December 31, 2004

o ano em fotos

2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics
2004inpics2004inpics2004inpics2004inpics

| | talk about it [7]

que 2005 seja....

.... um ano MARAVILHOSO para todos nós! Vamos lá então, com o pé direito, brindando, com um sorriso, Feliz Ano Novo!!

| | talk about it [5]

December 30, 2004

how to..


howtomow.JPG

» um dos meus presentes de Natal pro Ursão foi este livro, que eu achei interessantíssimo e divertidíssimo: How to Mow the Lawn - The Lost Art of Being a Man. nos capítulos, além de explicações detalhadíssimas de como cortar a grama, há ítens importantes como, how to iron a shirt, remembering dates, how to stop a fight, mixing the perfect cocktail, how to carve a roast, how to shave, etceterá. infelizmente, ele não pegou o espírito da piada. logo o Urso, que tem um ótimo senso de humor.... isso é pra eu aprender que não se faz piada com os brios de um macho man!

| | talk about it [4]

December 29, 2004

somebody smells really gooooood!

Eu tenho mania de banho. Deve ter gente que ache isso estranho - tomar muitos banhos. Pra mim é normal. São dois por dia, todo dia, no mínimo. É relaxante, é confortante, é bom pra criar, pensar, refletir e meditar e ainda me faz uma pessoa cheirosa. Uma das coisas que eu tenho horror é cheiro de falta de banho, daqueles brabos de três dias sem ver chuveiro. Podem me chamar de chata, maníaca, exagerada, dramática, implicante, complicada, atrapalhada, desastrada, descabelada, mal humorada, mas nunca, ninguém, de maneira alguma, pôde jamais me chamar de fedorenta.

Saí um dia, como sempre, direto do chuveiro pra fazer coisas na rua. Dei uma paradinha na thrift store do spca, onde eu adoro encaroçar. E thrift stores, vocês sabem, têm aquele cheiro, digamos, peculiar. Mal tinha entrado na pequena loja quando escuto uma mulher falando exageradamente alto:

- alguém aqui dentro desta loja está cheirando MUITO BEM!

Eu já fiquei com a cara vermelha assumindo a culpa, pois eu tinha acabado de sair de um banho com meus sabonetes cheirosissimos e passado meus mil creminhos hidratantes e espirrado meu inebriante perfume de raizes do Amazonas... Olhei em volta, só pra ter certeza que não era outra pessoa. A mulher continuou, praticamente aos berros:

- tem alguém aqui com um cheiro MUITO BOM!!! muito, MUITO BOM mesmo!

Eu não tive a intenção de causar tanto furor, impregnando a thrift store com a minha fragrância de banho e provocando reações exaltadas. Saí de mansinho da loja, antes que minha cara de vergonha e meu cabelão molhado me denunciassem.

| | talk about it [3]

December 28, 2004

chove sem parar


chovechuva1.JPGchovechuva2.JPGchovechuva3.JPG

| | talk about it [3]

contagem regressiva

Todo ano é a mesma coisa. Eu fico com um faniquito nos últimos dias, tentando me organizar, como se isso fosse realmente fazer alguma diferença no decorrer do Ano Novo. Mas é assim que eu sou... ainda não consegui mudar este aspecto da minha personalidade supersticiosa!

Preciso de uma agenda nova, marcar os aniversários no meu hollywood birthday book , lavar as roupas, deixar tudo limpo, comprar comida e gostosuras, pagar as contas, enfeitar a casa com flores brancas [adoro as tulipas nessa época do ano!], queria dar um corte na juba, depilar as pernas, responder mensagens e tentar fazer uma lista - pelo menos mental - de algumas resoluções. Eu sei que isso é balela, que eu nunca cumpro nada, que tudo se desfaz no terceiro dia e que eu só faço o que dá na telha da minha persona extremamente emocional e impulsiva. Mas mesmo sabendo disso, eu sempre organizo umas resoluções. E para o ano de 2005 eu já tenho uma: "só vou cuidar de quem cuida de mim. reciprocidade é a palavra chave do ano!"

| | talk about it [9]

December 27, 2004

a very warm christmas


pis2.JPGpis3.JPG
pis4.JPGpis5.JPG
pis6.JPGpis1.JPG
» Pismo Beach

| | talk about it [2]

é recíproco!

Obrigada à todos que enviaram votos de Feliz Natal, pelo blog ou por e-mail. Fiquei contentona com tantas mensagens bacanas. Espero que o Natal de vocês tenha sido ótimo. O nosso foi bem alegre e tranqüilo, com um céu azul maravilhoso no dia vinte e cinco, que fez nossa caminhada na Pismo Beach um presente extra. Eu fiz o favor de dar um mal jeito no pescoço durante a viagem e passei o Natal feito uma robô. Mas isso não estragou a alegria da nossa festa em família!

| | talk about it [2]

December 23, 2004

Feliz, Feliz!

feliznatal04.gif
| | talk about it [18]

December 22, 2004

detalhes pré-natalinos

Eu achava que estava com tudo pronto: presentes comprados, feitos e embrulhados. No final tive que ajudar o Ursão a comprar os presentes dele [e pelo jeito vou ter que embrulhar.... coisa que eu detesto fazer!] e fui inventar de fazer um presente extra para uma pessoa, que vai me consumir os dias de hoje e amanhã... Comecei uma touca de tricô e já fiz um errão feio e tive que desmanchar tudinho, fiquei estressadíssima. E quero comprar uma lembrancinha extra, putsz, tudo nas vésperas, quando as lojas estão naquele frisson.

Tenho recebido um monte de votos de Natal por e-mail, não sei como vou responder um por um. Todos sabem que eu sou super fraca nessa parte de responder correspondência eletrônica. Mas fico sempre feliz em receber cartões e mensagens! Obrigada à todos, responderei em breve!

Véspera de festa é sempre uma confusão pra mim, pois não sei por onde começar as tarefas básicas. Tenho que dar uma geral na casa, mudar as coisinhas quebráveis e perigosas o meu quarto e banheiro, pois os gatos do Gabe vão ficar hospedados lá por esses dias. Já comprei comida especial pros meus gatos, que vão ser visitados e cuidados por uma amiga, nos dias em que estivermos viajando. E ainda tenho que arrumar as malas!

Vamos para o sul - San Luis OBispo, onde parece que o tempo está ótimo, menos frio que aqui. San Luis é uma cidade de praia, o que já me anima!

| | talk about it [3]

December 21, 2004

Alice Doesn't Live Here Anymore

A pior parte do meu trabalhinho voluntário na International House é atender o telefone. Eu detesto falar com gente que eu não conheço, que deseja falar com o fulano ou beltrano ou que quer deixar recado ou fazer perguntas. Detesto!

Essa minha repulsa teria explicação numa saia justa traumática pela qual eu passei na minha primeira semana vivendo fora do Brasil. Teimosa como uma mula, mesmo já sabendo que iria viver quatro anos num país estrangeiro, boicoitei todas as minhas oportunidades de aprender a língua inglesa. Cheguei no Canadá com o parco inglês que aprendi à força no colegial e tive que me virar, já que a única pessoa que poderia me ajudar imergiu num programa de estudos pesadíssimo de doutorado.

Não tínhamos ainda nem móveis na nossa nova casa canadense quando numa bela tarde de final de verão o telefone tocou.... E eu atendi.... Até hoje não sei o que me motivou a fazer essa burrada. Eu não entendia nada que a pessoa do outro lado da linha falava e, ainda pior, não sabia nem articular uma resposta intelígivel, por causa do meu vocabulário ridículamente escasso. Depois de uns minutos de conversa totalmente nonsense, eu consegui entender que o cara queria falar com a pessoa que estava morando no nosso apartamento antes de nós. Eu não sabia o novo telefone dele, nem onde ele estava morando, se era em outra cidade, outra província ou outro país, mas tinha certeza - pelo menos essa certeza - de que ele NÃO morava mais ali! E como dizer isso pro telefonante?

Nada como ter boa memória cinematográfica! No meio da suadeira e nervosismo, o nome do adorável filme Alice Doesn't Live Here Anymore do Martin Scorsese me veio à cabeça. Pelo menos eu sabia o que essa frase queria dizer, mais ou menos! E mandei bala:

- He Doesn't Live Here Anymore! He Doesn't Live Here Anymore!

Salvou a patria! Depois disso, fiquei muito tempo pulando de susto quando o telefone tocava e até hoje não curto conversar com gente que eu não conheço.

| | talk about it [8]

December 20, 2004

dindões

Eu e o Uriel batizamos nossa sobrinha Júlia no sábado, lá no Brasil. Nós não estávamos presentes físicamente, mas enviamos procurações e fomos representados pelo meu pai e minha mãe. Foi um batizado coletivo de cinco crianças, cinco primos, sendo a Júlia a mais velha. Fiquei triste por não poder estar presente, mas estou feliz que finalmente oficializamos uma dindice que já era nossa, só faltava a aprovação do Papa!

| | talk about it [7]

December 19, 2004

organização, finalmente...


S3010024.JPG
» a pequena biblioteca da cozinha

| | talk about it [9]

December 18, 2004

A Netiqueta

Pronto! Agora ninguém pode argumentar que não conhece, que nunca leu [e dar uma de joão-sem-braço], pois a Ines me enviou dois ótimos links da Netiqueta. Um está AQUI e o outro AQUI. Vamos divulgar os bons modos na Net..

| | talk about it [3]

December 17, 2004

don't jump, Madeleine!


nearbay1.JPG

nearbay2.JPG

| | talk about it [2]

parece que só acontece comigo

Fui à um encontro de tricoteiras num pub em Sacramento na quarta-feira à noite e sentei, tricotei e socializei com o grupo errado, até descobrir que o meu grupo estava na outra sala. Ops! Isso acontece.. não foi só comigo, além do mais eu não conhecia ninguém, era a minha primeira vez nesses encontros.

Resolvi comprar uma estante para a cozinha, pois não tenho mais lugar para os meus livros de receitas, que ficam empilhados de uma maneira não muito prática num móvel pequeno que já não serve mais pra essa função de biblioteca culinária. Combinei de me encontrar com a Cath em San Francisco e aproveitei a viagem para passar na Ikea, que fica no caminho. Lá no meio da loja, eu estava olhando umas coisinhas e deixei o meu carrinho, ainda vazio, parado num canto. Quando me virei para pegar o carrinho, vi um idiota levando ele embora à passos largos. O cara simplesmente 'roubou' o meu carrinho no meio da Ikea, que é uma loja imeeensaaa e pra pegar outro carrinho você tem que andar pacas. Ainda saí correndo atrás do fulano, mas ele se pirulitou tão rapidinho, que não consegui alcançá-lo. Fiquei puta lá no meio da loja, carregando um monte de coisa nos braços, com uma expressão incrédula na cara, pois nunca pensei que isso pudesse acontecer. Fui falar com um funcionário, pra perguntar se tinha jeito de pegar outro carrinho sem ter que voltar pro início da loja e ele me disso que isso [roubo de carrinho alheio] acontece sempre. Não foi só comigo.

Passei a tarde em San Francisco passeando com a Cath. Fomos à vários lugares, especialmente nos cenários de filmes. Chegamos alí na beirinha da baía, debaixo da Golden Gate onde Madeleine, a personagem de Kim Novak em Vertigo, se joga na água e é salva por James Stewart. Fomos até a Ocean Beach e Cliff House, voltamos para o centro e decidimos ir para North Beach visitar a City Lights, a adorável livraria dos beatniks onde eu 'bato ponto' toda vez que vou à cidade. Estávamos cruzando a Union Square cheia de luzes, gente e carros, enquanto eu dirigia, falava pelos cotovelos e pensava como iria chegar em North Beach dali. Passei um sinal vermelho em grande estilo, quase atropelando os pedestres, quase batendo o carro, ouvindo xingos do pessoal na rua e o ataque dos nervos do marido da Cath, que estava sentado quietinho no banco de tras do carro. Levei uns cinco minutos para me tocar da cagada e começar a tremer e me sentir a maior estúpida do universo. Parece que só acontece comigo, mas os semáforos em San Francisco ficam ofuscados pelas luzes e é fácil se distrair alí na Union Square, com tanta gente e movimento. Bafão total, me desculpei até não poder mais....

Voltei para Davis já bem tarde para não pegar trânsito pesado na I80. Tinha uma batida de uns cinco carros perto de Berkeley e eu fiquei um tempão dirigindo a 10 milhas por hora. Cheguei em casa cansadérrima, mas quis montar logo a estante com a ajuda das mãos hábeis do Ursão, para já poder reorganizar os livros hoje. Êpa, alguma coisa está errada..... Faltou comprar uns ferrinhos para cruzar atrás da estante e mantê-la fixa. Cacilda, que confa! Parece brincadeira, só acontece comigo, mas vou ter que voltar lá na Ikea hoje, só pra comprar os dois ferrinhos!!

| | talk about it [6]

December 15, 2004

cine-papito

Eu preciso escrever sobre cinema, pois tenho assistido coisas interessantíssimas. E afirmo que não é preciso viver nas salas de cinema ou nos eventos cinematográficos para poder escrever sobre o assunto. Minha diversão e cultura são providos por duas caixas que ficam ao lado da minha cama: a da tevê e a do cable!

Numa noite tive uma sessão corrida de filmes mudos: Buster Keaton, Harold Lloyd e Charles Chaplin. Keaton em The General de 1927, um filme de ação. Lloyd em The Freshman de 1925, uma comédia de costumes. E Chaplin em City Lights de 1931, uma comédia romântica. Três comediantes soberbos.

Agora tudo é Scorsese, por causa do novo filme do diretor The Aviator, que relata episódios da vida de outro diretor, Howard Hughes. O filme estréia nesta semana nos cinemas daqui e apesar de ter o Leonardo DiCaprio no papel de Hughes, parece ser um filmão. Pelo que vi em algumas cenas de divulgação, Cate Blanchett está simplesmente fantástica como a maravilhosa Katharine Hepburn, que eu revi dias atrás no clássico The Philadelphia Story.

Scorsese está então em todos os canais dando entrevista ou sendo o astro de documentários como Scorsese on Scorsese, produzido pelo canal Turner Classic Movies onde o diretor fala sobre a sua infância e família e alguns dos seus principais filmes. Fiquei surpresa quando vi que no seu primeiro filme, de 1967 chamado Who's That Knocking at My Door? tinha o Harvey Keitel como protagonista. Keitel, De Niro e Joe Pesci são atores que batem ponto nos filmes de Scorsese.

Revi Raging Bull e concluí que não gosto das cenas ultra-violentas dos filmes do Martin Scorcese. Não sei se conseguiria rever Goodfellas e foi por isso que nunca quis ver Gangs of New York.

Descobri, nessas minhas maratonas de filmes antigos que o James Stewart me irrita. Só gosto dele nos Hitchcocks Vertigo e Rear Window. Revi Bell Book and Candle e me enervei com a chatice do Stewart, apesar de sempre gostar de ver a Kim Novak brilhando, tão linda!

Só agora que me toquei que estou escrevendo para o blog errado. Este post deveria estar no Cinefilia.

| | talk about it [5]

Run Forrest Run!

Eu ando correndo em direção oposta aos oportunistas e personas non gratas com quem já tive o desprazer de me relacionar através da internet. Mas infelizmente tá difícil, pois vira e mexe dou de cara com um deles. Eu já não frequento os meios onde eles parasitam, mas mesmo assim ainda consigo ver seus mil e um tentáculos. Lord have mercy!

| | talk about it [3]

December 14, 2004

o angu

Todo mundo tem seus dias de desastre na cozinha e hoje foi o meu. Querendo aproveitar o estoque de legumes orgânicos na geladeira, resolvi fazer uma sopa, que cozinhou, cozinhou e começou a ficar estranha. Adicionei uns feijões, também da cesta orgânica, e dai o negócio ficou parecendo o conteúdo de um caldeirão borbulhante de bruxa. Bati tudo no liquidificador na esperança de melhorar o aspecto da gororoba, mas a situação só piorou. Foi então que resolvi adicionar uns macarrõezinhos....

Dizem que a fome é o melhor tempero, mas nem isso ajudou. O acompanhamento também ficou péssimo, a sobremesa decepcionou, o jantar foi um completo desastre e tenho certeza que ninguém vai querer a receita.

| | talk about it [4]

cat proof

decor1.JPGdecor2.JPG
decor3.JPGdecor4.JPG

» para evitar acidentes com gatonildos rabudos xeretas, não teremos árvore de Natal neste ano. só uns enfeitinhos modestos que irão alegrar a casa e ajudar a trazer o espírito natalino sem sobressaltos.

| | talk about it [8]

December 13, 2004

número errado..ôpa!

O Ursão trabalhou em casa o domingo inteiro e foi para o escritório lá pelas nove horas da noite para fazer umas coisinhas. Quando deu meia-noite eu já comecei a pensar em ligar pra ele, como eu sempre faço, pra perguntar que horas ele volta e ter o nosso diálogo habitual - você vem pra casa? - daqui a pouquinho - ah, então lá pelas três? - há há há!

Já tinha apagado a luz do quarto e estava vendo um filme no escuro quando peguei o telefone e apertei os números. São os únicos números que eu sei decor - o da minha casa e os do escritório e laboratório do meu marido.

Disquei - tinninninnininininininin....

-Alô?
-Alô?
-Uriel?
-Uriel? Aqui não tem nenhum Uriel...
-Ah... desculpa!!! Quem é?
-É Ricardo... mas peraí, você está falando português?
-Estou! Nossa, você mora aqui em Davis?
-Moro! Que coisa, como pode!!
-Poxa, que coincidência! Mil desculpas por ligar tão tarde....
-Eu pensei que era a minha namorada....
-E eu estava tentando ligar pro meu marido, devo ter apertado um número errado. hahaha! que coisa!!!
-Mas que coincidência mesmo, você ligar sem querer justo para um brasileiro!
-Nem fala! Prazer em conhecê-lo então Ricardo....
-Prazer o meu!
-Tchau!
-Tchau!

Nem preciso dizer que não conheço esse Ricardo, não tenho a miníma idéia de como fui ligar para a casa de um brasileiro vivendo em Davis, Califórnia, depois da meia-noite, tentando ligar para o Urso. Como não disse nem meu nome, tal o atordoamento que fiquei, agora torço para poder encontrar o Ricardo por aí e poder me apresentar devidamente!

| | talk about it [14]

December 12, 2004

spammers are us

Meus anos como usuária da rede mundial chamada internet já está começando a pesar nos meus ombros. Lembro que no início, quando eu comecei a usar a bitnet, todo mundo ainda era um pouco cru como eu e virava e mexia alguém enviava como lembrete uma lista de etiqueta para a net. Eu devo ter lido aquilo tantas e tantas vezes que absorvi até os pequenos detalhes, que tornou-se hoje parte intrínseca da minha personalidade virtual e que eu uso como senso comum no meu comportamento online.

Mas parece que tem gente por aí que nunca leu a Netiqueta!

Gentileza e educação são detalhes primordiais em qualquer ambiente, inclusive no virtual. Mas infezmente, isso não é regra básica para a maioria. Duas coisas que me irritam profundamente na internet são:

- Pessoas que te mandam um e-mail com uma assinatura de vinte linhas, te importunando com os seus links sobre tudo: vendendo alguma coisa, empurrando o portfólio, e o blog, e o site, e a lista de discussão, e as suas crenças políticas ou religiosas, ou simplesmente poluíndo o visual do e-mail com avisos de atenção isso ou aquilo e sempre com frases imensas no final, copiadas de algum livro de citações, tentando te impressionar com sua inteligência e senso de humor. E não bastando ser chato no final das mensagens, tem uns que colocam tudo isso no INÍCIO, pra ter certeza que você VAI LER. Essa pessoa pra mim é um SPAMMER.

- O segundo caso é o do sujeito que visita o seu blog e deixa comentários fazendo propaganda do próprio blog, pedindo visita, deixando mil links, pedindo pra você ir ler o que ele escreveu, que com certeza deve ser um texto-obra-prima. Discrição e modestia são virtudes raras na vida virtual. Eu abomino auto-propaganda.... vem no MEU blog deixar um rastro para ganhar visitantes? Pega um fio do que eu escrevi para iniciar um comentário que vai terminar falando dele? Esses também são SPAMMERS, além de serem totalmente mal educados e egocêntricos.

Precisamos urgentemente circular a Netiqueta novamente por aí, pois eu já ando irritada com esses chatonildos virtuais há tempos.....

| | talk about it [9]

o melhor lugar

bicamag1.jpgbicamag2.jpg
bicamag3.jpgbicamag4.jpg
espichado.jpg

» esse sofazinho é disputado palmo a palmo, pois ele fica no quarto mais ensolarado da casa e consequentemente o mais quentinho. como vocês podem ver, o Roux sempre saí ganhando na disputa e consegue o melhor lugar. eu dou uma olhada neles e o Misty está no melhor lugar, cinco minutos depois eu olho de novo e a posição dos gatos já está invertida - isso quando o Roux não esta espichadão no sofá e o pobre Misty no chão... esses gatonildos!!

| | talk about it [4]

December 11, 2004

foggy night

A preguiça de cozinhar na sexta-feira à noite me levou ao supermercado num horário em que eu normalmente não sairia mais de casa. Fiquei surpresa ao ver que uma neblina densa cobria toda a cidade. Eu dirigia bem devagar, naquele clima sombrio que a neblina causa - as luzes pálidas, as siluetas difusas, a sensação de quietude e de que está mais frio do que o normal. A paisagem com neblina é linda, mas é também desconcertante. Enquanto eu dirigia cuidadosamente pelas ruas embaçadas da cidade, ouvia o rádio que tocava uma música falando da maravilhosa Califórnia. Que ironia, pois o que eu via ao meu redor tinha mais cara de paisagem de filme sobre o Jack, o estripador.

| | talk about it [2]

delírio

Minha personalidade impulsiva me dá algumas dores de cabeça. Eu não consigo planejar nada na vida, tudo o que faço é espontâneo e é claro que essa espontaneidade me traz crises de arrependimento vez ou outra. É muito complicado escrever sobre coisas da minha vida aqui, sem citar nomes, envolver pessoas, me sinto andando sobre ovos ou no fio da navalha, pra ser um pouco mais dramática. Eu não tenho outro assunto que não seja a minha experiência de vida. Não sei escrever ficção, só sei criar histórias a partir de fatos reais, vividos, experimentados. O problema é que parece que todo mundo que eu conheço lê este blog! Então me sinto desconfortavel escrevendo sobre isso ou aquilo que me aconteceu no dia e depois perceber que os envolvidos no descrito isso e aquilo leram [ou tentaram ler] o que eu escrevi. Tá ficando complicado...... e angustiante!

| | talk about it [4]

tarefas de dezembro


cardsbooks.JPG

|

December 10, 2004

pet peeve nº54

Eu tinha um amigo que odiava a palavra janta. Ele dizia que falar vou fazer a janta era o horror dos horrores. Para ele, deveriamos falar jantar e eu concordo. Tem palavras e expressões que soam ásperas. A minha implicância é com firma e serviço. Me dá calafrios ouvir frases como aqui na firma onde eu trabalho ou no meu serviço. Nesse contexto eu substituíria essas duas palavrinhas por trabalho, que soa muito mais bonito e elegante. Isso faz eu parecer chata pracará, né? Sorry, but I can't help it...

| | talk about it [12]

zonzeira

Como eu me guio pelo meu marido, hoje ele dormiu até mais tarde e eu o segui, acreditando que era sábado! Quando eu levantei, já fui logo dizendo pra mim mesma, não vai esquecer a reunião às duas da tarde. O fog cobriu a cidade e também a minha mente. Só quando sentei aqui pra ler os e-mails da manhã e virar a página da agenda, foi que vi que hoje é sexta-feira! Tive até que confirmar, checando a data/hora na tela do computador, porque achei que tinha esquecido de virar a página ontem e estava firme na idéia de que hoje já era sábado. Well, estou me sentindo como se tivesse ganhado um dia a mais na semana!

|

December 9, 2004

go tell it on the mountain

Um dia típico de Fezoca. Saio diretamente do chuveiro, atrasadíssima, para uma reunião importante na UCDavis, sem almoçar, com o cabelo completamente molhado, faço à pé um caminho de quinze minutos em cinco, chego no lugar toda esbaforida e suada, sem mencionar descabelada. Tenho um encontro com o diretor do Public Information Office e o designer chefe, responsável pelos websites da universidade. Manda a regra que se vá bem vestida à esse tipo de reunião, mas eu não consigo vestir terninhos ou saia e blaser clássicos. Eu nem tenho esse tipo de roupa no meu armário. Vou de calça de veludo cotelê de cintura baixa e boca de sino, camiseta branca adornada por um colar da Frida, blaser de veludo preto e minhas velhíssimas botas Doc Martens. Com certeza não é um visual corporativo, mas pra UCDavis está ótimo. Sou entrevistada e interrogada pelos caras, que olham tudo o que eu já fiz de mais moderno e ouço a proposta. O suor seca, volto pra casa com as batidas do coração normalizadas, noto que estou morrendo de fome. Pudera, são três da tarde e eu só bebi uma xícara de café com leite às oito da manhã.

fezocabites1.jpgfezocabites2.jpgfezocabites3.jpgfezocabites4.jpg


Saio diretamente do chuveiro, atrasadíssima, para o show mais esperado da temporada no Mondavi Center. Me arrumo nervosamente, pois sei que se chegar no teatro depois das seis e meia, não consigo um parking permit. Está chovendo. Eu faço a maquiagem discreta, passo um perfuminho discreto, blusa branca impecável, calça preta pantalona, prendo o cabelo, solto o cabelo, prendo o cabelo, solto o cabelo, ponho um brinco, tiro o brinco, ponho outro brinco, tiro o outro brinco, começo a suar, noto que o aquecimento da casa está ligado e o quarto está num bafão quente. Coloco os sapatos, olho o relógio - pânico! Chego no teatro em cima da hora, não tem mais coletes para mulheres tamanho large, pego um médio e me sinto vestida num espartilho. Vejo que vou trabalhar no Grand Tier Left, ouço a manager dar as instruções, enquanto procuro frenéticamente por um colete maior. A gravata está torta, meu cabelo está uma maria betânia só, fico louca da vida, penso - se o Moa sabe que eu vim trabalhar no Mondavi de cabelo solto e descabelada, ele me esbofeteia! Subo até o Grand Tier, desço novamente pra sala dos voluntários, pego um colete de homem tamanho small, que me serve perfeitamente e não deixa a blusa aparecendo no vão da calça. Subo, esqueço de pegar a lanterninha, desço, não sei onde está o prendedor de cabelo, eu não posso trabalhar assim como uma louca, o show está SOLD OUT, vamos ter que ficar em pé o tempo todo, espero que valha a pena. Acho o prendedor, prendo o cabelo, bebo água, vou ouvir finalmente as instruções do show. O teatro está quente ou sou só eu sentindo um calorão aqui?

O show foi maravilhoso! Toda temporada eu tenho aquele show especial que eu quero muito ver e The Blind Boys of Alabama era o show especial do outono. E não fiquei decepcionada. Mesmo tendo que assistir aos setenta minutos de cantoria de pé, valeu cada minuto de desconforto. Os rapazes, de mais de setenta anos, arrasam! Eles cantam Gospel e conseguiram transformar canções chatérrimas de Natal em números maravilhosos. Três dos Blind Boys cantavam - George Scott, Jimmy Carter e Clarence Fountain. O baterista também era cego. O resto da banda, dava o apoio. No final do show, Jimmy Carter - com aquela voz que nem dá pra explicar como ele faz - desceu do palco carrregado por um ajudante e guiado por um dos musicos e fez a platéia se levantar. Andou pelos corredores, cantando e dançando. No palco, George Scott e Clarence Fountain também davam os seus passinhos. Foi o melhor show da temporada e compensou pelo dia de atrasos, suores e descabelamentos.

|

December 8, 2004

e viraram colares


fridabeads10.JPG

fridabeads20.JPG

fridabeads30.JPG

fridabeads40.JPG

| | talk about it [9]

obladi oblada

Porque o dia vai ser cheio, o post vai ser Seinfeld style, sobre nada. Porque não pára de chover e o dia está escuro. Porque estou trabalhando em vários projetos e um deles - segredo - é muito especial. Porque fico triste que meus gatos não são amigos. Porque decidi comer uma maçã por dia, mesmo não curtindo muito essa fruta. Porque não mexi a bunda ainda para nada relativo ao Natal. Porque estou animada para ver o mar no inverno. Porque estou aceitando mais desafios. Porque admiro pessoas que tem classe. Porque desprezo gente babaca. Porque meu travesseiro cheira a sachê de açaí. Porque eu simplesmente amo filmes antigos. Porque tento cozinhar peixe uma vez por semana. Porque me falaram mais uma vez que eu pareço com a Nigella Lawson. Porque vou precisar pegar na vassoura em breve. Porque estou sempre ouvindo Blues tradicional. Porque eu não ligo pra modismos. Porque estamos sempre rindo. Porque eu sou desorganizada pacas. Porque ele também é. Porque a água me anima e me conforta. Porque quero assar um bolo. Porque os legumes e verduras deixam a geladeira colorida. Porque tudo aqui cheira a lavanda. Porque tenho muitas pilhas de revista. Porque estou sempre click-click-click. Porque gosto de inovar. Porque também gosto de tradição. Porque nunca vamos ser iguais. Porque eu não consigo parar de tricotar. Porque eu não gosto de falar com qualquer um no telefone. Porque eu gosto de papear com a minha irmã no telefone. Porque eu sou Esther Williams. Porque eu sonho muito, demais. Porque eu tenho amigos que eu adoro. Porque bebemos muita limonada. Porque não consigo parar de escrever, mesmo que eu só escreva sobre o nada.

| | talk about it [3]

December 7, 2004

culpado ou inocente?

Eu fui selecionada para ser jurada pela Superior Court do estado da Califórnia. Teria que me apresentar no forum de Woodland no dia vinte e um deste mês. Felizmente eu qualifico para ser dispensada dessa chatice, por não ser cidadã americana. Ufaa! Já pensou ter que encarar uma cadeira no júri? Se fosse para julgamentos de crimes variados, ainda daria, mas se fosse para crime de morte, eu iria precisar de tratamento psicológico depois. Li na cartinha que eles me enviaram que a seleção dos jurados é feita randomicamente, através das listas de registro de votantes e dos registrados no DMV [departament of motor and vehicles] onde quase todo mundo está, pois é onde fazemos identidades e carteiras de motorista. Quer dizer, qualquer um pode ser selecionado. E eu fui uma das sortudas... Mas felizmente achei uma portinha pra cascar fora rapidinho!

| | talk about it [7]

sou xereta sim!


xeretice.JPG

... o que é isso? o que você está fazendo? posso ver? posso ver?

| | talk about it [6]

December 6, 2004

Dylan speaks

A Jean me deu a dica e eu então liguei a tevê no domingo à noite, canal CBS, programa 60 Minutes [que deve ser onde o Fantástico se inspira... ô, programa horrível!] para ver Bob Dylan dando uma entrevista. Até gravei para poder rever. A impressão que eu fiquei foi que obrigaram o Dylan a conversar com o jornalista Ed Bradley. Ele está com uma cara de saco super cheio o tempo todo, com uma pequena exceção no final da entrevista, quando Dylan dá um sorrisinho durante o diálogo:

"So why you still out there?"

"It goes back to that destiny thing. I mean, I made a bargain with it, you know, long time ago. And I'm holding up my end … to get where I am now."

"And with whom did you make the bargain?"

"With the chief commander. In this earth and in the world we can't see."

A entrevista basicamente gira em torno do conteúdo da autobiografia Chronicles Volume One - como Dylan se recusa a ser considerado um profeta e a voz de uma geração, seus problemas com a fama e a mídia, como ele compôs suas obras-primas [que ele afirma não saber como - foi uma coisa mágica] e como, que apesar de tudo, ele ainda está na moda, com Like a Rolling Stone sendo considerada a "melhor música de todos os tempos" pela revista Rolling Stone. Dylan não se entusiasma com nada, sua atitude é sempre blasé e, eu acho, um pouco amarga e cética. Depois que vi a entrevista, pensei que talvez minha fascinação por esse artista tenha muito a ver com o fato dele não ser um lambe-botas, um deslumbrado, uma celebridade clássica. Gosto dele também porque ele não se acha... E isso é uma qualidade e tanto num cara tão famoso, um verdadeiro ícon, como ele na verdade se tornou.

| | talk about it [4]

December 5, 2004

he loves you, yeah...

De vez em quando eu cruzo com um cara na piscina. Ele sempre me cumprimenta sorridente e eu tento ser rápida, para não ter que me atrelar em nenhuma conversinha. O caso é que eu fui professora de um dos filhos dele e esse menino foi o maior problema que eu tive na minha breve, porém intensa, carreira de preschool teacher. Esse menino me deixava literalmente louca, de tanto que ele aprontava. Ele fazia coisas que pareciam planejadas para atrair a minha atenção e levá-lo a castigos. E a situação foi piorando gradativamente. Os castigos tornaram-se mais freqüentes e consequentemente ele fazia mais e mais coisas erradas, desobedecia as regras básicas da classe e desafiava a minha paciência. Ele fazia algo errado já checando com a cabeça virada, sorriso demoníaco na cara, pra ter certeza que eu o estava vendo no ato. Quando eu me virava e caminhava em direção a ele para disciplinar, ele já me esperava me olhando de frente, com a cara mais prazeirosa do mundo. Eu comecei a pensar que aquele menino tinha um problema psicológico, era um masoquista, gostava de ser punido. Eu fazia todos os procedimentos de "time out" permitidos pelas leis do estado da Califórnia e adotados pelo método Montessori, praticado na escola. E ele sempre acabava sentado na sala da diretora, pois eu exauria os castigos e ele continuava sorrindo e me enfrentando.

Um dia, depois de conversar com outras professoras mais experientes e com a diretora, decidi chamar o pai para uma conversa. Eu iria pedir uma colaboração dele, para trabalharmos em conjunto - escola e família - e tentar melhorar a situação, já que eu perdia um tempo enorme dando atenção negativa para ele e perdia de fazer coisas para e com a classe. Quando eu expliquei o caso para o pai, contando todos os detalhes do meu calvário diário com o filho dele, o cara sorriu e disse:

- vamos colaborar sim, com certeza, mas acho que já sei porque ele faz isso com você. ele TE AMA, Fernanda... ele é apaixonado por você! nós estamos cansados de ouvir o seu nome o tempo todo. é Fernanda isso, Fernanda aquilo, Fernanda aquele outro, tudo é Fernanda! ele quer que a gente coloque o nome da baby que vai nascer [a mãe estava grávida] de Fernanda. ele insiste que a baby seja chamada de Fernanda. e estávamos fazendo a lista de convidados para o aniversário dele no mês que vem e o primeiro nome da lista é o seu! ele quis convidar dois amigos e você, ninguém mais!

Fiquei CHOCADA com essa revelação. O menino queria a minha atenção exclusiva e descobriu que a melhor maneira de recebê-la, numa classe com outras onze crianças, era fazendo coisas erradas e desobedecendo. Melhor do que nada, né? Eu me ajoelhava pra conversar com ele, falava o nome dele toda hora [em tom de reprimenda, mas e daí?], pegava na mão dele para levá-lo para os "time outs" fora da classe, voltava toda hora para checar como ele estava se comportanto, conversar com ele sobre a situação. Era o paraíso!

Depois dessa conversa com o pai, as coisas melhoraram, pois eu entendi a dinâmica do comportamento do menino e os pais fizeram a parte deles em casa. Quanto à festa de aniversário, eu recebi o convite, agradeci, mandei um presente, mas não fui. Aí já iria ser um pouquinho demais, né?

| | talk about it [10]

December 4, 2004

can my choice be free?

Se puder escolher, acredito que a maioria opta pelo mais fácil. Sei que tem gente que adora um desafio, mas em certas coisas é melhor ficar com o que se domina. No meu caso, fico sempre com o nado livre. Quatro vezes cem, cinquenta no estilo da sua escolha, cinquenta no estilo livre.

- can my choice be free?

Se pode, eu vou em frente e faço quinhentos mil yards de nado livre, quando eu deslizo, sem erros, sem esforço, sem precisar pensar, sem me afogar, quando posso pensar na vida, meditar, ver as folhinhas no fundo da piscina, sentir a água abraçando o meu corpo, esqueço até de contar as piscinas, mas quem se importa, a minha escolha foi livre!

| | talk about it [8]

December 3, 2004

my fake fur coat

Comprei um casacão de pele falsa numa loja de segunda mão. Foi um achado! E uma barganha! Ele é lindo, preto, longo, forrado de cetim, vou arrasar Paris em chamas quando puder usá-lo, numa ocasião especial ou em qualquer ocasião. O único problema nele eram os botões - dourados. Eu não vou com a cara de nada dourado, não tenho nada dourado, não uso nada dourado. Comprei o casaco já com a idéia de trocar os botões. Fui comprar botões pretos e não achei nada que eu gostasse. Procurei, procurei, procurei, até que achei botões interesantíssimos, forrados de veludo preto, exatamente do tamanho dos botões dourados e que iriam ficar lindos no casaco. Olhei o preço, fiz as contas, precisava de oito botões, quatro para as casas, quatro enfeitando do lado oposto. Pensei, pensei, pensei e finalmente comprei os botões, que ficaram quase o preço do casaco. Agora já não acho que fiz bom negócio, pois pagar o preço de um casaco por oito botões não pode mais ser considerado bargain shopping.

| | talk about it [3]

December 2, 2004

tropicando em gato

A cozinha sempre foi um lugar perigoso pra mim. Foi em cozinhas que ganhei minhas maiores cicatrizes, em terríveis cortes e queimaduras. Tenho sempre uma atitude prevenida quando estou fazendo comida ou qualquer outra coisa numa cozinha. E agora piorou. Eu me vejo em situações gravíssimas, sangue jorrando, morte eminente. Vou tentar traçar o mapa do local minado: três tapetes felpudos, um forno e um fogão sempre ativos, uma geladeira com duas portas que se abrem opostas uma a outra, muitos armários com portas pontudas na altura da minha cabeça e dois gatos. Se todo o resto não bastasse para provocar situações de acidentes mortais, ainda temos os gatos na cena. Esses são a cereja no topo do bolo do meu infortúnio destino.

Um deles precisa deitar nos tapetes de qualquer jeito. No tapete que fica na frente da geladeira, ou no outro que fica em frente ao fogão [o favorito quando o forno está ligado ou estou cozinhando algo nas panelas] ou no grandão que cobre a frente toda da pia. Quando eu estou fazendo o rango e andando de um lado para o outro na cozinha, nada mais apropriado do que ter um gato gordão, sentado, deitado ou em pé feito uma estátua, bem no seu caminho. E como ele vai mudando de tapete, você nunca sabe de onde virá a surpresa.

E o outro gato simplesmente não pode evitar ficar dando pinotes e corridas alucinadas pelo meio da cozinha, passando como um furacão pelo meio das minhas pernas ou passando frenéticamente aos pulos enquanto joga um ratinho de pano pra lá e prá cá pelos ares e ocasionalmente dando botes nas minhas pernas e pés.

Este é o cenário nas minhas aventuras na cozinha. Por isso não se assustem quando eu contar histórias de como tropecei num gato com um facão numa das mãos e só deus sabe como consegui recuperar o equilibrio sem me auto-degolar ou me auto-estripar. Ou de como tropecei no outro gato [ou seria o mesmo?] e quase caí de cara na sopa borbulhante na panela e periguei virar coadjuvante de um réplica caseira de uma cena de Angel Heart. Eu piso em ovos, para não pisar em gatos e se for vitima de um freak acidente na cozinha, vocês já estão avisados, para não haver nenhuma sombra de dúvida sobre a identidade dos futuro supostos acusados!

| | talk about it [7]

grude

Outro dia encontrei um pedaço de durex colado e enroscado no meio dos meus cabelos. Hoje, achei um adesivo cheio de números. Ninguém pergunte como essas coisas foram parar na minha cabeleira amarfanhada.... Medéia pouca é bobagem!

| | talk about it [2]

December 1, 2004

frio quer sol


morningsun.JPG

| | talk about it [5]

o trabalho que nunca tem fim

Esta é a reclamação de todos os infelizes que estão amarrados na rotina dos serviços de casa. Quem não pode ou não quer deixar outros arrumarem a sua bagunça e sujeira, tem que enfrentar o trabalho que nunca tem fim.

Louça lavada não permanece limpa, a não ser que você não coma nem beba nunca em casa. Roupa limpa não dura, a não ser que você passe o dia pelado debaixo das cobertas da cama ou se fazendo de Tarzan/Jane pela casa. Contas pagas se metamorfoseiam em contas novas, letras vermelhas brilhantes piscando "pague-me até o dia 30!". Comida na geladeira não dura - ou é devorada ou apodrece. Móveis criam poeira, banheiros crescem mofo, roupas limpas não se auto-penduram no armário, os gatos dobram o tapete quando o Wanderley deles está sujo, mas não pegam a pázinha e a vassourinha para limpar, o estoque de comida não se renova automáticamente na despensa, grama não encolhe, mato não pára de crescer, a casa do ano 2004 ainda não é a dos Jetsons e não temos empregadas-robôs.

Não existe solução para esse novelo infinito de trabalheira chata. O jeito é pegar leve, ir fazendo o que dá, um pouco por dia, enquanto bota pra rolar um jazz na vitrola.

| | talk about it [7]

carbono

Eu aceito o fato de que não é tão fácil ser cem por cento original. Os gênios que criam coisas inéditas e que têm um portfólio de idéias incomuns não aparecem por aí todos os dias. E muitos se inspiram em outros. É normal.

O que não é normal é olhar uma coisa legal e criativa e simplesmente copiar.

Eu gosto da palavra 'inspiração'. Tanta gente me inspira, eu olho trabalhos, fotos, desenhos, pinturas, escritos e fico inspirada. E me animo a fazer algo do meu jeito, com a minha cara, que tenha um pouco da minha personalidade incluída alí. Olhar algo bonito e simplesmente copiar não é a minha praia.

Por isso me choco um pouco quando me deparo com copy cats que nem se preocupam em mudar algumas coisinhas no que copiam. Fazem tudo na boa, sem vergonha, sem pensar que as pessoas vão perceber. Mas como muitas vezes a cópia é uma coisa sutil - eles copiam o estilo - alguns devem até conseguir se passar por originais nos meios que freqüentam.

|