August 31, 2004

nem tudo que reluz é ouro

Parei meu carro no estacionamento da piscina ao lado de um Jaguar. Notei que era um Jaguar porque olhei o carro. Olhei o carro e notei a marca, porque ele era tão bonito que me chamou a atenção. Normalmente eu não distinguo marcas, modelos, nada. Quanto muito noto que o carro é branco ou azul... Mas esse Jaguar era realmente bonito! Modelo esportivo, cor de areia metálico, estofamento de couro beige. Fiquei matutando se ele pertenceria a algum nadador ou seria de um visitante do City Hall, que fica na frente da piscina. Quando vemos um carro ou qualquer outra coisa assim que chame a atenção, é normal tentar imaginar como seria o dono da tal coisa bonita, né?

Fui nadar e na saída o belo Jaguar ainda estava estacionado lá. Manobrando pra sair da vaga, vi um adesivo colado no pára-choque do carrinho. Quando lí o que o adesivo dizia, fiquei lívida - Bush/ Cheney 2004 .

O lindo Jaguar transformou-se num fusqueta velho. A carruagem virou abóbora!

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livros

Eu trabalho numa sala cheia de computadores e cacarecos eletrônicos. Mas na parede ao lado da minha mesa tem uma estante enorme, cheia de livros. Se fossem livros 'comuns' eu não iria ter nem concentração pra trabalhar, pois iria ficar de olhão nos tais. Felizmente, a biblioteca que me avizinha só tem coisas desinteressantes, ao menos pra mim. Chego até a pensar que todos aqueles livros são refugos que ninguém quis...

Machinery's Handbook, Handbook of Chemistry and Physics, Advanced Engineering Mathematics, Pressure Safety Draft Manual, Using Autocad, Matheson Gas Data Book, Process Dynamics and Control, Toxic Gases - First Aid And Medical Treatment, VWR Safety Catalog, Measurement and Automation Catalog, Analytical Supply Catalog, Handbook of fine Chemicals and Laboratory Equipament, VWR Scientific Products, Topometrix, Chomatography, The Complete Laboratory Glassware Catalog, Labview Measurement Manual, Data Aquisition, PH and Condutivity, Electric Heaters, Hazardous Materials....

Nenhum desses títulos tem força pra me distrair!

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August 30, 2004

c’est fini

Enquanto eu tricotava as últimas carreiras na minha segunda touca de linha azul e assistia, sentada na beira da cama no meu quarto, ao fabuloso Gregory Peck em To Kill a Mockingbird, ouvia o escarcéu vindo da tevê da sala, onde tocavam-se trombetas e encerravam-se as chatices olimpicas. Acabou. E pra mim, não importou, não cheirou, nem fedeu.

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galeria

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bored to death

Folheio a revista Interview, que como toda revista é recheada de páginas e mais páginas de propagandas de marcas e estilistas carésimos, dolce & gabbana, yves saint laurent, hugo boss, giogio armani, calvin klein, luis vuitton, donn karan, dior, burberry, versace, kenneth cole, jill sander, roberto cavalli, fendi, diesel, guess, chanel, prada, ralph lauren, eteceterá, eteceterá...

Além de achar um saco ter que passar por esses anúncios até chegar nas páginas com artigos e entrevistas, percebo chocada que em todos eles os modelos - representando, é claro, o povo chic que compra esses produtos - estão todos com caras de saco cheio, de infelizes, de mortos-vivos.... A vida de quem pode pagar milhares de dólares por uma saia ou um sapato deve ser horrível. É essa a mensagem que eu - alegre frequentadora de thrift stores e pontas de estoque - capto desses anúncios pseudo-glamourosos.

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August 28, 2004

pelado com a mão no bolso

Não sei explicar por que eu sou assim. Talvez eu já tenha nascido com essa mentalidade ou pode ser que eu tenha adquirido essa postura depois de alguma experiência na infância, sei lá.... Mas a verdade é que eu sou uma pessoa extremamente recatada com o meu corpo. Sempre fui assim, com períodos de altos e baixos. Isso não quer dizer que tenho um estilo beata, com saiona até o pé e broche fechando o colarinho. Eu sou uma pessoa normal, uso roupas normais, só não gosto de me expôr demais.

Nos treinos da natação esse aspecto da minha personalidade se revela de uma maneira gritante. Visto o meu biquinão automaticamente - e é lógico que prefiro um biquini, pra não ficar com aquela marcona de bronzeado de atleta no corpo - mas quando passo na frente de um espelho que tem logo na saída do banheiro do vestiário, sempre penso comigo mesma: putsz, precisa ter muita coragem pra se expôr assim com esse biquini...

Eu sei que não sou nenhum bucho e que posso perfeitamente me dar ao luxo de vestir um biquini aos quarenta e dois anos sem a preocupação de estar ofendendo ninguém, chocando ou poluíndo o visual da piscina com meu corpão não muito atlético. Com certeza meu biquini é mais notado que o meu corpo, mas o meu senso pudico me domina com mil pensamentos auto-criticos.

Outro ponto crucial é o vestiário, de onde eu quero me pirulitar o mais rápido possível. Me sinto desconfortável no meio daquele mundaréu de bundas, peitos, corpos femininos, nem todos bonitos, alguns nem tão feios. Eu não me troco na frente das outras mulheres. Faço isso no banheiro. Elas devem me achar uma neurótica, imaginar que eu tenho uma prótese de plástico no lugar dos peitos ou que tenho cicatrizes em lugares secretos, sei lá. Também não me preocupo muito e tento não ficar dando bandeira que eu estou chocada com a displicência com que aquelas mulhere tratam o próprio corpo, se expondo de maneira tão desnecessária.

Nós já vivemos numa sociedade tão voyeuristica e escancaramos tantos detalhes das nossas vidas. Pelo menos uma coisa tem que ser mantida na privacidade e no meu caso, é o meu corpo. Só o meu marido tem o privilégio de me ver pelada.... o resto do mundo, please, mind your own freaking business!

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August 27, 2004

these shoes weren't made for walking

Eu tenho um par de sapatos de boneca que eu adoro. Mas toda vez que uso, fico com os pés destruídos. E isso acontece com noventa por cento dos meus sapatos. É uma roleta russa, eu compro, uso uma vez e aposento, porque não tenho condições de viver com os pés cheios de feridas e bolhas. Eu até tenho uma pequena regra que eu sigo quando vou comprar sapatos: se o tal for made in china, nem perco tempo e dinheiro, porque com certeza vai machucar. Mas muitas vezes os melhores sapatos, feitos no Brasil, Itália ou Portugal, fazem um belo estrago. Cheguei à conclusão que o problema não está nos sapatos, mas nos meus pés. Então passo o inverno inteirinho [sem brincadeira, isso é totalmente decadente..] usando um par de botas Doc Martens, que comprei zilhões de anos atrás e que nunca me machucaram. E passo o verão usando um ou outro chinelo. No ano passado foi um de couro da Gap, que eu usei até esfolar. E este ano é uma Havaiana preta com tira no calcanhar, que comprei no Brasil por quinze reaus... Não que eu seja uma pessoa relaxada, cafona e deselegante, muito pelo contrário. Mas meus pés não me permitem muitas ousadias.....

these boots were made for walking

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o vento varreu o quintal

Está ventando muito desde ontem à noite. É um vento forte e escandaloso. Primeira ventania do verão. Sempre que venta, eu me lembro de uma chefe que eu tive, que era de Upstate New York. Ela sempre reclamava dos radicalismos climáticos daqui do Sacramento Valley. Ela dizia que se chovia, tinha que chover incessantemente por dias, até você ficar totalmente de saco cheio de chuva. Se fazia calor, tinha que ser um calorão escaldante e durar vários dias, deixando você totalmente louco. Se ventava, era uma ventania descabelante e histérica, que com certeza iria durar dias e deixar você à beira de um ataque de nervos.

Quando ela desfilava esse rosário de reclamações, eu ria. Pra quem viveu em Saskatchewan, nada pode ser tão radical. Mas eu concordava.... ela estava certa!

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August 26, 2004

li no jornal

"if you are what you eat, then i'm fast, easy and cheap"

hoho! e eu sou fast, easy and organic..... [oooor-gaaan-nic, darling!]

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done!

Fiz minha primeira touca de tricô! Nem acredito que consegui, sem deixar muitos defeitos visíveis! Pro meu cabeção, foram dois novelinhos de linha de algodão. firsthat.jpg Agora estou fazendo um outro, de linha decorada [o azul acinzentado, na agulha circular na foto]. Tricotar na agulha circular é fácil. O chato é diminuir os pontos nas últimas carreiras e passar da circular pras três agulhas de ponta dupla. Fiquei tensa, mas consegui terminar o trabalho sem fazer muita burrice. Nunca, nem em mil anos, pensei que um dia pudesse estar trocotando por gosto, para relaxar. Trabalhos manuais sempre foram uma tortura pra mim, especialmente tricô e crochê, para os quais eu nunca tive a menor paciência. Estou chegando à conclusão que nenhuma caracteristica de uma pessoa é totalmente imutável e definitiva. Felizmente, as pessoas mudam!

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multiply your blurbs

Agora estou começando a sacar por que eu estou gostando tanto do Multiply, em contrapartida ao Orkut, que não me seduziu. É que o Multiply tem um formato de BLOG! Dá pra escrever, ilustrar, dá um carater mais amplo, além de ser um ponto de contato para amigos e de ter comunidades para se ficar escrevendo sobre um assunto específico. Aliás, as comunidades não me interessam muito , também porque a apresentação e a proposta do Multiply é um pouco diferente de outras comunidades virtuais, como Orkut, Friendster ou dot.Node.

Também gosto do Multiply porque você pode abir ou fechar o seu conteúdo, decidir quem vai e quem não vai ter acesso aos seus posts, álbuns, eteceterá. Gosto disso, porque não fica aquela coisa escancarada, todo mundo olhando detalhes da sua vida. A única coisa chata é que não dá pra configurar um layout exclusivo, como nos blogs. Mas isso é o de menos. Só estou torcendo para o sistema do Multiply não travar, como acontece sempre com todo tipo de novidade que aparece no mundão virtual.

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August 25, 2004

track & field

Mesmo que não esteja calor e eu não esteja correndo, posso estar suando muito! Quando bate qualquer estresse, mesmo de leve, eu suo de pingar. E fico com dor de cabeça. Ontem me perdi em Vacaville tentando encontrar a loja da Scandinavian Designs. Peguei mapinha no Yahoo e tudo. Mas o web-robô não conta com desvios, obras, modificações feitas ontem. Parei num ponto de ônibus, onde tinha um mapa da cidade. Um fulano de blazer de camurça e gravata colorida me pediu uma carona pra Sacramento. Eu nem respondi, já fui logo perguntando 'você sabe onde fica a Bela Vista Road?'. Ele não sabia e sumiu tão rápido que fiquei com paranóias de que ele tinha se enfiado no banco de trás do meu carro! Já comecei a suar a partir daí...

Eu admito que não tenho capacidade pra fazer escolhas. Fico num estado de tensão e angústia lastimável..... O pobre vendedor teve uma paciência de Jó comigo. Circulei pela loja fazendo mil perguntas por quase uma hora. O que me irritou é que qualquer sofá comprado lá leva de seis a oito semanas pra ser entregue. Será que eles vão cortar a árvore na floresta encantada na Noruega, trazer pra cá no navio dos Vickings, tecer e montar tudo à mão? Fiquei inconformada. Bom, pelo menos vou ter o sofá antes do Natal.

Mas ainda não decidi qual sofá, qual tecido e qual cor... Suei muito lá na loja e fiquei com uma dor de cabeça do cão. Corri como uma doida pra poder chegar no trabalho no horário e perdi o sono pensando na decisão que vou tomar. beige combina com a sala? Será que ele é muito grande ou muito pequeno? Comprar algo para a casa é uma maratona estressante, porque tenho certeza que se eu me arrepender na compra desse sofá, vou ter que viver com essa frustração [e a cor e modelo errado] pelos próximos dez anos....

Estou voltando na loja agora de manhã pra finalmente decidir. Já comecei a suar... e nem está fazendo tanto calor [ainda].

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August 24, 2004

o gato-gira

Acordamos de madrugada com um felino dando pulos e pinotes na nossa cama. Botes no patchwork da colcha, atacando nosso corpo coberto, entrando em baixo do lençol, fazendo um verdadeiro escândalo.....

E está assim desde então. Correndo pra lá e pra cá, perseguindo e dando botes no pobre Misty, que deve estar achando que está sendo punido por algum pecado mortal...

Subiu na mesa da máquina de costura, derrubou o martelo e uma caixa de prego, cheirou todos os cantinhos do meu desk fazendo um barulhão e derrubando coisas, tentou a todo custo dar patadas no meu pote de cereal com leite, revirou todos os tapetes da casa.

Está nesse faniquito desde as seis da matina. O que eu posso fazer, além de rir muito? Já estou me acostumando com a personalidade hyper desse siamês!

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ajudinha...

Um bebezinho precisa de ajuda no Brasil para fazer uma operação delicadíssima. Os detalhes da doença dele e de como ajudar estão aqui. Não precisa ser exclusivamente com dinheiro, pode ser com doação de mantimentos ou orações.

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August 23, 2004

mais linha & agulha

panospanos
panospanos
panospanos
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August 22, 2004

reload

Se você está vendo o blog ASSIM, dá um reload/refresh no seu browser, que tudo voltará ao normal....

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August 21, 2004

hilária

Meu repertório de piadas é 'vastíssimo'. Incluí duas piadas. Uma em inglês e outra em português. E elas são......

>> the joke in English:

girl - mom, i want that barbie that comes with gi joe!
mother - sweetie, barbie does not come with gi joe. she comes with ken....
girl - no mom, barbie fakes with ken. she only comes with gi joe.

Ha Ha Ha!

>> a piada em português:

sabem qual a diferença entre o ayrton senna e o elvis presley?
é que o elvis não morreu!

Ha Ha Ha!

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li na revista...

"My darling girl, when are you going to understand that normal isn't a virtue? It rather denotes a lack of courage."

Stockard Channing as Frances Owes in Pratical Magic

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August 20, 2004

não reparou em nada?

o quê? cortou o cabelo? tingiu? trocou a armação dos óculos? está de lente? plantou batatas? depilou as pernas? emagreceu? engordou? fez as unhas? andou quinhentas milhas? tomou sol? fez implante? teve uma epifania? desertou? tomou todas? fumou um? ganhou na loto? comprou roupas novas? pisou no tomate? dançou? mudou de religião? adotou um guru? amarelou? dormiu de touca? aprendeu a andar de bicicleta? comeu beterraba? o quê? o quê????

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Think Different


The Crazy Ones

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August 19, 2004

play, Roux, play


playroux

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sambalêlê

O problema não é falta de tempo e sim excesso de tarefas. Eu não navego mais pela internet, leio blogs pelo feedreader pra poupar tempo, atraso minha correspondência, me sinto um tanto frustrada pois não consigo mais ler um livro, nem mesmo fazer a tal sacola de plástico reciclado de crochê imitada da Rosa.... Se gasto mais tempo do que deveria aqui, escrevendo ou colocando fotos no Multiply, já me dá uma agonia. Quero nadar, quero tricotar, cozinhar. Cuido de tudo na casa e quando digo tudo, é tudo mesmo. Só não corto a grama, passo aspirador e lavo o carro, pois essas são tarefas do Ursão. Senão ele fica pensando que é fácil....

Agora no meu trabalho tenho tempo de ler coisas técnicas, que eu nunca teria a paciência de ler aqui em casa. Eu fico quatro horas numa sala, sozinha ou acompanhada do meu silencioso chefe, que programa e de vez em quando atende um professor cujo computador não conecta. Eu tenho lido muita coisa de cascading style sheet, que é um elemento de webdesign realmente fascinante!

Quando volto pra casa tem tanta coisa pra fazer. Comida, compras. Vou por partes na limpeza, mas percebi que quando termino de limpar uma parte da casa, a outra já está suja de novo. E ainda tem o quintal, a horta e o jardim! Gasto um tempo escrevendo aqui e acolá. Quando não vou nadar sobra tempo. Comecei uma touca de tricô usando uma agulha circular. Fiz echarpes pra dar de presente pras lindocas de Londres. Tento ver filmes na tevê à noite. E nem sempre durmo como uma pedra.

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August 18, 2004

swimming with Lucille

Aconteceu de novo! Como a raia onde eu sempre nado já tinha quatro pessoas [e todas tão lesma-lerdas quanto eu], entrei na raia ao lado, onde só tinha um cara e uma menina. Não deu outra: uns minutos de nado livre e o cara já veio me perguntar qual era a minha velocidade. Quando eu respondi 'bem devagar', ele sugeriu sem meias palavras que eu passasse pra outra raia, onde estavam as quatro outras fulanas. Eu sempre respondo 'não se preocupe comigo, pode me passar' e tal. Mas os dois eram muito mais rápidos do que eu e me deram um baita estresse. Além do esforço de nadar em si, ainda me deu aquela agonia de pensar que eles iriam me alcançar. Fiquei tensa, tentando manter distância e deixando eles me passarem. Chegou uma hora que me deu um desânimo, pois eu nem estava aproveitando o exercício e a minha horinha de relaxamento na água. E não via uma saída pra situação: as raias pra cá eram pros nadadores mais rápidões e as de lá eram pros seniors. As únicas raias plausíveis eram a onde eu já estava, com os nadadores olímpicos e a raia ao lado, com as quatro figuras bafolejantes. Pedi socorro ao coach, que sem ao menos piscar me mandou pra raia dos seniors. 'Vai naquela onde só tem uma pessoa'. Eu fui. Entrei na água com a maior cara de patza e com todos me encarando. Mas quando vi quem era a pessoa com quem iria dividir a raia abri um sorriso. Era a senhora de 94 anos, por quem eu tenho a maior admiração. O nome dela é Lucille!

Nadei feliz na raia dos seniors, acompanhada pela Lucille, que me fez sentir uma sereia. Deixei pra lá o orgulho ferido de ter sido transferida pro lado dos velhinhos, respirei aliviada por não precisar mais me preocupar com gente chata e competitiva e nadei, nadei, nadei, fazendo muitas bolhinhas de risada na água, afinal de contas não é qualquer um que consegue a façanha de decair tão rápidamente, da raia dos lentos para a raia dos seniors, e ainda merecer o privilégio de nadar com a Lucille.

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eat a peach! [the sequel]


eatpeach

eatpeach

>> os pêssegos das árvores do projeto do Ursão. ganhei um saco, que vai virar geléia! eles são pequenos, mas têm um sabor fortíssimo. e o cheiro..... hummm, é inebriante!

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August 16, 2004

memória olímpica

Eu não ligo pra esportes. Na verdade, me aborreço e me irrito com competições em geral. Então é compreensível que eu não esteja nem aí pra campeonatos, copas e até para o buxixo da hora, as olimpíadas. Mas apesar disso, eu tenho algumas memórias relacionadas a este popular evento esportivo.

A primeira memória foi nas olimpíadas de 1992, quando eu estava desmontando a minha casa para me mudar para o Canadá e tenho uma cena gravada tão nítidamente na minha cabeça, que posso quase sentir o cheiro, o friozinho da época, o excitamento e o medo com relação ao nosso futuro. Eu estava deitada num colchão na sala vazia do meu apartamento em Piracicaba, lendo um livro e ouvindo sem prestar muita atenção um jogo de volei do Brasil numa televisãozinha em preto & branco. Eu estava matando o tempo e esperando o Ursão chegar para finalmente socar as últimas coisas no carro e irmos pra casa dos meus pais em Campinas, de onde sairíamos para a nossa aventura estrangeira sem volta.

A segunda memória é das olimpíadas de 2000. Eu tinha decidido, num daqueles meus impulsos inexplicáveis, ficar com a gata da minha amiga que estava se mudando para Palo Alto e não tinha achado alguém que quisesse o animal. Ela estava quase indo ao SPCA quando eu topei com ela nas minhas caminhadas diárias. A gata tinha um nome horrível e eu quis mudar. Mas que nome dar para ela? Pensa daqui, pensa dali e foi então que eu ouvi na tevê a notícia sobre a nadadora americana Misty Hyman vencendo a australiana Susie O'Neill, que era a favoritíssima na competição nos 200 metros de Borboleta. Foi um choque mundial, os australianos de rabinho entre as pernas e a Misty super na dela, modesta, singela e vencedora. Quietinha, levou todas! É a Misty, pensei! Juntei o nome da nadadora com o sobrenome de uma das cantoras que eu mais gosto, Macy Gray, e batizei a gata: Misty Gray. Depois descobrimos que a gata era gato numa longa e atrapalhada história. Mudou o sexo, mas o nome ficou.

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August 15, 2004

manhã nublada

Dormimos muito. E acordamos para um dia nublado, o que não é comum no nosso verão do vale central californiano. Estou com um roxo no pé direito e dores generalizadas pelo corpo. Concluí que devo ser uma péssima jardineira, pois não estou tão velha assim pra ficar tão podre depois de cuidar de um jardim e de uma horta.

Tudo começou com um dia lindo de sábado, com temperaturas tão agradáveis que pudemos até aproveitar o quintal, para almoçar, tomar sorvete com berries, ler revistas, olhar as flores. Até o Misty deu uma saidinha. Me entusiasmei e resolvi podar as roseiras do jardim da frente, que estavam descuidadas, com rosas secas por todo lado. Eu aprendi que quanto mais a gente poda, mais essas plantas crescem e dão flores. Fui lá e mandei bala. Ficou tudo lindo. Como já estava no pique, resolvi também dar um jeito na horta, que ficara abandonada depois do episódio do rato. Até achei o buraco que o meliante fez pra passar por baixo da cerca que divide a minha casa com a do vizinho da esquerda. Foi aí que entendi os pés de tomates que vi jogados no meio fio, um tempo atrás, na frente da casa desse vizinho. O rato fez o estrago primeiro lá! Depois cavou o buraco e veio destruir os meus tomateiros!

Bom, podei TUDO! Sem pena e sem dó, arranquei todos os galhos estranhos, deixei só os galhos com folhinhas novas. A área dos tomates ficou limpa, impressionante. Agora só me resta torcer pros tomateiros tomarem força novamente. E pensar que eu estava tão contente com a minha colheita abundante... Também revolvi a terra numa das beds que está vazia - preciso plantar algo lá - e tirei os matos que cresciam por todos os cantos. Minha horta não é grande. É um cercado, com três beds para plantação e pouquíssimo espaço entre as beds. É muito difícil trabalhar lá, principalmente agachada. Por isso eu fiquei podre, com dores nas costas, no corpo, pé roxo, que devo ter batido em algum canto.

Um dia nublado de verão vai dar mais canja pro quintal. Tivemos uma semana de calor intenso e um dia como este precisa ser aproveitado ao máximo. Licençinha então e tchau!

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August 14, 2004

and the world goes round´n`round

Arquivos, ler ou não ler? Quando eu caio na tentação de ler, percebo [muitas vezes tristemente] que minha vida segue um determinado padrão. Três anos atrás eu escrevi algo que poderia ter escrito hoje! Parece brincadeira.....

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August 21, 2001 - a brand new day

Breezy with sunshine - Hi 78° F/25° C
[what a beautiful morning!]

Eu ando em ‘ignore mode’ pra um monte de gente. Acho que isso ajuda você a não se importar muito com tanta atitude esdrúxula com que se topa por aí. Gente que não liga [apesar das tarifas de 0,06 centavos!], que não escreve [apesar de ter internet e computador mofando em casa], que recebe presentes de você no aniversário dos filhos deles e não escreve um bilhete no aniversário do seu filho, gente que só te procura quando quer ou precisa de coisas, gente que nunca tem tempo pra um minutinho de papo, gente que só olha você pra criticar, gente que te conhece e lê seu blog escondido e nunca te escreve dizendo ‘estou te lendo!’, gente que não manda fotos, gente que finge que você não existe mais, só porque saiu do raio de cem quilômetros de distância da vida deles, gente que enche o saco com histórias que não te dizem respeito. Ah, cansei MESMO!

Eu gosto mesmo é de gente como o meu Ursão e o meu ursinho! Gente legal, que tem aquele jeitinho singelo, que é carinhoso, atencioso, delicado..... Hoje eu sonhei com um monte de ursos gigantes, desses tipo marrom quase preto. Eles queriam entrar na casa onde estávamos. Não lembro os detalhes do sonho, mas lembro dos ursos e de como eu estava curiosa pra saber o que eles estavam fazendo ali e queria chegar mais perto deles, olhar o que eles estavam fazendo, onde estavam indo.

Uma cena que não foi sonho: eu no topo da escada, agachada alisando o pêlo do Misty Gray e o Ursão de pé um degrau abaixo, acarinhando o meu cabelo. Se tivesse jeito de ter tirado uma foto dessa cena, teria sido precioso!! :-)

Van Morrison é um cara que eu não canso de ouvir....

we were born before the wind
also younger than the sun…….

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Não quero ser pessimista e concluir que erro sempre, sendo exigente demais nos meus relacionamentos. A verdade é que tenho essa persistente e desagradável tendência crônica para permitir abusos. Depois chuto latas, irritada. Mas está errado querer um pouco de atenção, gentileza e delicadeza? Menos mentira, menos oportunismo, menos descaso, menos arrogância, menos sabe-tudice, menos cara-de-pau?

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August 13, 2004

eat a peach!

Quase três horas lendo, pesquisando, pensando. Entrei até numa lista de discussão para css-style. Aprendi um monte de coisas e acabei, graçasadeus, resolvendo o problema da cascading style sheet! É sempre uma coisa simples, mas no meu caso, eu tenho aqueles pânicos mentais que me impedem de ver o óbvio.

Pra comemorar meu triunfo sobre as teimosas css, resolvi descer até o basement do Bainer Hall pra esticar as pernas e ver o Urso. Ele estava no seu laboratório high-tech de robótica. E estava na correria, pra variar. Pelo menos me apresentou pra pos-doctor espanhola que está trabalhando com ele neste verão e pro programador, que ele contratou pro projeto já faz uns meses. Ela estava trabalhando num laptop, olhando pra um ramo com vários pêssegos, cada um com um número pintado em tinta azul. Eu perguntei se dava pra comê-los e descobri que o pessegal do projeto está com uma colheita abundante. Numa caixa dentro do lab, duas dezenas de frutas cheirosas estavam separadas pra espanhola levar pros pais dela, que estão passeando aqui em Davis. Bondosamente, o Urso me deu um dos pêssegos e eu já fui correndo lavar, pra poder devorar. Voltei pra minha sala, cheirando e acariciando a fruta aveludada. Como não havia ninguém lá me olhando, meti os dentes vorazmente, tomando o maior cuidado pra não espirrar pingos de sumo na saia. Que delícia! Ainda quero perguntar que variedade de pêssego é aquela: pequeno, com textura tenra e macia, cheiro bem forte e doce, cor de laranja e um sabor pungente, que me lembrou um pouco o dos pêssegos em calda.

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August 12, 2004

stuff


kitch

kitch

kitch

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weekdays update

>> Agora eu nado às dez da manhã, pra poder ter tempo folgado de tomar banho, comer e chegar no trabalho à uma. Chique é poder fazer seu próprio schedule, né? O treino das dez é um pouco diferente, porque é o horário dos seniors. Tem uma senhora de 94 anos, que nada nesse horário. Ela é uma gracinha! O meu coach usa palavras estranhas e que não ficam boas de ouvir, quando ele fala comigo em português. Ele usa muito xingamento, tipo 'puta merda, você melhorou muito a sua braçada de borboleta!'. Eu nem estranho mais. Ontem ele disse 'vem aqui pra essa raia, que aquelas [onde eu fico sempre] são para os velhos'. Cruzes! Eu sei que ele não quis ser grosso nem nada, mas soou mal pacas! Nadei uns cem yards soltando bolhas de risadas na água. Afê, cada uma!

>> Eu não sei bem o que fazer, então fico em pé, imóvel, só olhando os gatos se engalfinharem. Não tenho certeza se é briga ou brincadeira, mas eles se mordem, rolam pelo chão e o Misty escandaloso sempre mia alto e acaba rosnando e saindo correndo [é um gato ou um frango??]. Ontem voou tufos de pêlos pelos ares. Uma hora o Roux estava mastigando um tantão de pêlo do Misty e eu até fui checar os dois gatos, pra ver se ninguém estava sangrando. Vai ver isso faz parte, já que o Gabriel disse que o Tim e o Sequel fazem igualzinho. O Tim até perdeu um pedaço grande de pêlos.... Estou esperando calmamente essa amizade felina se consolidar.

>> Meu trabalho é legal. Meu chefe é bonzinho e eu não tenho que socializar com ninguém. Faço o trabalho de webdeveloping, arrumando um monte de coisinhas no website do departamento de Engenharia Química. Comecei com uma tour virtual, que estava toda em imagem e precisava ser traduzida pra html e css. Eu adoro css, porque ela dá flexibilidade e deixa o layout simplificado. Mas ela sempre dá problemas entre os browsers e ontem gastei umas duas horas tentando achar uma solução para um defeito que está dando no Mozilla. E não consegui. Fiz tudo lindo, sem tables, prático e eficiente. Mas não visualiza direito num browser. Hoje já acordei pensando no problema. Somebody please help meeeeee!!!!!!

>> Caminhando ida e volta da minha casa para o Bainer Hall, vejo todo tipo de animal no campus. Não vendo os ratos, já fico feliz! Ontem um filhote de lebre cruzou o meu caminho, parou e me olhou com uma carinha tão fofa. Eu falo sozinha nessas horas, aquelas coisas bobas que a gente diz quando vê animais fofinhos. Só depois que penso nos estragos que essas fofurinhas fazem nas hortas por ai. Ainda estou arrasada com a devastação que o [desaparecido] rato fez na minha....

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August 11, 2004

hora do rango


horadorango


>> eles já comem juntos, mas não pensem que foi fácil... o sr. Misty demorou pra aceitar a situação, também porque ele não se impõe e deixa o Roux comer a sua comida. o espertinho devora o que tem no potinho dele e daí empurra o Misty, que se deixa empurrar e vai embora. logo, os dois estarão do mesmo tamanho, com o Roux ganhando peso e o Misty perdendo.... oh, well, o que podemos fazer?

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August 10, 2004

educando Roux

O que a gente faz quando um tal gatonildinho resolve ter um faniquito às 4 am, pulando como louco na nossa cama, mordendo o nosso nariz, mastigando o nosso cabelo, dando bote nos nossos pés? Eu removi ele da cama umas vinte vezes. Levantei pra ir ao banheiro e ele foi junto, todo rebolante, trancetando entre as minhas pernas. E voltou pra cama. Ficamos nessa encheção total até às 6am! É demais!

O mau comportamento de subir nas mesas já está sendo controlado com uma espirrada de água na fuça. A Juliana me ensinou o truque e está funcionando muito bem, porque o cara estava cada fez mais ousado e insistente, querendo porque querendo cheirar tudo o que estivessemos comendo. Muita falta de educação subir na mesa, não? Já levou umas espirradinhas, ficou com cara de patzo e já está se comportando muito melhor.

Agora, com os faniquitos noturnos não sei o que fazer. Apesar que eles não acontecem freqüentemente, mas quando acontecem enchem os nossos piquás!

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August 9, 2004

não somos os Corleones...

Se eu quisesse vigiar as atividades diárias do meu marido, não estaria em melhor posição. A partir de amanhã estarei trabalhando todas as tardes no mesmo prédio, no mesmo andar, praticamente ao lado do escritório dele. Hoje, quando fui assinar os papéis, pegar as chaves do pédio e da sala, olhar meu computador e dar uma geral no que preciso fazer, já encontrei com ele no corredor. E ouvi um 'oi, hum, bonitona!' Ele é um engraçadinho, mesmo!

Esboçando um organograma mental, me surpreeendi com algo parecido com a teoria dos seis graus de separação: estou na engenharia química, onde o chair foi orientador do nosso amigo, cujo pai foi chefe do Uriel. E o meu chefe é namorado da chefe do Gabriel no departamento de física. Sem falar na vizinhança da engenharia agrícola, que vai me dar a oportunidade de ver o Uriel em ocasiões variadas durante o dia! Já estou até pensando em organizar um picnic à italiana!

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August 7, 2004

eu? onde?


napia

napia

[o fulaninho ousado, deitado dentro da pia do banheiro...!]

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eles são bacanas

Eu já tive o mesmo diálogo com ele duas vezes:

- where are you from?
- Brazil!
- ah, então fala português!
- sim!
- eu também!
- é, tô vendo!
- é que sou argentino!
- ??????

Ele é o dono de uma deli em downtown onde vamos sempre comer uns sanduíches gostosos. Eu já sabia qual era a nacionalidade dele, mas nunca imaginei que o português que ele fala [até que bem bonitinho] tinha algo a ver com o fato dele ser argentino! Que eu saiba, argentinos falam espanhol, não? Ha Ha Ha!

Mas entendi o que ele quis dizer. Eu perguntei onde ele tinha aprendido a falar o português tão bem e ele respondeu que foi no Brasil, país que ele ADORA e onde tem muitos parentes vivendo - do norte ao sul, ele disse. Que bom! Apesar da famosa e antiga rixa que existe entre brasileiros e argentinos [e que segundo um uruguaio é fruto da inveja que os argentinos têm dos brasileiros], eu nunca conheci um argentino que não gostasse do Brasil. Aliás, todos os argentinos que eu conheci - isto é, fui amiga - amavam o Brasil e falavam português. Então, é vero que pra toda regra há sempre exceções!

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August 6, 2004

se manca!

A Marianne tem uma camiseta geek que eu adoro e que tem impressa em letras brancas no pano preto uma mensagem bem direta - no, i will not fix your computer. Como eu fui testemunha do que certas figuras faziam com o meu filho anos atrás, ligando pra ele toda hora pra pedir todo tipo de ajuda esdrúxula para o computador deles, considero essa camiseta um manifesto.

E eu, sinceramente, tenho vontade de mandar imprimir uma para mim com uma ligeira modificação. Na minha camiseta a mensagem seria - no, i will not visit you blog and read your such and such post. Vamos tomar um pouco de semancol?

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concorrência, finalmente!

Dois novos espaços para comunidades virtuais: .Node e Multiply. Eu estou nas duas, xeretando, como sempre! Só entra com convite, o mesmo esquema do tal Orkut, só que não é lento [ainda!]. É esperar pra ver no que vai dar.

* tem também a concorrência brasileira - NetQI, mas como as versões brazucas do Fotolog, este com certeza está fadado a ter o mesmo destino.... such is e-life.....

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August 5, 2004

uns tomates pra você...

O senhor que me atendeu lá no ACE no caso dos ratos, pediu meu endereço e disse que me traria uns tomates da horta dele. E trouxe mesmo! Não só tomates madurinhos, como berinjelas e abobrinhas variadas.

legumes

Na hora que ele chegou com a sua pickup antiga verdinha de filme do Sam Shepard, lembrei de um artigo que li no caderno Taste do jornal SacBee de ontem.

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Lock your doors, close your drapes and steer clear of anyone carrying a suspicious grocery sack. It's zucchini season, and home gardeners are desperate to unload their crops on anyone who even glances in their direction.

Elizabeth Green Merwin of Sacramento was so desperate to get her neighbors to take excess squash off her hands that she resorted to making disguises for them.

"I took the largest and gave them tomato eyes and noses and zucchini-slice mouths. Then I took the 'foundlings' to their new homes, where I left them on doorsteps," she says.

Apparently a lot of home gardeners in the area share the same bounty - or burden, as some might call it. When we asked readers to tell us their squash woes, our mailbox overflowed like a hill of zucchini.

[...]

Reid Collins of West Sacramento says this whole zucchini supply-and-demand problem reminds him of an old joke: "In a big city, you lock your car to keep someone from stealing it. In a small town, you lock your car to keep somebody from putting a bag of zucchini on the seat."

There is no place to hide when it's zucchini season.

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Será que a minha cestinha de tomates, berinjelas e abobrinhas também foi uma 'desova'? Hehe!

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que maratona!

Quando eu o abracei às seis da manhã, murmurei aliviada 'nossa, que maratona!'. Parecia que ele estava voltando da Índia, mas era só ali do Canadá. Cancelaram o vôo da volta. Mas ele precisava estar em Davis hoje e então arranjaram um pinga-pinga Ottawa-Filadélfia-San Francisco. Ele me ligou às 5pm, dizendo que o vôo sairia em uma hora. Depois ligou às 8pm e deixou um recado irritado dizendo que o vôo só sairia em duas horas. Ligou novamente às 3:30am, dizendo que finalmente chegara em San Francisco, mas porque o vôo tinha atrasado muitas horas, cancelaram a reserva que ele tinha no shuttle que o traria para Davis. O que fazer? Pegar um taxi e ir até o trem? Alugar um carro? Eu nem consegui dar idéias, minha mente estava vazia, cansada e eu só conseguia pensar na falta de sorte dele. Às seis, ele finalmente chegou dirigindo um carro alugado. Viajar de avião neste país está ficando cada vez mais complicado...

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August 4, 2004

Francamente, pôxa!

Eu também estou lá, no famigerado Orkut, como mais da metade da população informatizada do planeta. Mas eu não fiquei viciada, nem nada. Primeiro, porque o sistema é super lento, está sempre dando pau e erros, fica voltando pra página de login toda hora e eu simplesmente não tenho saco nem tempo pra insistir. Segundo, porque ainda não me enturmei muito bem. Isso talvez seja pelo fato de tudo ser tão devagar e eu não conseguir participar muito das poucas comunidades das quais faço parte. Estou - óbviamente - na dos blogueiros , dos brazucas no exterior e na Califórnia, dos tricoteiros, dos cinéfilos, de Blues, do Machado de Assis e Paulo Leminski, Fashion Police e Macmaníacos. Quase não participo e praticamente não leio nada.

Outro dia entrei na primeira comunidade nada a ver. É a Francamente, pôxa! onde eu só conheço o Pedro Urbana. A comunidade é divertida, mas pra variar o passo é sempre muito lento. Não sei a origem dessa expressão [de algum programa de tevê?], mas adorei! Se encaixa muito bem no final de qualquer história chata... olha só:

Ratos na minha horta? Francamente, pôxa!
Malas perdidas? Francamente, pôxa!
Ensuvacação fora de hora? Francamente, pôxa!
Gente chata que te prensa na parede? Francamente, pôxa!
Comunidade virtual que é o último berro da moda, mas que funciona no passo da tartaruga e só da erro? Francamente, pôxa!

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August 3, 2004

resumo da ópera

Da janela do meu quarto eu vi o rato indo para a horta! Ele é gigante! Fui correndo pro quintal carregando a caixa de treco-mata-rato debaixo do braço, berrando profanidades, chutando a grama, enojada da vida. Lá eu vi que o rato ou os ratos, já fizeram a festa com as iscas. Li na caixa que precisa esperar de três a cinco dias, para o negócio fazer efeito. Como não é veneno, não fulmina instantaneamente. As ratazanas vão comer a isca e ficar letárgicas, caindo em coma lentamente [espero que façam isso no quintal do vizinho e não aqui...].

Acharam a mala do Ursão. Finalmente! Ele me ligou umas quatro vezes do celular ontem. Uma vez só pra eu ouvir o hino Oh-Canada, que estava tocando numa rua em Ottawa por causa de um feriado.

Caí na gargalhada dentro do chuveiro, quando vi pelo vidro dois gatos pulando pelo quarto. Um deles quer porque quer brincar. O outro não quer saber de nada, mas até já perdeu umas graminhas do seu peso-pesado tentando se defender das tentativas de brincadeiras. Depois fui brindada por mais uma visão: um gato deitado dentro da pia do banheiro, como se estivesse num berço.... Bichos são o melhor remédio pra qualquer tipo de estresse. Eu recomendo!

Ando tendo recaídas de procrastinação, defeitinho de caráter que eu achava já ter dominado. Como é duro......

Devo telefonemas, cartas, mensagens, visitas. Não sei quando pago.

Preciso sair, mas não quero.

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[ops, esqueci o título!]


brussels
[também vou lá! thanks, Tereza!]

salsaingredients
[vamos fazer salsa]

bijousgalore
[miçangolândia...]

noflagra
[pego no flagra!]

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mal me quer, bem me quer

Eu adoro escrever. Mas ao mesmo tempo odeio escrever, porque nem sempre escrevo como quero, como gosto, da maneira que considero perfeita. Invejo os bons escribas. Invejo os criadores de histórias, pois eu não sei escrever ficção. Só sei relatar o que vi ou vivi. E acho isso péssimo. Minha escrita é fotográfica, polaróide sem retoques.

Lembro de uma redação que escrevi no primário e que arrancou elogios e ganhou uma nota alta. Foi uma surpresa, pois na redação eu simplesmente relatava um sonho. Não foi inventado, foi realmente sonhado. Qual a graça de ganhar um dez só porque você contou um sonho? Desde então foi sempre assim.

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August 2, 2004

rats!

Minha colheita de cherry tomatoes está a todo vapor. Todos os dias eu colho dezenas de tomatinhos vermelhos ou quase vermelhos. Mas meus tão esperados heirloom tomatoes estão sendo devorados ainda verdes por alguma entidade que eu não estava sabendo indentificar. Achei que fossem os tatu-bolinhas. Depois achei que fossem lagartas verdes. Busquei cuidadosamente pelas pestes misteriosas, que a cada dia devoravam mais e mais tomates. E comiam tão rapidamente que só poderiam ser um bando de alguma coisa com bocas bem grandes e apetites vorazes. Hoje fiquei louca da vida quando vi três tomatões que eu quase colhi no sábado, verde mesmo, praticamente destruídos, pedaços caindo, as sementes expostas. Fiquei tão irritada que cortei o galho com os tomates comidos, coloquei tudo num saco plástico e fui até o ACE pedir ajuda.

—você tem idéia do que estaria comendo esses meus tomates?
—ah, isso é rato!
—RATO?????????????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
—sim!
—não poderia ser um gopher?
—não, esse tipo de mordida é típica de ratos.

Conversei um tempão com o senhor que me atendeu e me explicou mil coisas. Parece que os ratos têm uma atração especial por tomates. E estão promovendo um banquete na minha horta! Comprei uma isca para matar os ratos sem perigo para os humanos ou animais e coloquei em lugares estratégicos. Desliguei a irrigação e agora vou esperar pra ver se acho algum desses bichos escrotos morto.....

Com certeza estou recebendo esses visitantes não bem-vindos do Arboretum. Aqueles que estão engordando graças aos alimentadores de patos. Fiquei enojada! E revoltada! Por que justamente os meus tomates especiais?

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se fosse um cão, seu nome seria snoopy...

Que comportamento poderíamos esperar de um gato que está sempre com poeira ou teia de aranha nos bigodes e que dá bote até nos raios de luz do sol?

Quando o cara do pest control chegou, tive que avisá-lo: cuidado com a porta, pois eu tenho dois gatos que não podem sair na rua de jeito nenhum.

Um gato correu se esconder quando ouviu a voz estranha, os passos e o barulho. O outro gato [guess who?] correu na direção oposta do primeiro gato, se expondo, bem exibido, indo atrás do cara, cheirando e xeretando tudo, entrando nos armários abertos e querendo olhar tudo. Tive que removê-lo fisicamente dos locais que estavam sendo dedetizados, porque ele não tem receio de nada.

As diferenças entre as personalidades dos gatos se manifestam o tempo todo, nas mais diversas situações. É divertido e interessante observar!

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sem lenço e sem documento

O que mais poderia acontecer? Perder as malas, é claro! O Ursão chegou em Ottawa, mas a sua mala não! A companhia aérea perdeu a dita e até ontem à noite ainda não a tinha localizado. Então o coitado ficou com a roupa do corpo, a mala de mão e $50 dado pelos incompetentes, para ele comprar uma camiseta, escova de dentes. E hoje às 6:30 da manhã ele já tinha uma reunião, pois é 'chair' da conferência. Vai ter que ir de camiseta e calça jeans!

Eu tenho verdadeiro horror que isso aconteça comigo, então sempre que viajo de avião, ponho tudo o que necessito [troca de roupa, coisas de banheiro, etc] na minha mala de mão. Coisas importantes nunca vão na mala grande que é despachada. Já pensou ficar nessa confa, só com a roupa do corpo? Coitado do Urso. Por essa ele não esperava......

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August 1, 2004

sempre a mesma história

No verão são as viagens. Visitas, conferências, testes de campo. Piores são as viagens internacionais. Pra mim é uma grande tortura, porque eu fico observando a confusão, sem poder fazer absolutamente nada pra ajudar. Muitas vezes eu acho que é pura desorganização, mas a verdade é que ele tem muitas tarefas e responsabilidades, coisa pra uma equipe e não para apenas um Urso.

Eu o aconselhei a arrumar a mala antes de ir pra universidade para 'imprimir umas coisas', porque assim se algo falhasse [e não falha sempre?] ao menos a roupa já estaria na mala. Mas não, ele nunca me escuta. Foi imprimir o sei-lá-o-que às 7pm e chegou às 2am. Ainda foi arrumar a mala, tomar banho. O shuttle para levá-lo ao aeroporto em San Francisco passou às 3:30am. Ele deitou e deve ter dormido por uma hora. Nem tive ânimo de ficar brava, pois toda vez que ele viaja, ele vai assim, sem dormir direito ou sem dormir nada. Não tô exagerando não, é TODA vez mesmo. Deve dormir no shuttle, no avião, tirar uma soneca quando chega no hotel, ele se vira. E não reclama. É o super-Urso! Eu que sou uma reles habitante de Metropolis e que me canso e preciso dormir como qualquer ser humano normal, fico simplesmente abismada!

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aromas

Lá pelo ano de 1994, minha mãe chegou no Canadá para nos visitar carregando mil presentinhos. Uma das coisas que ela trouxe foi um difusor de aromaterapia de barro, feito a mão. O treco em si já era uma obra de arte. Mas além de lindo, era útil: você punha agüinha no compartimento [removível, very clever!] de cima, pingava umas gotinhas de óleo essencial na água, acendia uma velinha que ficava no compartimento de baixo e voalá, o mundo ficava todo cheiroso, o humor melhorava, a vida ficava cheia de cores e passarinhos cantando!

Exageros à parte, fiquei fã da aromaterapia. Usei muito, por muitos anos. Com difusor ou argolas de barro, que eu punha nas lâmpadas dos abajures ou quadradinhos de cerâmica, que eu deixava em lugares estratégicos. Ainda tenho vidrinhos de óleos essenciais da Flor Amazon, que trouxe do Brasil comigo em 1999.

Parei de usar a aromateapia sei-lá-por-que. São coisas que acontecem, sem que se planeje. Fui parando ou parei de vez, não sei. Mas na semana passada recebi um pacote pelo correio. Abri, toda feliz, pra encontrar lá dentro um difusor lindíssimo, óleos essenciais e velas! Eu tenho amigas queridíssimas!!!

O difusor, infelizmente, chegou quebrado. Mas eu colei, com pistola quente e voltei à onda aromaterapeutica! Lárálá! Que delícia! Lavanda, Flor de Laranjeira, Mirra, Ylang-Ylang. Esses são os cheiros do momento aqui em casa!

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