January 31, 2005

ê pregui......


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love's a bitch

Eu vivo imersa no mundo dos musicais, mulheres glamourosas dos anos trinta com seus vestidos longos de cetim, homens de fraque e cartola, sorrisos colgate, tudo lindo, final feliz. De repente entro no mundo de Amores Perros e fiquei rígida! Assisti ao filme mexicano tensa do inicio ao fim. Chorei, chorei. Avançava as cenas com os cachorros. Que filme! Perdi até o sono, fiquei abalada, arrasada, tremendo, dura. Quando vi os featurettes, me emocionei com o diretor Alejandro González Iñárritu, que primeiro reza, agradece, no final diz que vai sentir muita saudades de todos. Ele diz - só tenho uma palavra para descrever este filme: visceral. Concordei com ele. É a palavra perfeita.

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January 30, 2005

cada coisa no seu devido lugar

Um negócio que me irrita muito aqui no trânsito de Davis é gente que anda de bicicleta como se estivesse dirigindo um carro. A cidade é completamente estruturada para bicicletas, com bike paths e bike lanes, sinalização especial para as bikes nas ruas, toda a parafernália de segurança amplamente disponível. Tudo é feito para facilitar a vida dos bicicleteiros, que engloba uma enorme porção da população universitária da cidade, incluindo estudantes, funcionários e professores.

Então, com toda essa infra para bicicletas, não tem porque uma pessoa fazer manobras arriscadas, pedalando a sua magrela no meio da rua como se ela fosse um carro. Mas infelizmente isso acontece muito e eu fico super irritada. Imagina que na sua frente tem uma bicicleta, muitas vezes com o bicicleteiro sem capacete ou sem luzes [super importante para quem pedala à noite]. Você tem que dirigir seu carro atrás da bike com o maior cuidado, porque se você atropelar um mané desses, você tá ferrada! E nem sempre o sujeito dá sinal com o braço pra onde vai virar. Dá vontade de berrar - saí da frente, vai pra bike lane, você NÃO está dirigindo um carro!

E o mais interessante é que quando uma bicicleta está no meio da rua fazendo manobras como se fosse um carro, você quase sempre pode apostar que o manobrista da magrela é um chinês....

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January 28, 2005

may I?

Uns minutos antes do show da Laurie Anderson começar, um rapaz bem novinho, bem alto, com um sotaque estrangeiro que eu não consegui identificar e sentado na última fila do lado direito me chamou. Apontando para umas cadeiras vazias que ficam um pouco mais acima e que são muito mais confortáveis, ele perguntou se poderia trocar de lugar e sentar numa delas. Eu disse que não, que ele ficasse no lugar dele, pois as cadeiras poderiam já ter donos e até uns quinze minutos depois do show ter se iniciado, serem ocupadas. Ele resolveu ficar quieto no lugar dele.

Já estávamos com uns trinta minutos de show, a Laurie Anderson falando, falando, falando, quando o rapaz ligou o celular e começou a fazer alguma coisa nele. As outras voluntárias já esticaram o pescoção, porque é proibido fotografar os shows no teatro e o celular do guri poderia ser daqueles que tiram fotos. Eu acalmei as sargentas, dizendo - he is playing a game!

E parecia mesmo que ele estava jogando algo como tetris, mas na verdade não estava. Ele me chamou de novo e estendeu o braço na minha direção com o celular na mão, fazendo sinal para eu pegá-lo. Eu peguei e quando olhei para a telinha pude ler a mensagem que ele estava escrevendo pra mim - may i go to the bathroom?

Me deu um ataque de riso! Levantei, abri as portas do teatro e indiquei o caminho do banheiro pro guri, como se faz na escola. Ele disse todo sem graça - someone told me i could not go to the bathroom.... Tentei adivinhar quem teria dito aquilo pra ele, talvez alguma das sargentas que trabalhavam no meu tier. Ou elas falaram outra coisa e o guri entendeu errado?

Mas no final ele conseguiu sair da prisão e foi ao banheiro.... e não voltou mais.

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Laurie Anderson

Eu estava equivocada e com idéias totalmente erradas sobre o show da artista Laurie Anderson. Lembrava vagamente dela fazendo uma música moderna e experimental nos anos oitenta. Mas nunca ouvi um cd dela ou vi um show ou uma entrevista. Ontem trabalhei na apresentação dela no Mondavi Center. Foi uma surpresa. Achei que ela iria tocar e cantar - laralirá, essas coisas. Mas não! Ela toca, mas não canta. Ela fala! O tempo todo, com uma voz de narradora de video instrucional de meditação ou ioga, uma voz linda, melodiosa e ela fala bastante, conta histórias que parecem poemas, às vezes tocantes, outras vezes engraçados. O show é The End of The Moon, onde ela relata a experiência de ser a primeira artist-in-residence da NASA. Isso mesmo, da NASA. Parece estranho, nao? Ela também achou. A performance de Anderson é simples, sentada numa poltrona de couro ou em pé, tocando um keyboard e um violinho, o palco sapicado de velas acesas, uma pequena tela no canto com um close-up da superfície da lua. Numa parte do show ela usa uma câmera que mostra a imagem dela de cabeça para baixo. E fala, fala, fala, sobre os cientistas e projetos da NASA, coisas da vida, a guerra, as estrelas.

O show é muito bonito, mas um tanto cansativo. Noventa minutos daquela música e falação foi ficando meio hipnótico.... Eu vi algumas pessoas saindo do teatro e outras pendendo a cabeça pra frente ou pros lados.

A segurança do teatro estava bem reforçada, pois ouvi que a Laurie Anderson tem uns fãs meio malucos. O público no teatro estava eclético e colorido. Como sempre encontrei conhecidos. E tive que pedir para me mudarem de tier, pois me colocaram outra vez acidentalmente no Upper Tier [o andar mais alto do teatro] e eu nunca pude trabalhar lá, por causa do meu horror de altura. Pequeno detalhe técnico, que foi resolvido rapidamente pela house manager!

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January 27, 2005

*&%$#@&^%!!!!!!!!!!!!

Mas não é possíverrrrrrrr........ Agora que todas as entradas para os comentários estão fechadas para os spammers, eles estão usando o trackback de alguns posts para deixar o lixo deles! Estou chocada com a insistência desses malditos. Já instalei o plugin do nofollow, mas com o trackback pelo jeito não funciona. A blacklist não pega e o único jeito é deletando um por um e ir fechando o ping dos posts. Mais trabalho, mais encheção.... que DROGA!!!!

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January 26, 2005

tea?


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css junkie

Espero que você entenda que eu sou uma css junkie. Na minha opinião não há nada mais perfeito - que eu conheça - do que as style sheets. Elas são mandonas e eficientes. Controlam tudo com mão de ferro, mas fazem um trabalho perfeito. Tudo se encaixa e funciona, se você souber usá-las e contornar o único porém, que são as diferenças dos browsers. Até então só tive alegrias com as style sheets e fiquei fanzérrima! Mais do que necessárias, pra mim as css são imprescindíveis.

Quando eu navego por aí, o que não é muito frequente mas acontece, pode ser que eu esbarre num site bonitinho, com um design interessante. O que eu faço então? Hum, como boa junkie eu vou direto à fonte. Abro a source da página e vou ver a css! Preciso olhar, pra ver como o site foi feito. É legal ter essa visão da parte interna de um website, suas costuras e arremates.

Qual foi o meu susto e desapontamento quando outro dia abri a source de dois websites super bonitinhos, que encontrei " en passant" por aí, e vi TABLES no HTML!!!!!! Queridos webdevelopers e webdesigners, até EU sei que hoje, com as css, tudo pode ser feito sem a ajuda dessas muletas......

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spotless mind

Conversava com a minha dentista e a sua assistente sobre as minhas neuras e traumas resultantes de péssimas experiências com tratamentos dentários no passado.

assistente - is there anything we can do to make your experience here better?

fezoca - yeah, you could erase my memory.....

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January 25, 2005

die mommie die

Com uma sinopse dessas, dá pra não alugar esse filme?

The year is 1967, and Angela Arden (cross-dresser Charles Busch) is a washed-up pop singer who's married to Sol (Philip Baker Hall) but is involved with an unemployed actor named Tony (Jason Priestley). When Sol turns up dead, all fingers point to Angela. Leading the charge is Angela's daughter Edith (Natasha Lyonne), who's eager to get even by killing her mother. Edith's brother (Stark Sands), however, is not so sure that mom is to blame.

Die Mommie Die já está na minha loooongaaaaa lista do Netflix. Hoho!

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January 24, 2005

clipclip

Nós já tínhamos tentado inúmeras vezes aparar as garras do Roux, que estavam longas e afiadas. O Gabriel nos emprestou a tesourinha de gatos e fomos aconselhados a fazer a poda quando ele estivesse sonolento. Nenhuma técnica funcionou. Ele sempre saia correndo, nos dava um olé, verdadeiras cenas de filme pastelão.

Comecei a me irritar com o fulano pulando enlouquecidamente, dando botes no gato gasparzinho em cima do meu sofá e deixando marcas das garras afiadas no tecido. Ontem propus para o Uriel fazermos uma colaboração: eu segurava o indivíduo e ele cortava as unhonas. Lembrei que quando a Debby do Feline Lifeline veio trazê-lo aqui, ela sentou num canto, segurou ele com força com uma mão e com a outra foi apertando os dedinhos e clipclipclip, em segundos aparou todas as garras. Ele não gostou e reclamou, mas ela não deu mole.

Então eu peguei o gatonildinho, segurei bem forte com os braços e com uma mão fui apertando os dedinhos e o Uriel - desengonçadamente - foi cortando as pontinhas das garras. Ele reclamou muito, miou, rosnou, chorou, escapuliu duas vezes dos meus braços, revoltou-se, ficou magoado, bravo, de mal comigo, mas no final conseguimos aparar as tais garras! ufa....

Agora poderemos fazer isso sempre, aqui em casa mesmo, pois eu já estava até pensando em levá-lo ao veterinário e pagar para alguém fazer por mim. Vencemos mais uma etapa com o gato Roux. Com o gato Misty nunca tivemos que pensar nesse detalhe, pois a única coisa que ele faz é afiar as garras imaginárias no tapete....

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January 23, 2005

verde/vermelho/cinza


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pragas malditas!

Num ano foram as lesmas e caracóis. No outro ano foram os ratos e agora - é simplesmente inacreditável - tem um gopher esburacando a minha horta e o meu quintal!

Estou completamente desanimada. O bicho fez um estrago consideável na horta e já está avançando pelo quintal. E como eu vou me livrar dessa peste? Só com uma armadilha. Vou ter que ligar pro pest control, pois não tenho estômago pra pôr armadilha e ficar checando e depois me livrar o bicho morto. Gophers são muito parecidos com esquilos - ou melhor, parecem um mistura de rato com esquilo. Como pode uma horta minúscula ser atacada ferozmente todo ano por alguma praga? Se persistência não fosse o meu middle name, eu já teria jogado um cimentão naquilo tudo.....

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January 21, 2005

limões que ninguém quer


limaovinagre/meyerlemon

Eu sempre chamei esses limões cor-de-laranja de limão vinagre, mas o Ursão que é entendido em frutas me disse que aqui eles são chamados de Meyer lemon.

O nome muda, mas o sabor é o mesmo, que lembra a minha infância e minhas visitas à Querência Echaporã da minha Tia Anah e Tio Gimenez. Eles tinham uma árvore desses limões ao lado da casa. Esses limoeiros parecem que nascem e crescem como se fossem mato, e toda vez que eu ia lá, eu procurava pelo limões e fazia jarras de limonada.

Aqui eu nunca tinha visto desse limão pra vender, até mudar pro Aggie Village e encontrar duas árvores baixinhas, meio arbusto, na divisão entre a vila e o Arboretum. As árvores não pertecem à ninguém e, melhor, parece que essa variedade de limão é detestada e desprezada pela galera cítrica da cidade. Então sobra tudo pra mim, que adoro e não deixo por menos - todo inverno vou até a esquina com a minha cesta, minha tesoura de horta, luvas de pano e cato um monte!! Cato limão até dizer chega, até a árvore ficar vazia, até o inverno acabar. E faço jarras de limonada, como fazia anos atrás no sítio dos meus tios.

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January 20, 2005

organize-se, oras!

Enquanto assistia à um episódio da Martha Stewart Living antes de dormir, fui tomada por um sentimento de choque profundo quando visualizei mentalmente a baderna que são os meus armários e gavetas. Uma dócil e delicada Martha mostrava à plebe rude que assiste ao seu programa os detalhes das gavetas da sua cozinha, quarto, lavanderia, hall de entrada, eteceterá. Todos os ambientes eram réplicas perfeitas de estúdio de uma das casas - a principal, presumo - da mulher mais organizada do mundo. Olhando ela abrir as gavetas da cozinha high tech onde ela faz suas tortas e cookies, tive vontade de chorar. Enquanto nas gavetas dela, tudo era alinhado e separado por espaços, nas minhas só se encontra um utensílio depois de muito procurar e com muita boa vontade. A cozinha da Martha é a cozinha da Martha e a minha cozinha é um verdadeiro balaio de gatos.....

Dormi pensando nisso......

Hoje acordei decidida a tentar organizar certas coisas aqui nesta casa, principalmente na cozinha. O primeiro passo então foi limpar o fogão, pois não consigo pensar organizacionalmente sabendo que o fogão está sujo. Engolida pela onda das tarefas ingratas do dia, como limpar o banheiro dos gatos, lavar roupa, lavar a louça, preparar o rango dos humanos, entre mil outros quiprocós que tinham que ser resolvidos, a organização resoluta e necessária das gavetas da cozinha acabou sendo esquecida. Mas só por hoje... ou até quando eu ligar a televisão e a visão da quase-perfeita Martha vier novamente me assombrar.

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pão é o meu chocolate

Heis a escolha: uma barra de chocolate ou uma fatia de pão com manteiga? O que você escolheria? Eu, sem piscar, sem dúvidas, sem conflitos, sem pensar duas vezes, escolheria a fatia de pão.

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January 19, 2005

por aqui! onde?

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January 17, 2005

dia de liquidação

A notícia corre de boca em boca. Um avisa o outro e a multidão se forma na frente da loja. É uma Good Will situada numa das áreas mais ricas do norte da Califórnia. Dizem os entendidos que somente a Good Will de Palo Alto é melhor que essa. Os ricos e as lojas doam as roupas, sapatos, acessórios e a patuléia ensandecida vai lá comprar tudo por preços de banana nanica. Os preços já são ótimos, mas em dias especiais a situaçao melhora, chegando ao ponto da insanidade. Acontece geralmente num domingo, quando tudo dentro da loja vai custar apenas dois dólares. Qualquer item, já pensou? Eu recebo um telefonema e já estou pronta, roupa quentinha, porém confortável, sapatos que não machuquem e me dêem estabilidade, creme hidratante nas mãos para não ralar a pele no puxa-puxa de cabides.

Chego na frente da loja faltando dez minutos para as onze da manhã. A loja abre suas portas as onze em ponto. Um grupo enorme de pessoas já está plantado à postos, se preparando para a maratona. Encontro minha companhia, um abraço rápido, tudo bem? As pessoas conversam entre si, tensas e excitadas, hei, tudo bem? que dia lindo, hein? parece que vai chover mais tarde, é mesmo, puxa. Enquanto conversam banalidades pra passar o tempo, arrastam as solas dos sapatos no chão, como num aquecimento para a corrida que se antecipa.

De repente uma funcionária da loja põe a cara no vidro da porta, destranca a fechadura, saúda a multidão ansiosa e finalmente abre as portas gerando um movimento único e coeso.

SAI DA FREEEEEEEEEENTEEEEEE!!!!!!!!!!!!! ATACAAAAAARRRRRRR!!!!!!!!

O grupo que até então esperava relativamente paciente a abertuda das portas, entra correndo na loja, CADA UM POR SI, AGARREM O QUE PUDER, SEJAM RÁPIDOS!!!!! Eu entro empurrada pelo grupo e fico uns cinco minutos rodando como uma barata tonta, sem saber por onde começar, o que ver, me sinto massacrada pela quantidade de gente e de coisas. Sempre esqueço de pegar a cestinha, item fundamental para a coleta das barganhas.

De cestinha em punho, vou circulando pelas araras, que são inúmeras e todas abarrotadas de roupas. Até que há uma organização, então eu vou por partes. Primeiro as saias - que eu adoro. Elas são separadas por comprimento e por cores. Duas araras de saias longas, um corredor de saias curtas. Você tem que ter dedos bem treinados, porque precisa olhar roupa por roupa, ver etiqueta de tamanho, marca e agarrar o que você gostar e for mais ou menos do seu número o mais rápido que puder. A cesta vai enchendo e todos seguem olhando as roupas, com a cesta no chão, que agora vai sendo arrastada com os pés transformando o cenário da loja em um imenso balé de pés arrastando cestas em sincronicidade, caras excitadas pegando roupas, checando etiqueta e tendo mini-ataques histéricos de alegria. Um detalhe importante é que essas roupas bem pouco usadas e muitas vezes totalmente novas, são na maioria de marcas relativamente caras e lojas famosas.

E como eu já disse, é cada um por si. Mesmo indo com outras pessoas, ninguém faz compras junto. Encontro com minhas companhias no meio da loja, mostro o que eu já encontrei até aquele momento, elas mostram os achados delas, nos elogiamos - cute! great! beautiful! calvin klein? uau! i like it! eteceterá - e voltamos rapidamente ao nosso garimpo solitário. Experimentar algo? Nem pensar? Conseguir um provador vazio é tarefa hérculea. Tem que esperar, esperar, então pulamos esse detalhe, afinal de contas se você está pagando apenas dois dólares por uma peça e ela não servir, você usa de pano de chão e ainda estará lucrando.

Passamos direto para a longa fila do caixa. Na fila as pessoas socializam, alegres. A tensão passou, mas a excitação triplicou, pois estamos voltando para casa com um sacão cheio de roupas.. quase novas.... com etiquetas que nos custariam o olho da cara se fossemos comprá-las nas lojas regulares.... e se alguma coisa não servir, já sabemos, não sentiremos nem um pingo de culpa!

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January 14, 2005

folga total


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[ está tudo dominado... !!]

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um mar de lágrimas

Mais uma vez, a mesma cena se repete: chorando aos borbulhões, enxugando as lágrimas na beirada do lençol. The Best Year of Our Lives, de 1946, dirigido pelo William Wyler foi o causador do chororô desta vez. Quando o filme acabou, percebi que o lençol estava todo molhado. Sinceramente, acho que não posso mais ver filmes assim. Desta vez a história de três homens voltando para suas famílias depois de três anos lutando na guerra. Um deles, o marinheiro [Harold Russell], volta com as mãos amputadas, mas bem treinado pela marinha para usar eficientemente um mecanismo com ganchos como se fossem dedos. O outro, um sargento [Fredric March], ex-funcionário do banco da cidade, casado há vinte anos com a esposa perfeita [who else? Mirna Loy] e com dois filhos adolescentes. E o terceiro, um capitão [o bonitão Dana Andrews], que casou-se durante a guerra com uma fulana interesseira e vulgar, volta para o casamento frustrante e para um empreguinho medíocre. O ator Harold Russell ganhou dois Oscars pela sua performance neste filme e era realmente amputado e um veterano do exército. O filme foi um sucesso na época, recebendo um monte de indicações para o Oscar.

Outro dia foi a mesma água, quando eu me acabei de chorar com Mrs. Miniver, também dirigido pelo William Wyler em 1942 e que conta a [longaaa] história de uma família inglesa durante a Segunda Guerra Mundial. Grandes interpretações de Walter Pidgeon e Greer Garson, acompanhados por um cast brilhante.

Por isso eu acho que está na hora de parar de assistir a esse tipo de filme, não? Eu vi uma cena de Hotel Rwanda com o Don Cheadle no Jon Stewart e fiquei tão impressionada que já decidi que não posso ver esse filme. Não é que eu não queira ver, é que não posso mesmo.....

Ontem, pra tentar sair desse mar de lágrimas, vi De-Lovely, que achei bem fraquinho contando a história do Cole Porter, mas que superou-se na apresentação das músicas do compositor e nos números de dança. A final é bem triste [a esposa, amor da vida dele morre, com os pulmões podres e ele tem uma perna amputada], mas pelo menos não conseguiu abrir a minha habitual torneirinha.

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January 13, 2005

comida & história

Livros de receitas também são literatura e história. Eu adoro ler sobre os hábitos alimentares do passado e como as pessoas cozinhavam e se alimentavam. Sem querer, encontrei três livros diferentes, de autores diferentes e de épocas diferentes, que fazem essa viagem ao passado. Ler essas histórias é uma atividade extremamente deliciosa, quem diria poder experimentar todas as receitas descritas pelos autores.

O primeiro livro, que comprei usado numa loja em Novato, é o relato de Margaret Rudkin, hoje famosa por ter sido a fundadora da marca Pepperidge Farm, que começou vendendo pães e hoje tem uma variedade interessante de bolachas finas. Margaret escreveu o The Pepperidge Farm Cookbook no inicio da década de sessenta, relatando toda a sua experiência dentro de uma cozinha, que se iniciou quando ela ainda era uma criança, no início do século vinte. O relato da cozinha da infância de Margaret é simplesmente delicioso. Como eles conservavam os alimentos no basement, sem o auxílio de freezers e geladeiras, como os alimentos que seguiam a regra da 'temporada' eram preparados em cozinhas simples, sem grandes tecnologias, mais muito eficientes.

O segundo livro é um original, reproduzido exatamente como foi publicado pela primeira vez em 1913. Escrito em linguagem literária e em sequência, como se fosse um romance, por Martha McCulloch-Williams, uma nativa do estado do Tennesse, que tornou-se uma pioneira dos livros de receita. McCulloch-Williams ensina receitas básicas consumidas no sul do país em seu livro Dishes & Beverages of the Old South. Muitas receitas são difíceis de serem preparadas hoje, pois se usava outras maneiras de assar e fritar, em utilitários domésticas que já não existem mais.

O terceiro livro é mais recente, mas o autor Victor M. Valle, um americano descendente de mexicanos, volta muito mais no tempo, republicando receitas de suas avós e bisavós, datadas do meio do século dezenove. Receitas mexicanas maravilhosas, porém difíceis de serem replicadas, tanto por causa dos ingredientes quanto pelas técnicas antiquadas de processar os alimentos. Valle descreve como a avó Delfina matou dois coelhos com uma só cajadada, livrando-se de uma imensidão de pombos que infestava o sótão da casa e ao mesmo tempo reunindo a família para um farto almoço onde prato principal era sopa de pichones [filhotes de pombo no arroz de açafrão]. Todas as receitas das mulheres da família foram preservadas na memória dos que trabalhavam na cozinha. O livro, publicado em 1995, tem o sugestivo título de Recipe of Memory e já me deixou com vontade de fazer uma viagem histórico-gastronômica ao México.

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um dia de sol

Ontem o dia amanheceu lindo, céu azulzíssimo, deu até um ânimo, uma alegria, que diferença faz ver o sol, mesmo que ele não esteja aquecendo nada. As cores mudam, eleva o espírito, dá uma vontade de fazer mil coisas, sair dançando, capinar a horta, dar piruetas, correr no arboretum, nadar....

Fui correndo comprar um biquini novo, pois não posso nem mais ver aqueles dois que eu usei o verão e o outono inteirinhos.... Alegria, alegria! Sol, biquini novo...lárálá!

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Hoje, ingrata surpresa, o dia amanheceu nublado... névoa, frio, cara de que mais chuva vem ai.

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January 11, 2005

uma flor de alface

Numa das vezes que minha mãe esteve aqui me visitando, passamos muitas horas olhando e comprando saquinhos de sementes de verduras, legumes e flores. Minha mãe comprou uns saquinhos de flores californianas, que ela levou para o Brasil e plantou. Meses depois, conversando pelo telefone, ela me contou que as flores tinham crescido e estavam lindas. Ela também me contou que uma das sementes do saquinho não cresceu flor. Para a surpresa da minha mãe, no meio das flores californianas cresceu um pé de alface, que foi colhido, devidamente lavado e virou uma bela salada!

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zé pinote

Eles sujam a casa toda, espalham a areia do banheiro, enfarofam a cozinha, bagunçam tudo o que podem, me atrapalham quando estou fazendo as minhas coisas, pois eles pensam que a casa é deles e que o centro do mundo é eles. Quando eu tenho que limpar o dabliucê todo encocozado, penso reclamando como uma ranzinza que eles só me dão trabalho, que joça, isso fede demais, como pode mijar e cagar tanto, será o benedito? Mas tudo na vida tem seu lado ruim e o seu lado bom e o lado bom de ter gatos supera de longe esses pequenos detalhes do lado ruim.

Não tem um dia que eu não dê altas gargalhadas por causa deles. Eles me divertem de uma maneira especial, me acalmam, me fazem refletir sobre as coisas simples, me deixam relaxada e são protagonistas de incontáveis histórias engraçadas.

Tomando o meu banho matinal, ouço um barulho estranho no quarto. Desembaço o vidro do chuveiro com a palma da mão e olho para o quarto através do espelho do banheiro. Numa visão ainda um pouco embaçada pelo vapor da água quente eu vejo um tal felino rabudo e xereta passar para um lado do quarto dando pinotes, o rabão arqueado. Continuo olhando pelo espelho e caio na gargalhada quando a cena pimpona se repete e se repete e se repete... Ele passa pra lá e pra cá pinoteando umas dez vezes. O que será que ele está fazendo? Não vejo o Misty, então ele não está tendo um ataque de perseguição ao pobre velho gato. Está simplesmente tendo um ataque de pulação, dando pinotes no quarto, fazendo aquele barulhão danado e me proporcionando a visão de uma cena e tanto e muitas boas risadas!

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January 10, 2005

na cozinha

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faz tudo que não faz nada

Estou com a impressão que esqueci de pagar alguma conta. Como sou eu que administro a casa, se algo ficar por fazer, a culpa será exclusivamente minha.

Também estou com essa idéia fixa que a minha casa está imunda e bagunçada, mesmo ouvindo outras pessoas dizerem que nunca viram casa mais organizada. Ou eu disfarço muito bem ou estou ficando com um grave problema...

Fiquei em estado de choque ao descobrir que os top siders estão voltando à moda. O passado me condena! Quem não teve um par de top siders na década de 80? Esses sapatos originalmente usados por iatistas viraram uma febre em todas as cores. O meus eram da Sidewalk....

Gentileza gera gentileza. Eu acho super gentil e fino dar crédito para idéias e contribuições. Vi no blog do fulano e fiz igual. Peguei a idéia do beltrano. Sicrano me deu a dica. Trés chic! Feio mesmo é pegar as idéias e dicas alheias e propagandear como se fossem próprias. Quem faz isso desce vinte degraus no meu conceito.

Eu tive um pensamento que noventa por cento da humanidade deve ter a cada milésimo de segundo: como seria viver toda a nossa vida novamente, só que com a maturidade que temos hoje. Na hora o pensamento me pareceu excitante, mas depois de imaginar viver toda a minha infância, adolescência e idade adulta com a minha cabeça atual, senti um cansaço monumental.. Viver tudo de novo? Nem a pau....

Fico por aqui mesmo, como sou, como estou! Good bye....

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January 9, 2005

raindrops keep falling on my head

Sou uma brasileira californiana, preciso de sol, sol!!! Chove desde sei lá quando e eu estou sentindo que tudo em mim e nas coisas em minha volta já está começando a mofar. Chega! Chega! Quero céu azul e sol, nem precisa esquentar, pode continuar frio, mas precisa parar de chover o tempo todo!

Eu vi uma foto no jornal da neve em Lake Tahoe e Truckee. Está um horror! E a neve lá é daquela bem molhadona e pesadona, que não é a neve com a qual eu me acostumei a conviver, quando morei lá onde o indio inuit perdeu os mocassins de pele de bufalo..

Quero nadar! Quero caminhar no bosque! Eu até entendo que essa chuvarada é super importante para as reservas e para a agricultura. Mas pessoalmente, estou ficando de piquá cheio desse pinga pinga......

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January 8, 2005

sessões corridas em 1976

Quando eu vi O Inquilino [The Tenant] no cinema em 1976, eu tinha quinze anos e uma personalidade mais do que impressionável. Entrei no cinema com um grupo de colegas de escola e não saí mais.... Fiquei para mais uma sessão e mais outra e voltei no dia seguinte, para ver o filme mais algumas vezes. Quase trinta anos se passaram e eu ainda tinha algumas cenas perfeitamente coladas na minha memória. Outro dia resolvi pegar o filme do Roman Polanski na Netflix. Ontem ele chegou pelo correio e eu fiquei até um pouco nervosa.... Iria rever o filme que mais me impressionara em toda a minha vida! Senti medo, pois me lembrava muito bem das marcantes cenas de delirio e horror.

Revi O Inquilino....... Claro que não fiquei tão impressionada quanto da primeira vez que eu o vi, ainda com uma visão tão simplória do mundo. Mas não posso negar que esse filme do Polanski é um dos mais desconcertantes, perturbadores e obscuros que já vi na vida. A história é mórbida, o personagem vivido pelo Polanski é irritantemente bobalhão e os vizinhos do inquilino no prédio são uma verdadeira fauna felliniana. Shelley Winters, Isabelle Adjani e Melvyn Douglas estão ótimos no filme. Até hoje não me conformo com o fato de um apartamento não ter banheiro! E desta vez fiquei de olho nos figurinos, principalmente os casacos usados pela Adjani, para distrair um pouco da tensão de rever este filme tão marcante para mim!

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January 7, 2005

...

Estou vazia.... Deu um branco.....

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January 6, 2005

hoje é...

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January 5, 2005

um post bobo

Fico imaginando como seria a minha vida se eu tivesse um emprego das oito às cinco. Lembro vagamente dos anos em que eu trabalhava full-time na escola e ainda tinha um outro trabalho freelance para uma dot.com em San Francisco. Minha pequena casa era uma desordem total. Na época eu tinha a ajuda do Gabriel, que ainda morava conosco e lavava a louça antes de eu chegar, assim eu podia fazer o jantar. Me treinei a fazer um jantar completo, saudável e saboroso em no máximo trinta minutos. Lavava roupas uma vez por mês. O que ajudava era que o meu guarda-roupa sempre foi excessivo....

Hoje, com uma casa grande, jardim, quintal, horta, dois gatos, três banheiros, um marido super ocupado e um filho que já foi cuidar da vida dele, eu não conseguiria manter essa casa sozinha e trabalhar período integral. Por isso eu parei de reclamar que minha carreira é cheia de furos. Eu faço o que dá.

Segundas-feiras são sempre atrapalhadas e ocupadas pra mim. Eu passo o dia fazendo mil coisas, quanto mais tarefas eu faço, mais tarefas aparecem para serem feitas. Fico inconformada.... Chega nove horas da noite eu já quero deitar, I wonder why.

Corri na caixa do correio para jogar a ficha de assinatura de mais uma revista. Eu assino um monte e essa eu comprava na banca. Com a assinatura, vou economizar trinta e sete dólares por ano. Eles estão desesperados, liquidando a assinatura da Martha Stewart Living, já que vocês-sabem-quem está passando uma temporada no xilindró!

Lendo o caderno Taste do SacBee, que é o único caderno do jornal que eu ando lendo além dos quadrinhos, vi várias receitas para crock-pot, aquelas panelas elétricas que cozinham beeeem devagar. Você coloca todos os ingredientes lá de manhã cedo, liga na tomada e quando chega a hora do jantar à noite, o rango está prontinho. Estou pra comprar uma panela dessas, que é propagandeada pelo Gabriel, há tempos, mas nunca mexo a bunda. Hoje, quando vi as receitas, meti as caras. Precisava sair mesmo para comprar comida pros gatonildos e aproveitei.

Na loja, acabo sempre comprando outras coisinhas. É uma lasca. Preciso comprar mais um batom da mesma cor e marca de outros doze que já tenho. E um brilho de lábios, que acabo nunca usando. E uma camiseta branca de manga comprida - bom, do jeito que eu destruo as minhas roupas, isso nunca é demais. E entre os papéis higiênicos, detergente, sabão liquido, comida e areia de banheiro de gato, shampoo e creme para cabelo, sabonete esfoliante e tal, tive que comprar dois filmes em dvd. Tive! Porque eles custavam oitenta e oito cents cada!! Um com o Gregory Peck e Ava Gardner e outro com o Frank Sinatra e a Judy Garland. Sei lá, mas por oitenta e oito centavos, se não prestar eu uso de suporte de vaso ou pra segurar cadeira de perna manca, sem estresse!

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que dramalhão!

Se alguem pudesse me filmar enquanto eu assisto televisão, teria uma amostra de todo tipo de emoções, caras e bocas. Eu assisto tevê sozinha, então posso soltar a franga e rir escandalosamente, torcer a cara de nojo, chorar bem alto, beber as lágrimas e assoar o nariz com um lenço de papel amarfanhado.

Ontem eu vi um filme que proporcionou uma variedade de reações. Tem filme que é um verdadeiro dramalhão e no meio de tanta desgraceira você até se pergunta isso é sério? está acontecendo mesmo? quem foi o roteirista que escreveu essa tortura? Mas continua vendo, pois quem pode resistir a um novelão e não se importar com o que vai acontecer no final?

O filme era Kings Row de 1942, dirigido pelo Sam Woods. Dramalhão dos bons! Robert Cummings é Parris Mitchell, um órfão rico criado pela avó no final do século 19, que tem uma paixonite pela estranha filha de um médico da cidade e tem como amigos um outro órfão rico, Drake McHugh [Ronald Reagan, muito charmoso e atuando relativamente bem] e Randy Monaghan [Ann Sheridan] que mora no lado pobre da cidade. O tempo passa, Parris vai prestar exame para estudar medicina em Viena e o pai de Cassie [Randy Monaghan] vai ser seu tutor.

Então começa o melodrama: o pai da moça estranha, que na verdade herdou uma doença mental da mãe, não quer que o relacionamento com a filha seja um impecilho para que Parris vá estudar na Europa e tenha uma carreira brilhante. Então ele mata a filha e se mata em seguida. Choque!! Parris fica arrasado, mas vai seguir o seu destino. No interim, a sua gentil e querida avó morre de câncer. Parris troca correspondência com os amigos, Drake e Randy, que agora estão envolvidos românticamente. Preciso frisar que Drake fôra impedido de ter um relacionamento com Louise Gordon [Nancy Coleman], a filha do Dr. Gordon [Charles Coburn], o médico da cidade. O pai e a mãe impõem que a filha não veja mais o rapaz, que é considerado 'selvagem', por causa da sua personalidade livre e sem responsabilidades. Esse detalhe da inimizade da família de Louise e Drake é fundamental para que se entenda a segunda parte do novelão dramático. Enquanto Parris está ralando em Viena, estudando com Dr. Freud, seu amigo Drake perde toda a sua fortuna herdada, vaga pelos bares, até encontrar o apoio da família pobre porém limpinha de Randy, que o ajuda a encontrar um emprego na ferrovia. Numa noite qualquer, Drake tem um acidente horrível e tem suas duas pernas amputadas pelo horrorendo Dr. Gordon. O detalhe tétrico, que Louise descobre, é que a amputação nào era necessária e o médico a fez por sadismo e vingança. Choque, choque!!! Drake fica revoltado com a sua condição de entrevado e Louise é chantageada pelo pai, para que se mantenha calada sobre a amputação desnecessária e assim evitar ser internada num manicômio. Drake casa-se com Randy. Parris retorna de Viena e conhece Anna, uma austríaca morando com o pai na antiga casa de Parris e que o faz lembrar de Cassie. Dr. Gordon morre e Louise quer contar para todos que o pai fazia operações desnecessárias por puro sadismo. Parris tenta impedí-la, para não chocar Drake com a verdade. No final, depois de muitas lágrimas e conflitos interiores, Parris declama uma poesia e conta a verdade para Drake, que abraça Randy e decide viver com força e garra. Parris corre pelos campos para encontrar e abraçar Anna. The End. Ufa....

No final de Kings Row eu já tinha bebido um litro das minhas próprias lágrimas, me contorcido, tido dores de estômago, tonturas, repulsa, revolta e meus olhos estavam inchados. Valeu a pena? Claro que sim! Se não houvesse publico como eu para esse tipo de filme, seria o fim dos dramalhões e novelões!

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January 4, 2005

papo aranha

Minha casa fica numa vila construída pela Universidade da Califórnia ao lado do campus. É bem conveniente, já que quase todos os moradores das casas coloridas são professores da instituição. Nossos vizinhos fazem parte da elite intelectual, os cabeções, da ciência, cultura e tecnologia deste país. Aqui em casa temos um representante do departamento de engenharia agrícola, na frente, a sociologia, a matemática, a antropologia e a arte, aos lados, a neurociências, o environmental design, a física e a veterinária. Pra facilitar a comunicação, temos uma lista de discussão para os moradores da vila e hoje ela está animada com um convercê por e-mail entre a vizinhança. Os orgulhosos representantes da nata intelectual norte-americana passaram a tarde discutindo um tópico realmente importante e sério: os problemas com a descarga das privadas dos banheiros....

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January 3, 2005

uma lista de filmes

Será que eu consigo lembrar alguns dos filmes que andei vendo nos últimos dias do ano e início do novo? Me perco no atolado de filmes que vejo e revejo quase todos os dias. No dia de Natal, assistimos Notting Hill, White Christmas e Eternal Sunshine of the Spotless Mind [que eu revi pela quinta vez!!]. Depois vi pela primeira vez o original The Thomas Crown Affair com o maravilhoso Steve McQueen, The Defiant Ones e In The Heat of the Night, ambos com o inigualável Sidney Poitier [e um extra, num documentário sobre a vida do ator], Morocco, Shadow Of The Thin Man, The Manchurian Candidate, sim, o original de 1962 com Frank Sinatra [consegui ver Meg! Consegui!!], The Rolling Stones Rock and Roll Circus, Good Bye Lenin!, Grand Hotel, com Greta Garbo e Joan Crawford, Some Like it Hot, An American in Paris, Gigi, The Man Who Knew Too Much, Rope, Rear Window [Hitchcock, o eterno coringa!], Bell, Book and Candle, Annie Get Your Gun, The Bishop's Wife, The Philadelphia Story, High Sierra, Running on Empty e fomos ao cinema [iurru!] onde vimos The Aviator, do Scorsese. E o que vou ver hoje? Hum? Hum?

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January 2, 2005

branco

tulipas2005.JPG
todo ano, tulipas brancas para o reveillon...

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23

Eu sou bem tradicional nessas coisas de relembrar datas e celebrar dias especiais. Todo dia dois de janeiro eu tento comemorar, mesmo sendo um dia típico de ressaca, porque foi neste mesmo dia, quando todos estavam empanturrados da comilança e com dores de cabeça da bebelança do reveillon, que eu e o Urso nos casamos. Foi um casamento divertido, os padrinhos atrasaram, porque dormiram demais, tentando se recuperar da rebordosa da noite anterior. Eu, a noiva, tive que ficar dentro do carro, dando voltas no quarteirão, até nos certificarmos que todos os convidados especiais já estavam à postos no altar. O noivo já estava, ansiosissímo! Um amigo do meu irmão foi o chofer da limusine, a Caravan cinza do meu pai. A pequena igreja lotou e eu senti a maior vergonha de caminhar pelo tapete vermelho de braço dado com o meu pai com todo mundo me olhando com um sorrisão na cara. O padre fez um discurso sobre filhos e depois, soubemos que ele abandonou a batina, se casou e teve os seus próprios filhos. Eu fui uma noiva grávida no início da década de oitenta que mostrou o barrigão de cinco meses na igreja. Hoje eu sei que isso é super comum, mas na época não era. Usei um vestido de gestante curto e carreguei apenas uma orquídea de buquê. Eu tinha cabelos curtíssimos, não usei brincos, nem tiaras e detestei a minha maquiagem. Uma das amigas do meu irmão quando meu viu pronta para entrar no carro, me deu um abraço e me disse sorrindo - você é a noiva mais linda que eu já vi na minha vida! Hoje eu sei que a surpresa foi o vestido curto e a barriga. Eu estava nervosa e só me acalmei quando segurei a mão quentinha do Ursão no altar. Quando a cerimônia terminou, saímos da igreja à passos largos, quase correndo. Nos divertimos muito na festinha, que teve sorvete, bolo e champagne para um grupo colorido de família e amigos. Não dá pra esquecer um evento como esse, que aconteceu vinte e três anos atrás!

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January 1, 2005

bom dia, 2005!

A cozinha está uma bagunça, a cabeça dói um pouquinho por causa do vinho, mas estou de bom humor, o céu está azul, a casa está quentinha, os gatos estão de barriga cheia, o Urso está dormindo até mais tarde, falei com minhas pessoas mais queridas e vou almoçar com o meu filho. 2005 foi muito bem inaugurado!

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