o Misty! HaHaHaHaHaHa!"

Esta história me fez lembrar de outra, também envolvendo o Misty ao telefone.

Um dia, sei lá por que, eu resolvi gravar uma mensagem besta na secretrária eletrônica. Fiz voz de gato e falei com irritação algo como "alô, aqui é o Misty, eu estava feliz tirando uma soneca e voce me acordou. a Fer e o Uriel não estão em casa, mas pode deixar um recado se quiser". Todos os recados deixados na nossa máquina a partir dali ecoavam risadas ou soavam confusos. O Uriel não gostou nada daquilo, achou ridículo, uma idéia de girico se fazer passar por um gato. Mas eu devia estar vivendo alguma fase de espírito de porco, achando tudo divertido, e o recado ficou como estava.

Um dia, o chefe do departamento de engenharia agrícola da Universidade de Urbana-Champagne ligou para falar urgentemente com o Uriel um assunto de trabalho. A voz do cara soava realmente confusa e hesitante, mas mesmo assim ele deixou o recado. "Eu não tenho certeza se liguei pro lugar certo, mas em todo caso, esta mensagem é para o Doutor Rosa.....".

Depois disso a mensagem do Misty foi sumariamente deletada e outra, das normais "alô, você ligou para o número tal, deixe o seu recado", foi gravada.

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bloquinho

letra de mão

mão

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January 23, 2004

i know you...!

Eu sou péssima para lembrar nomes de pessoas. É um problema que ainda não descobri como contornar. Tenho sérias dificuldades, especialmente com os nomes comuns daqui, como Jane, Ellen, Dana, Judith, Janet, Judy, Carol ou Sarah.

Mas em compensação tenho uma memória visual pra lugares e pessoas que é fantástica! Passo por uma rua uma vez e nunca esqueço. Vejo uma pessoa uma vez e fotografo mentalmente o rosto, a postura. Guardo essas informações num banco de dados competente e organizado, pois é só rever o lugar ou a pessoa que a informação vem à tona - plink!

Andei concluindo que nem todo mundo tem essa facilidade. Eu reconheço qualquer pessoa que tenha passado brevemente pela minha vida, mas a identificação quase nunca é recíproca. Antes eu pensava que o problema era eu, que devo ter uma cara comunzona. Mas a verdade é que nem todo mundo tem essa memória boa para caras e lugares como eu tenho.

Hoje cruzei com uma pessoa no arboretum. Foi um segundo. Ela estava saíndo do trabalho e eu fazendo minha caminhada diária. Eu olhei pra ela, enquanto caminhava a passos largos e reconheci a mulher com quem conversei numa festa, meses atrás. Ela não deu sinal de ter me reconhecido, mas eu lembrei de algumas coisas sobre ela:

- trabalha na UCDavis, no departamento de Textiles;
- é divorciada;
- mudou pra Davis vinte anos atrás, por causa de um namorado na época;
- tem um filho casado com uma vegetariana;
- tem um neto, cuja alimentação vegetariana dada pela mãe a preocupa;
- mora numa town house alugada;

Lembro de todos esses detalhes da vida dessa mulher, relatados por ela durante a conversa que tivemos nessa festa que eu fui meses atrás, mas NÃO lembro de jeito nenhum o nome dela.....

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um, dois, três, quatro....

Meu pedometer chegou e agora estou contando os meus passos, até quando estou dentro de casa, indo ao banheiro, subindo e descendo escadas. Mais uma obsessão, pra minha já infindável coleção!

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January 22, 2004

gataiada

gatos do Gabe
[os gatos na janela, olhando os passarinhos]

gatos do Gabe
[gatonildos dividem o espaço na janela]

thenewcat
[o novo gato, fofão, ainda sem nome...]

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January 21, 2004

quando nós fomos lá longe...

No inverno de 1994, minha irmã foi nos visitar em Saskatoon, Saskatchewan, Canadá. Foi uma delícia para nós - a parte da família que estava isolada lá nas planícies canadenses. Não sei se foi tão delícia pra ela, que escolheu a pior época do ano para um passeio por aquelas bandas. Mas mesmo assim nos divertimos com o que havia pra se divertir por lá durante o inverno: nadar nas piscinas internas da cidade, ir à biblioteca, patinar no gelo, visitar os amigos, ir ao teatro e ao cinema, sair pra comer, pra beber, pra ver shows e dançar. Até que a vida era bem agitada, mas fizemos tudo isso na cidade, não viajamos.

Então num belo dia, o Uriel ficou indignado - "Como? não levamos a Le pra viajar ainda? mas ela tem que viajar, conhecer outros lugares, ver outras paisagens!". Mas viajar pra onde, se tudo lá era tri-longe e não tínhamos tempo, nem dinheiro para planejar uma viagem decente, pras Rocky Mountains, pro extremo oeste [Vancouver] ou pro extremo leste [Montreal ou Toronto]?

"Vamos para La Ronge!" foi a idéia brilhante do Urso, achando que estava abafando e fazendo um super agrado para a cunhada.

La Ronge é uma reserva indígena, mais para o norte de onde estávamos. Deixa eu explicar - mais norte do que onde estávamos, era exatamente a fronteira entre o mundo semi-normal e o desconhecido inabitável. Mas não conseguimos argumentar com o Urso e como minha irmã concordou, nos aboletamos no carro com o imprescíndivel kit de inverno [cobertores, chocolates, velas, isqueiros] e fomos para La Ronge.

Passamos por Prince Albert, uma cidadezinha a uma hora e meia de Saskatoon, ouvindo Bob Dylan no tape do carro, comendo snacks e conversando alegremente. Ainda não tínhamos saído da normalidade. De Prince Albert até La Ronge foram três horas de estrada deserta, ladeada de pinheiros e tudo mais coberto de neve. Nosso entusiasmo de desbravadores começou a arrefecer. Eu, que me transformo num monstro em viagens, já fui ficando calada e de mau humor.

Chegamos em La Ronge [que agora já chamávamos de Lá Longe] mortos de fome. Deixamos as malas no hotelzinho e fomos tentar achar um restaurante na rua principal da cidade, que parecia ser a única e era onde ficava tudo, o hotel, o posto de gasolina, o restaurante. Quando chegamos já estava escuro. E estava tremendamente frio.... Não vou lembrar quão frio, mas foi o suficiente pra assustar a minha irmã, que nunca imaginou que pudesse ter um frio mais frio do que aquele que ela enfrentou em Saskatoon.

Alguém nos disse que havia um restaurante do outro lado da rua. Ficamos animados. Mas atravessar a rua em La Ronge foi mais difícil que andar trinta quarteirões em San Francisco com vontade de fazer xixi. Parecía que estávamos atravessando um verdadeiro deserto de gelo..... e eram apenas alguns metros. E o restaurante estava fechado!! Voltamos, nos agarrando um nos outros, xingando, chorando, isso não é justo, que absurdo, minha retina está congelando, quem inventou essa merda de viagem imbecil?

Usamos o telefone do hotel e descobrimos que um Kentuck Fried Chicken estava aberto na esquina da mesma rua. Fomos novamente, heróica e bravamente, caminhando até lá. Devoramos uns pedaços de frango frito morno e batatas fritas murchas num restaurante cheio de índios. Eles chegavam dirigindo ski-doos, vestidos em roupas de astronautas, que tiravam no meio do corredor, transformando-se novamente em seres humanos normais, com suas calças jeans, botas de cowboy e camisas de flanela xadrez. Nós, os quatro brasileiros comendo o menu requentado do almoço, éramos verdadeiros ETs ali.... Nunca me senti tão estrangeira, tão peixe fora d'água.

Voltamos pro Hotel, onde dormimos como pedras. No dia seguinte, eu e a minha irmã tivemos um desentendimento no breakfast. Olhando o menu do restaurante, com ovos, bacon e um monte de ítens que ela nem conhecia e nem queria conhecer, minha irmã reclamou e disse que só queria um café normal, será que era tão díficil arrumar um simples copo de leite com Nescau pra beber no café da manhã naquele país? Estávamos numa reserva indígena, no norte do nada, e ela queria um copo de leite com Nescau! Saímos do restaurante de cara virada, ficamos emburradas e choramos dentro do carro, enquanto o Gabriel dormia no banco de tras e o Uriel dirigia pra lá e pra cá, num passeio bucólico pela linda cidade de La Ronge.

"Olha que paisagem linda!"

[tudo branco, cheio de neve, um índio cruzando o lago congelado num ski-doo]

"Grmpfg"

Resolvemos voltar pra Saskatoon mais cedo, quatro horas numa viagem em total silêncio, secretamente felizes por estarmos voltando à civilização. Só podia ser coisa de Urso, inventar um passeio de índio desses.......

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33

Esta matraca é um blog relativamente maduro, assim como a sua mantenedora, a matraquenta que vos escreve. Nos três anos e três meses em que escrevo quase que diáriamente por aqui, os assuntos e a maneira de escrever evoluiram. Três anos e três meses atrás, o conteúdo deste blog era um amontoado desconjuntado de tagarelices cotidianas. Hoje, o conteúdo deste blog é um conjunto conexo e elaborado de tagarelices cotidianas. E eu me orgulho muito dessa evolução!

Mas estes três anos e três meses não são nada, quando eu penso no aperfeiçoamento que a minha eloqüência escrita teve na última década. Imaginem só se os blogs já existissem doze anos atrás, quando eu saí do Brasil e fui morar no Canadá. Lá, todo e qualquer assunto, em qualquer tipo de conversa, escrita ou falada, era gerado, desenvolvido e circulava sempre em torno do clima. Então com certeza esta Matraca teria posts assim:

"Hoje nevou!"
"Hoje está -15ºC!"
"Hoje nevou!"
"Hoje está -20ºC! Que lindo dia, vamos patinar no gelo!"
"Hoje está -30ºC!
"Hoje está -42ºC, mas com o windchill estamos sentindo -62ºC e o ranho congelou dentro do meu nariz quando eu saí na rua!"

Felizmente eu mudei de país, de clima, melhorei o contexto, diversifiquei os assuntos e sofistiquei um pouco a minha maneira de escrever. Hoje elaboro sobre patos, gatos, ursos, tomates, filmes, blues e rock 'n' roll. Mas calcula quanta história boa que ficou no passado, sem ser contada? Pois no próximo post eu vou contar uma delas e assim tentar tirar o atraso desta fase tão rica, porém blogless, da minha vida.......

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January 20, 2004

Neil in Sac

Eu escrevi sobre Dead Man e nem mencionei que o Neil Young vai fazer um show aqui em Sacramento no final de fevereiro. Ele vai se apresentar junto com a banda Crazy Horse. Eu queria muito ver o Young, mas ando meio duranga e os ingressos são um pouco mais salgados do que eu pensava. Estou numa dúvida horrível, porque não é sempre que o Young está em turnê, quanto mais acompanhado da Crazy Horse.

Isso me fez lembrar das histórias que li sobre Neil e a Horse em Shakey, a biografia quase-autorizada do músico, escrita pelo Jimmy McDonough . Seria uma boa oportunidade de ver de perto se esses músicos tocam mesmo, ou se só enrolam e são paus mandados do Young, como o livro insinua....

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January 19, 2004

determinação

Foi uma segundona de feriado tediosa, nublada, feia, escura e gelada. E um casal fazia um picnic, com cestinha de vime cheia de comidinhas e toalha espalhada na grama seca do arboretum. Quando se quer algo com muita vontade.....

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Dead Man

Eu estava escrevendo um artigo sobre Neil Young em 1995, quando li que ele estava trabalhando na trilha sonora de um filme do Jim Jarmusch. E na época eu li que ele compôs todas as músicas enquanto assistia ao filme Dead Man num telão. A guitarra de Young até parece um trabalho de improviso, mas os acordes se encaixam perfeitamente em cada cena do filme. A música de Neil Young é o arremate perfeito para um filme perfeito. Uma obra-prima, na minha opinião.

Mas eu não vi Dead Man em 1995. Vi ontem, na tevê. E me senti como se tivesse perdido um trem, que só passa de vez em quando. Por quê eu não fui ver esse filme no Broadway Theater quando ele passou por lá? Não sei.....

Dead Man é um western em preto & branco. O contador William Blake [Johnny Deep] pega um trem em sua cidade natal, Cleveland, e parte para o oeste onde ele tem uma possibilidade de um emprego. Tudo dá errado. Ele não consegue o trabalho e ainda mata o filho do todo-poderoso da cidade em auto-defesa. E foge. Blake é perseguido, ferido, encontra um índio chamado Nobody [Gary Farmer], que acredita que Blake é o poeta inglês e que se torna um guia espiritual na sua jornada do contador de encontro à morte. O filme é cheio de metáforas, poesia, detalhes curiosos, chocantes e engraçados. A fotografia é belíssima, a música é perfeita, os atores estão impecáveis. Muitas aparições breves, como as de Iggy Pop, Gabriel Byrne, Robert Mitchum, John Hurt, Alfred Molina e Billy Bob Thornton.

O índio Nobody cita pedaços das poesias de William Blake durante o filme. Algumas cenas são intrigantes e remetem ao fato de que Blake está morto ou morrendo. Nobody sempre pergunta se ele " tem tabaco" ouvindo sempre a mesma resposta "não, eu não fumo". O tabaco é uma oferta espiritual que os índios colocam junto com seus mortos.

Dead Man tem cenas hilárias, como os bandidos discutindo o que Blake fazia com seu cabelo para mantê-lo tão macio. Entre eles, Iggy Pop, vestido de mulher. Jarmusch também presta homenagem à Lee Marvin, com dois personagens carecas idênticos, chamados Lee e Marvin. O filme tem algumas cenas grotescas [um dos perseguidores de Blake comendo o braço assado do seu companheiro], outras poéticas [Blake deitando no chão ao lado de um pequeno cervo morto] e muitas cenas simbólicas ou simplesmente bonitas.

No primeiro encontro entre Bill Blake e Nobody, o índio pergunta:

- did you kill the white man who killed you?

E Blake responde:

- i am not dead.

São muitos os detalhes significativos em Dead Man, que conta apenas a história soturna de um homem comum sendo empurrado brutamente em direção ao seu inevitável destino - a morte.

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January 18, 2004

só dois dóla!

A sogra do meu filho é uma antique dealer. Ela é também uma thrift shop junkie. E está me passando o vírus. Eu começei a freqüentar um dos thrift shops daqui de Davis por causa dela. Primeiro achei uma Le Creuset por oito mangos, depois uma similar belga no mesmo estilo por seis. Me animei mais ainda quando achei um conjunto lindo de oito xícarazinhas de café italianas por três pilas. Depois disso achei muito mais coisas, como um conjunto de seis xícaras para café inglês por três mangos e outro - esse inacreditável - inglês com doze xícaras e píres e doze pratinhos de pão por três! Fiquei viciada e agora vou sempre lá. Já comprei pázinhas para patê, copos, taças de champagne, travessas de porcelana, potes e mais potes de cerâmica... Eu mostro minhas aquisições pra Reidun, porque quero saber se não comprei lixo. Ela examina tudo e diz "great find!". Ela sabe....!

Ontem ela me ligou, pra me avisar que uma Good Will que ela freqüenta, na cidade onde ela mora, iria fazer uma liquida de final de semana: todas as roupas na loja iriam custar dois dólares! Essa loja é uma coisa, eu já fui lá algumas vezes. Ela fica em Novato, que fica no Marin County, que é uma das áreas mais ricas daqui do norte da Califórnia. É inacreditável o que aquela gente doa pra caridade.... Roupas novinhas, algumas com a etiqueta da loja ainda pendurada, com a goma, coisas que parecem nunca terem sido usadas. E quase tudo lá dentro têm etiquetas reconhecíveis, como GAP, Banana Republic, Donna Karan, Jones New York, Ann Taylor, J.Crew, Esprit...

Eu fui. E quando cheguei na loja, fiquei pasma com a quantidade de gente lá dentro. Eu fico tonta no meio de multidões e tive um pouco de dificuldade pra olhar as coisas e focalizar. Mas mesmo no pandemônio da muvuca, com pessoas sobrecarregadas de pilhas e pilhas de peças de roupas, pegando mais do que as mãos conseguiam segurar e a tensão de chegar primeiro e agarrar aquela roupeta fantástica, consegui achar uma calça e uma saia do meu tamanho e uma echarpe! Também comprei umas colheres para pegar salada de madeira pintada e um quadro. Mas a melhor coisa ficou para a hora de pagar, porque a Reidun me conseguiu mais cinqüenta por cento de desconto, em cima do preço da liquidacão! E me disse com uma gargalhada "it pays off to shop here everyday!". Ela realmente sabe.....!

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tulipas

moretulips.jpg

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January 17, 2004

Janis in Brazil

No livro do Ben Fong-Torres tem uma pequena entrevista que ele fez com a Janis Joplin em 1970. Ela tinha deixado sua banda original Big Brother and the Holding Company, estava ensaiando com outro grupo, pronta pra gravar um novo álbum. E tinha voltado de uma viagem pela América do Sul.

Before settlind down in her new house, Janis had spent several weeks in South America, getting her head clogged and cleared at the same time. The clogging came in Rio de Janeiro, whose police make U.S. cops look like baby-sitters.

"It's vicious, man. If you've got long hair they can drag you off and never let you out. There's no judicial system at all there. The cops rape people, put dogs to guy's balls. And people think we've got it bad..."

Up in the Brazilian coast, Salvador was completely different. "No cops. In fact, there was nothing there, no entertainment. So it ended up for three nights with me and my friends going to this big whorehouse that had this four-piece band. And I sang with them."


Bom, como isso aconteceu nos anos 70, podemos pôr a culpa na ditadura..... Será que o Serguei confirma essa história? Ouch!

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Not Fade Away

Eu fui assinante da revista Rolling Stone por alguns anos na década de 90. Nunca mais comprei nenhum exemplar. A revista ficou chata e desinteressante. Mas nem sempre foi assim.

Encaroçando numa livraria em downtown, um livro do Ben Fong-Torres me caiu nas mãos. Eu, que librianamente sempre fico horas ponderando se compro ou não um livro, passei no caixa sem nem pestanejar. Esse é o meu tipo de leitura: Not Fade Away - A Backstage Pass to 20 Years of Rock & Roll.

Ben Fong-Torres escreveu para a revista Rolling Stone por onze anos [de 1968 a 1979] e foi considerado pelos leitores um dos melhores [competindo sempre com o imbatível Hunter S. Thompson]. No livro, ele compila 34 das suas reportagens favoritas. É ele que aparece, vivido por um ator, no filme Almost Famous do Cameron Crowe. Eu achava que Ben Fong-Torres era um descendente de filipinos, mas no livro ele explica que quando o pai emigrou da China, nos anos 20, os EUA estavam barrando a entrada de chineses e então o pai "comprou" o nome Torres pra poder se fazer passar por um filipino e poder entrar no país. Pelo jeito a estratégia funcionou...!

A primeira reportagem do livro que eu li foi, obviamente, uma entrevista que ele fez com o Dylan em 1974 intitulada Knockin' on Dylan's Door. Foi a primeira turnê do Dylan pelo país, depois do seu acidente de motocicleta e do seu exílio de oito anos em Woodstock, longe dos palcos. Dylan estava acompanhado pela The Band e Fong-Torres os acompanhou até os shows que eles fizeram no Canadá.

A reportagem ficou ótima. Mas ele conta numa pequena introdução que quando sentou para entrevistar o músico e colocou seu gravador na mesa, ouviu:

"- no, man, no tape..."

Ele então fez a entrevista sem gravar nenhuma palavra. A reportagem ganhou inúmeros elogios e deixou Dylan encafifado, se Fong-Torres tinha mesmo desligado o gravador. Ele tinha. E pra fazer isso numa entrevista com o Dylan e se dar bem, precisa ser muito BOM mesmo!

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January 16, 2004

best places

A revista Sunset publicou uma reportagem com as melhores cidades pequenas, vizinhanças e comunidades para se viver no oeste do país. E selecionaram quatro cidades, em quatro estados. O que me chamou a atenção na reportagem foi o detalhe dos preços de casa. Dá pra ter uma idéia de quanto custa morar na Califórnia - o estado mais rico e desejado dos EUA.

Preço médio de uma casa de 3 dormitórios e 2 banheiros:

Califórnia - $500 - $600 mil
Washington - $262 mil
Arizona - 168 mil
Ihaho - $125 - $133 mil

Chocados com a diferença? E pensou que viver no paraíso não iria custar uns mangos extras, hein? hum hum.....

Mas esses preços não devem valer na Bay Area, onde não se consegue comprar nada decente com menos de um ou dois milhõezinhos....

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limões

limaoamarelo

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pedometer

Minha ginecologista me recomendou exercícios. E um pedometer. Eu achei bem legal e acho que vou comprar um mesmo, o mais baratinho. Eu andei lendo sobre caminhadas e de como todos os passos valem! O que li diz que temos que caminhar no mínimo 10 mil passos por dia. E pra perder peso é preciso de 15 a 20 mil passos. Com 10 mil, temos o equivalente à trinta minutos de exercícios. Pra mim, caminhar é a única coisa que eu consigo fazer sem muita reclamação. Esse negócio de malhar em academia nunca foi a minha praia. Nem yoga - que eu já fui recorrente, na insistência em fazer um exercício zen. Natacão eu gosto, mas tenho medo da quantidade de cloro que se joga nas piscinas daqui. Andar ainda é a melhor opção, ainda mais tendo como vizinho um maravilhoso arboretum, como eu tenho! E caminhar com um propósito, medindo os passos, vai me dar uma motivação extra.

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January 15, 2004

tensão

Minha sogra costumava contar uma história [chata] de como ela tinha tido "bursitis" por conta de suas esparsas aventuras na cozinha - abrindo a geladeira e o forno alternadamente. Não me perguntem o que abrir a geladeira e o forno tem a ver com essa doença, porque eu também não sei. Eu costumava ligar o piloto automático quando ela começava a contar esses causos - sorriso na cara, cabeça fazendo movimentos pra cima e pra baixo como se estivesse concordando, pensamento voando longe....

Mas o que a história da "bursitis" da minha sogra tem em comum com o que eu vou contar agora? Vocês logo entenderão....

Lembram do vírus do final do ano? Aquele que me deu cansaço, febre e tosse? Bom, a tosse acabou me dando uma dor de cabeça brutal. Foi estranho, porque logo após um ataque de tosse, começava a doer a base da cabeça. E assim foi, por duas semanas. Como a dor de cabeça não passava e eu ia dormir com a dor, acordava com a dor e passava o dia reclamando da dor, resolvi ligar pro meu médico.

Eu tenho um plano de saúde que eu considero bizarro. Se eu estou doente, tenho que ligar num número, conversar com uma enfermeira e é ela que vai decidir se eu devo ou não ver o médico. No caso da gripe, ela decidiu que eu não precisava, apesar das minhas lamúrias. Ela me disse num tom entediado "tenho ouvido muitas histórias como a sua nos últimos dias". Depois dessa eu nem pude argumentar. Mas pra dor de cabeça causada pela tosse, causada pela gripe, causada pelo vírus, eu usei uma técnica de aproximação mais agressiva.

- você está com náusea ou confusão mental? - sim, estou com náusea, também estou com tonturas, muitas tonturas e com a visão embaçada, o pescoço está rígido e meu braço e minha mão direita estão formigando e eu estou mais desastrada que o normal, derrubando coisas, tropeçando.... - você pode vir pra uma consulta com o seu médico em 30 minutos? - sim! - mas por favor, não corra! - claro!

Meu médico de família é um sujeito simpático, mas metido a ser conselheiro terapista. Ficou falando da vida, porque segundo ele meu pescoção ficou duro de tensão e assim causou as tais dores de cabeça. Me receitou uma dose quadruplicada de Motrin e me mandou fazer fisioterapia. Pelo menos consegui um tratamento porque, como no caso da abrição de geladeira e forno que causou a tal "bursitis" na minha sogra, estou convencida que o vírus que causou a gripe, que causou a tosse e que não foi tratada devidamente pela incompetência do meu plano de saúde, foi a causa da dor de cabeça, que atormentou a minha vida por tantos dias.

Se eu algum dia tentar recontar essa história, por favor me interrompam e mudem de assunto, tá? Não me deixem virar uma contadora de histórias de doenças [chatas] como vocês já sabem quem.....

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mais um

Sábado passado tivemos uma adição na família. O Gabriel e a Marianne decidiram adotar outro gato pra fazer companhia pro Tim. Ele é menininho, quer brincar, não quer ficar sozinho e ficava atormentando os humanos, como só um gato sabe fazer. O Gabriel ligava aqui e eu só ouvia o miado incessante do felino..... Com a chegada do outro gato, tudo melhorou.

O gato novo, ainda sem nome, conseguiu ser mais fofo e lindo que o Tim! Ele é todo rajadinho, como o Senhor Misty e é alegre, simpático, brincalhão, amigável.....Uma verdadeira fofura! O Gabe e a Mari têm um radarzinho pra identificar gatos fofos! Eu fui junto no Petco, onde eles adotaram do SPCA do Yolo County. É uma tentação pegar uma companhia para o Senhor Misty, mas para fazê-lo eu teria que primeiro convencer o Ursão. Ele é pai de filho único e dono de gato único. Essa mania de exclusividade.

Ontem o Gabriel me contou que os gatos já estão super amigos, brincando juntos e dormindo abraçados. Precisamos documentar logo essas cenas em cliques digitais!

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January 14, 2004

Well, la-di-dah!

A antena cruzou o país no lombo de uma mula e FINALMENTE chegou aqui.....

Vida normal de agora em diante, né gente!

Estes dez dias desconectada serviram pra eu provar pra mim mesma que sou SIM uma pessoa muito ZEN. Agüentei firme. Parei de ir na UCDavis checar e-mails e fiquei fazendo outras coisas. Claro que passei momentos de ansiedade, como quando fiquei gritando ensandecida pela casa "where the hell is this UPS truck???!!!".

Mas tudo passa.....

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January 5, 2004

vicio

Quebrou a antena da minha conexao wireless... entao estou sem internet. Mas vicio eh fogo... vim ate a UCDavis pra poder ao menos checar e-mail. Dah um nervoso ficar sem esse meu contato com o mundo. Nao sei o que o Gabriel vai resolver com relacao a antena e, portanto, tambem nao sei quando vou voltar ao normal.

Estou num laboratorio no departamento de Engenharia Agricola. O lab esta vazio, pois as aulas so comecam amanha. Perai que eu vou contar: sao vinte computadores, dezenove pcs da Dell com monitores de tela plana e apenas um Mac Power PC G4 onde eu estou... O monitor eh tao gigante, que esta me dando uma tontura. Escolhi o Mac por razoes obvias, eh claro! Virei maniaca!

Na minha frente tem um board enorme, com um cartaz pendurado. Eh uma lista de fotos dos grad students de 2000. Reconheci algumas caras, um brasileiro que ja voltou, muitos nem estao mais aqui, terminaram o curso, arrumaram empregos. O lab eh comprido e tem quadros brancos nas paredes, um deles todo rabiscado com contas e graficos. Esse NAO eh o meu ambiente. Eh esteril, eh tedioso, nao tem nada bonito, nem interessante e so tem UM Mac.

Quero que a minha conexao seja restaurada logo, porque vir aqui eh chato e nao tem graca.... Apesar que tem um Ursao querido numa das salas no corredor ao lado!

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January 4, 2004

bad hair decade

Revendo Silkwood ontem na tevê, fiquei chocada com os cortes de cabelo das atrizes Meryl Streep e Cher no filme. Tá certo que elas interpretam duas trabalhadoras blue collar em Oklahoma no inicio da década de 70. Mesmo assim, aqueles cabelitos estão imperdoáveis..... Puro horror!!!! Mas o filme é ótimo!

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Bud Cort

Vi um filme estranho do Wim Wenders chamado The Million Dollar Hotel, com roteiro e músicas do Bono do U2. Um pintor se mata num hotel para indigentes e doentes mentais em Los Angeles. O pai judeu rico do morto acha que o filho foi assassinado e contrata um policial [Mel Gibson] para descobrir o criminoso. É tudo muito surreal, porque obviamente ninguém matou o pintor. O personagem principal do filme é o melhor amigo do morto, um retardado mental vivido pelo ex-bonitinho Jeremy Davies [do polêmico Spanking the Monkey, quem lembra?] e o seu interesse romântico é uma esquisitona, vivida pela Milla Jovovich. O policial Mel Gibson veste um colete no pescoço e vamos descobrir no decorrer do filme que ele era um 'freak', que teve um braço extra removido das suas costas [e uma cena tétrica, onde aparece a cicatriz e ele se arrasta como um lagarto..]. Por isso ele entende os habitantes do hotel, todos malucos, marginais, dementes, estranhos. Entre eles, um cara que se dizia um dos Beatles originais e um bebum de peruca. O ator que faz o bebum tinha uma cara muito familiar. Fiquei encasquetada, mas como ele não tinha muitas cenas, demorei até sacar quem ele era: Bud Cort, o menino maníaco-depressivo do clássico Harold and Maude!!! Bizarro!!

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bye Bo

Íamos dançar com Bo Diddley hoje à noite, mas quando liguei pra comprar ingressos o show já estava sold out......

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January 3, 2004

solzinho

solzinho
[aproveitando.... ]

solzinho
[ ... o solzinho da manhã!]

solzinho
[ cartas, pra mim?]

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Cinemão

Depois de meses sem pisar numa sala de cinema, fomos ver um filme ontem. Escolhi a comediazinha romântica Something's Gotta Give, com a Diane Keaton e o Jack Nicholson. Foi aquela história de sempre: saímos de casa atrasados, por causa do Mr. U, que sempre dá um jeito de chegar do escritório no último minuto e sempre lembra que não tem dinheiro na carteira e tem que passar no banco no caminho. A irritação habitual...

Compramos os ingressos pra sessão das 7:20pm e quando entramos na sala já tinha começado os trailer. E a sala estava LOTADA! Só tinha lugar na primeira fila, aquela onde você fica com a cabeça inclinada pra trás e não consegue ver nada. Subimos as escadas porque vimos dois lugares vagos na última fileira, que é exatamente onde eu gosto de sentar. Tinha um casal sentado com duas cadeiras vagas, uma ao lado de cada um. O Uriel gentilmente pediu para o cara se eles podiam mudar uma cadeira pra lá ou pra cá, assim poderíamos sentar juntos e o cara respondeu com uma risada canalha na boca "Não! Eu quero ficar sentado aqui!".

Ficamos pasmos! Eu fiquei muito puta e até roguei uma praga de caganeira para o escroto... Juro que nunca vi alguém agir dessa maneira grossa, normalmente as pessoas são gentis e mudam de lugar. O que custa descolar a bunda de uma cadeira e sentar na outra, pra outras pessoas poderem sentar juntas e ver o filme?? Mas o brucutu se recusou! Saímos da sala e fomos trocar nossos ingressos para a sessão das 10pm. Ficamos injuriados, porque se fossemos nós sentados lá e alguém viesse nos pedir pra pular uma cadeira, iríamos fazer com prazer. Mas nem todo mundo é assim. Tem muita gente podre neste planeta.

Com duas horas pra gastar e não querendo voltar pra casa, caminhamos por downtown no frio, voltamos pra pegar o carro, fomos tomar cosmos e comer crab wontons no Sophia's Bar, depois fomos encaroçar numa livraria ótima perto do Co-op e então voltamos pro cinema. O Filme foi bem divertido, só não consegui engolir o Keanu Reeves apaixonado pela Diane Keaton. Se bem que ela está super bonita e o filme cutuca a ridiculice obssesiva que homens mais velhos [e no caso do filme, BEM mais velhos] têm por garotinhas mais novas. E dá o troco, com uma Keaton arrasando em charme e carisma. É uma comédia romântica clássica. Não é um filme memorável, mas nos divertimos muito, apesar de tudo.

Depois refleti sobre a atitude do cara que se recusou a mudar uma cadeira e concluí que ele na verdade nos deu um presente, porque pudemos passar duas horas agradáveis, bebendo cocktails num bar, conversando e olhando livros na livraria. Se não fosse por ele, teríamos visto o filme na sessão das sete e voltado pra casa mais cedo. Até em transtornos como este, há vantagens!

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how cold is cold?

Porque eu vivi alguns anos num dos lugares mais frios do mundo [Saskatchewan, Canadá], entendo e morro de rir toda vez que leio ISSO AQUI!

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o sol chegou

yesterdaycloudy
[a vista daqui, ontem....]

todaysunny
[a vista daqui, hoje!]
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January 2, 2004

o dia é especial

Estou pedindo, implorando, um solzinho. Só chove nesta terra! No dia da tempestade, perdemos uma das latas de lixo, que foi parar na outra rua. Naquele dia, fecharam a I5 que liga a Califórnia ao Oregon, de tanta neve que caiu... Inverno sem sol não tem graça.
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Fui comprar uma roupeta nova para o reveillon e, como sempre, acabei trazendo algo mais. Eu fico horas e horas dentro da loja, pensando e decidindo. Se eu pudesse, comprava tudo o que eu gosto. Mas tive que escolher. Só que não pude resistir a uma calça da Calvin Klein que estava em oferta por sete mangos - de linho beige, cintura baixa, cinch waist [prende com uma fivela], boca larga. Ficou legal, mas eu ri com o Ursão depois - não importa se a calça serviu perfeita ou não, o que importa é que ela custou uma barganha. Eu estou viciada nessa vida de comprar barganhas e não consigo mais comprar nada em preço normal. Virou um hábito [um bom hábito, pelo menos]. Só tem uma coisa que me irrita nessas minhas garimpagens: é difícil encontrar coisas bonitas e baratas no meu tamanho de girafa Large/12. No tamanho Small tem de tudo, variado, sortido, bonito, bacana. Eu até que tento me enfiar no Medium, mas sempre me dano e fico entalada, desesperada, sufocada, dentro do trocador. No tamanho Large tudo é mais feio e escasso. Será o benedito que nós girafas não podemos querer ser elegantes e modernas? Mas no final deu tudo certo, achei uma blusa cinza trés chic, que combinou com outras peças básicas que eu já tinha e passei o reveilllon bonitona!
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Enquanto dava e recebia telefonemas no dia trinta e um preparei uma ceia deliciosa para dois. Fiz até bolinho de bacalhau, com os restos da bacalhoada que minha mãe fez em fevereiro. Fiz lombo recheado com ameixas, galantine de legumes, farofa com tomates secos, salada verde com nozes. E sobremesa, daquelas dignas de elogio! Super simples, mas fez sucesso! Só que eu fiz muita quantidade e então vamos ter 'já-te-vi" por muitos dias....
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Ainda estou com muita tosse...... que praga!
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Hoje eu e o Ursão comemoramos 22 anos de casados. Parece brincadeira como o tempo passa..... Dizer isso soa tão chavão, mas não consigo pensar em nada mais apropriado pra escrever. Os anos voam mesmo e, felizmente, vamos ficando mais maduros e sábios! Já passamos mais da metade das nossas vidas juntos e é muito legal poder ter tantos anos de tão boa companhia!!

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January 1, 2004

vida de gato para todos!

ny1.jpg
[queremos um ano gostoso e tranqüilo assim....]
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